terça-feira, 31 de março de 2009

Moda mineira e massas italianas

O restaurante Trattoria  La Dolce Vita promove neste fim de semana um evento grastronômico- cultura que tem como proposta a união da moda mineira com a cozinha italina.

Dias: 4 e 5 de abril;
Bate papo com Mariana Teixeira - Produtora de Moda da TV Alterosa
Convidado especial: Emerson Freire Vial - Estilista
Apresentação: peças promocionais das melhores grifes mineiras

Local: Trattoria La Dolce Vita
Rua Vieira Couto, 232
Centro - ao lado da Casa Chica da silva
Tel.: 3531-8485

Previsão do tempo no passadiço virtual

Caros amigos do passadiço virtual, acabo de disponilizar no blog, em caráter experimental, o serviço de previsão do tempo do site Climatempo. Aqui você poderá ter uma previsão do tempo para os próximos quatro dias, além das informações sobre temperatura ambiente ( máxima e mínima) e umidade relativa do ar. Veremos se a previsão funciona, já que a cidade tem um clima muito instável. Não é raro passarmos por três diferentes climas em um mesmo dia.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Câmara de Diamantina na internet

A Câmara Municipal de Diamantina acaba lançar na internet o seu site. Em um mundo cada vez mais globalizado e informatizado, trata-se de uma inicativa válida e que, caso seja bem desenvolvida e administrada, pode contribuir para a transparência de suas ações e incentivar a participação do cidadão nos rumos da cidade. 

Definitivamente a população brasileira não acredita em sua classe política. Devemos, então, fiscalizar e exigir que os projetos discutidos e aprovados realmente contribuam para a melhoria da qualidade de vida de todos. A possibilidade de acompanhar a atuação dos vereadores também é um ferramenta democrática a ser utilizada para esse objetivo. Assim, poderemos  conhecer melhor o seu trabalho, suas propostas e  a posição política em temas de interesse de todos. 

Infelizmente grande parte das  propostas apresentadas são destinadas ás mudanças de nomes de ruas, homenagens e agradecimentos. Ou seja, não contribuem de forma direta e significativa na vida do cidadão. Precisamos, sim, de políticos realmente compromissados com a construção de uma Diamantina mais justa, democrática, moderna, mas que mantenha e valorize seu grande e rico patrimônio histórico e cultural.

sábado, 28 de março de 2009

A influência de Diamantina na arquitetura moderna de Lúcio Costa




















Lúcio Costa foi pioneiro e um dos principais nomes da arquitetura moderna brasileira. Juntamente com Niemeyer, ficou mundialmente reconhecido pela sua participação na construção de Brasília, especialmente pelo desenvolvimento do projeto do plano piloto da nova capital.  

Sempre ouvi falar que Diamantina teve uma grande influência em sua formação, a partir do momento que ele teve contato com o estilo colonial simples da cidade no início dos anos 20 do século passado. Em sua passagem por aqui o arquiteto registrou em desenhos vários aspectos da cidade, tais como janelas, construções e outros. Na figura acima temos uma aquarela feita por Lúcio Costa retratando o passadiço da Casa da Glória (1924).

Essa influência é confirmada e comentada na entrevista que transcrevo abaixo com Maria Elisa Costa, arquiteta e  filha de Lúcio Costa:

"Eu sempre tive uma curiosidade sobre como aconteceu a mudança de rumo na arquitetura dele – mas como é que é isso, como é que acontece que de repente você aperta um botão e muda? como é que se processou? eu perguntei isso a ele. Aí ele me disse o seguinte: a primeira coisa, a coisa básica foi o encontro com Diamantina, em 1924; ele era um arquiteto neo-colonial, de sucesso, desenhava divinamente, mas era muito moço, tinha só 22 anos, e por isso mesmo foi enviado a Diamantina, que era longe, e a viagem cansativa – os mais velhos foram para Ouro Preto, Mariana.

Quando ele narra o susto daquele encontro, é impressionante: chegou lá e caiu em cheio num passado, num passado de verdade, que era novo em folha para ele. E ele comentava esse encontro com Diamantina, como se fosse ontem, e no final dizia uma frase definitiva, ‘…era aquela beleza sem esforço’, entende? Então para ele bateu uma coisa… ôpa, o que é isso, nós, neo-coloniais, fazemos um supremo esforço, você pega coisa de igreja e bota em casa, não é, e de repente chega aqui e é tudo normal, lindo e sereno e compatível com a tecnologia de construir; então isso instalou dentro dele uma perplexidade, digamos, um desconforto extremamente poderoso, porque perdurou… ele continuou sendo arquiteto neo-colonial até 29, mas aquilo começou a incomodar cada vez mais, ficou aquela referência de base, e eu tenho a sensação sempre de que esse encontro com Diamantina foi também o caminho de chegar à coisa moderna. Na cabeça de uma pessoa bem informada como ele, com lastro cultural bom, todas as épocas tinham uma cara correspondente a um modo de construir. Como a mudança radical nas técnicas construtivas, em meados do século XIX, que davam a  possibilidade de “vestir” a estrutura com as mais diversas fantasias,  ficava  tudo lá dentro escondido e ninguém estava preocupado com isso.

De repente eu acredito que isso de Diamantina, da coisa verdadeira, da coisa autêntica, colocou nele também o embrião da pergunta: Qual seria o moderno do meu tempo? Qual seria a cara correspondente a essa tecnologia nova!? Porque foi uma mudança enorme, você não tinha mais parede aguentando – de repente porão vira pilotis – pilotis é um porão sem parede –, não precisa mais ter parede no térreo, porque o térreo nunca foi valorizado. Ou seja, você tinha sempre um porão, uma coisa qualquer, o primeiro andar sempre foi um pouco mais alto que o chão. Uma simplicidade bela – para ele coisa bonita… beleza sempre foi fundamental, como dizia o Vinicius. O encontro com Diamantina instaurou em Lucio uma indagação, afinal, como é possível fazer uma coisa bonita de maneira simples?"

Clique aqui para ler  a entrevista completa.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Garimpando em Diamantina: concerto da banda mirim na Igreja do Amparo

Nesta sábado, 28, será aberta a temporada de vesperatas de 2009. O evento musical já se consolidou como principal atração da cidade e tem atraído um grande número de turistas durante sua realização. A originalidade do evento, a combinação de músicas clássicas e populares, o sentimento de  saudosismo das bandas e o cenário da cidade histórica criam um clima de confraternização e emoção para o público. 

Gosto muito das vesperatas, mas o evento que mais me chama a atenção nesse período é o concerto da banda mirim nas manhãs de domingo, na Igreja do Amparo. Em um ambiente mais intimista, cercado pelos simbolismo da igreja, você se sente muito mais envolvido pela musicalidade. Não é raro presenciar pessoas extremamente emocianadas pela oportunidade única de um contato tão próximo com a boa música. Simplesmente, imperdível.

A Banda Sinfônica Mirim Prefeito Antônio de Carvalho Cruz constitui importante projeto social para a infância e adolescência da cidade. Centenas de meninos e meninas,  com idade entre 10 e 18 anos, atendidos pelo projeto que oferece aos pequenos músicos - além da formação e aperfeiçoamento musical, bolsas de estudo de até um salário mínimo, assistência médica e odontológica e alimentação - a dignidade e uma nova perspectiva de vida. Esse projeto tem o apoio da Prefeitura de Diamantina. Em quatorze anos de história, centenas de crianças e adolescentes já foram beneficiados pelo projeto, e outras dezenas aguardam a oportunidade para integrar a Banda Sinfônica Mirim. 


Garimpando em Diamantina: côco e ouro

A loja é bem pequena, discreta.  Mas a joalheria Pádua é um estabelecimento comercial cheio de história e preciosidades. Provavelmente é uma das joalherias mais antigas do Brasil e desenvolve a técnica de criação de jóias em côco e ouro, desde 1888, quando foi fundada por Antônio de Pádua Oliveira. Este foi aprendiz  do joalheiro Ezequias Lopes, que declarou-se criador da técnica num jornal do final do século XIX.

São  broches, brincos, pingentes, anéis, taças e outros tipos de peças produzidas a partir da união dos dois elementos: o ouro em conjunto com pequenas peças de côco entalhado que reperesentam flores, troncos e cruzes e outros.

A oficina da loja também é uma atração especial. O maquinário e os instrumentos utilizados para o desenvolvimento da técnica nos revelam a riqueza desse tipo de artesanato. Em alguns instrumentos percebe-se a claramente a capacidade criativa do ourives. Essa criativadade se revela nos pequenos detalhes das belas peças . 

Enfim, uma técnica que precisa ser resgatada historicamente para sua revalorização e reconhecimento.

terça-feira, 24 de março de 2009

Tesouros na janela











































Um olhar mais atento para as portas e, principalmente, para as janelas do centro histórico de Diamantina nos revela belas e agradáveis surpresas. Nelas predominam as tradicionais combinações de cores: azul, amarelo, verde e branco e outras. Além dos contrastes das cores, podemos observar pequenos detalhes que nos chamam a atenção. São enfeites, flores, colchas, pinhas, treliças, "namoradeiras", arbustos, animais, pessoas e outros elementos inesperados,  que criam um diferencial no cotidiano da cidade. Não é raro encontrar turistas encantados com esses detalhes, principalmente aqueles que moram em cidades maiores com seus prédios e janelas padronizados. Mas para descobrir esses tesouros é preciso estar atento, com tempo,  aberto ao novo e principalmente ter disposição para subir e descer as ladeiras a pe.

segunda-feira, 23 de março de 2009

As fronteiras coloridas do futebol

O texto abaixo é de autoria de Leandro Bastista Cordeiro, professor da disciplina de Futebol do curso de Educação Física da UFVJM. O trecho faz parte do seu livro "As fronteiras coloridas do futebol: causos do esporte das multidões" e narra algumas histórias, verdadeiras ou "boleiras", do futebol amador, principalmente no norte de Minas Gerais.


Praga de Chifrudo
Neste time havia um jogador que sempre “levava nas costas”; não era zagueiro, nem lateral, muito menos goleiro, mas sim o centroavante. A sua amada, que acompanhava todos os jogos da equipe, prestava mais atenção nos dotes dos seus colegas do que nos fantásticos gols que o marido-artilheiro fazia. Então, ele descobriu que os dez gols que tinha feito naquele campeonato eram correspondentes ao número de “chifres” que tinha na cabeça. Foi aí que ele jogou uma praga no banco de reservas da sua própria equipe e quem ali sentasse passaria a não gostar mais de mulher. Moral da história: é melhor prevenir do que remediar. 

sexta-feira, 20 de março de 2009

Helena Morley e os nossos rios.

Transcrevo abaixo o primeiro capítulo do livro "Minha vida de menina - o diário de Helena Morley". Muito mais do que um diário de garota de província do século XIX,  o livro traça  a um retrato vital e bem-humorado do dia-a-dia em Diamantina entre 1893 e 1895. Ao ler esse trecho fiquei imaginando como era viver nessa época.   O contato com a natureza, a importância dos rios no cotidiano das pessoas e as dificuldades da família com a queda na extração dos diamantes. A cidade mudou, os hábitos também mudaram. Mas podemos refletir um pouco sobre a Diamantina atual. Essa diferença me  faz questionar o futuro que estamos construindo para nossos filhos e netos. Ao andar pelas bandas do Rio Grande nos deparamos com um rio fétido, cheio de esgoto. Em pouco mais de cem anos transformamos recantos bucólicos em lugares feios e desagradáveis. Com certeza, Helena Morley, na verdade Alice Dayrell Caldeira Brant (foto), ficaria muito triste e desapontada ao ver o que foi feito com esse pequeno paraíso.

"Hoje foi nosso  bom dia da semana.

Nas quintas-feiras mamãe nos acorda de madrugada, para arrumarmos a casa e irmos cedo para o Beco do Moinho. A gente desce pelo beco, que é muito estreito, e sai logo na ponte. É o melhor recanto de Diamantina e está sempre deserto. Nunca encontramos lá uma pessoa, e por isso mamãe escolheu o lugar.

Mamãe chama Emídio, da chácara, e põe na cabeça dele a bacia de roupas e um pão de sabão. Renato leva no carrinho as panelas e as coisas de comer, e vamos cedo. Mamãe e nós duas, eu e Luisinha, entramos debaixo da ponte para lavar a roupa. Emídio, o crioulo, vai procurar lenha. Renato vai pescar lambaris; nunca vi tanto como ali. Ele só tem  tempo de pôr a isca, jogar o anzol e puxa logo um lambari ou bagre. Nhonhô põe o visgo e fica de longe à espera de passarinhos. Cai um, ele corre, limpa o pé do pobrezinho com azeite e mete na gaiola. Unta a vara de novo e daí a pouco já vem outro, um pintasilgo ou um curió.

Nós ficamos lavando roupa e botando para corar, enquanto mamãe faz o almoço de tutu de feijão com torresmo e arroz.

Depois de lavarmos a roupa e passar algum tempo do almoço, mamãe fica viginado o caminho para ver se vem alguém, e nós entramos no rio para tomar banho e lavar os cabelos.

Depois disso batemos as roupas na pedra, enxugamos e pomos nos galhos para secar. Agora é só procurar frutas no campo, ninhos de passarinho, casulos de borboletas e pedrinhas redondas para o jogo. 

Na volta, Renato enche o carrinho de lenha, por cima das panelas, e  Emídio também ainda traz um feixe de lenha em cima da bacia; a roupa fica dobradinha em baixo.

Que economia seria para  mamãe, agora que a lavra não tem dado nem um diamantinho olho-de-mosquito, se pudéssemos ir à ponte todos os dias, pois Renato e Nhonhô vendem tudo que trazem, no mesmo dia. Ainda se pudéssemos ficar na lavra com meu pai, ela não precisa trabalhar tanto. Mas os nosso estudos atrapalham tanto a vida de mamãe, que eu morro de pena dela. O que vale é que Renato acaba os exames dele depois de amanhã e nós vamos para a Boa Vista, passar as férias."

Dona Ambrosina e as Pastorinhas





















Quem encontra a Dona Ambrosina caminhando vagarosamente na rua  não pode imaginar a força e a riqueza cultural desta senhora. Hoje, com mais de 90 anos de idade, ela ainda mantém um projeto de resgate e divulgação de canções populares com suas pastorinhas. Elas são uma das atrações do Café no Beco, todas as manhãs de domingo, no Beco da Tecla. Com a sua simpatia e a sua inseparável sanfona, Dona Ambrosina coordena as meninas de saias e lenços floridos nas danças e cantigas que nos fazem relembrar a infância.

Dona Ambrosina começou sua "carreira" aos nove anos de idade e recentemente conseguiu pela primeira vez fazer um registro de sua trabalho em um CD. Um trabalho simples, mas singelo e verdadeiro. Um lição de vida para todos nós.

O devasso Padre Rolim

José da Silva e Oliveira Rolim (Diamantina, 1747–1835), foi um dos conspiradores da Inconfidência Mineira. Filho do contratador de diamantes (Caixa na Real Extração Diamantina) da cidade, o sargento-mor José da Silva de Oliveira, era amaziado com Quitéria Rita, filha de Chica da Silva e do antigo contratador João Fernandes de Oliveira, e com ela teve os filhos Thadeo José da Silva, Domingos José Augusto, Maria Vicência da Silva e Oliveira e Maria da Silva dos Prazeres. 

Envolvido em negócios ilegais, foi o mais rico participante da Inconfidência. Quando da mudança da Extração Diamantina, seus pais, em casa de quem morava, foram prejudicados financeiramente. Foi então que a família passou a se dedicar ao contrabando de pedras preciosas. Também traficavam escravos e praticavam a usura. 

Procurou a carreira eclesiástica para se ver livre de um processo criminal, como testemunhou Joaquim Silvério dos Reis. Ordenou-se ao 32 anos em Coimbra, sem gostar de estudar, tendo dificuldades para escrever e sendo péssimo em comunicação verbal.

O Padre Rolim era um homem inescrupuloso e corrupto e quando o Visconde de Barbacena se negou a revogar uma ordem de banimento contra ele, uniu-se à Inconfidência Mineira no final da década de 1780, da qual participou ativamente, tendo se comprometido a arranjar 200 cavaleiros armados para a revolução. À essa época, já tinha grande influência sobre a região do Serro, motivo de a Coroa Portuguesa temê-lo.Após serem denunciados, foi julgado junto com seus companheiros da Inconfidência Mineira e passou quinze anos preso, primeiro naFortaleza de São Bento da Saúde – até 1796 -, e depois no Mosteiro de São Bento da Saúde, em Lisboa. 

Já em 1805 estava de volta ao Brasil com a esposa e filhos. Lutou, então, para reaver seus bens que haviam sido confiscados, mas só o conseguiu com a declaração da Independência do Brasil, quando foi também indenizado. Em 1835 foi sepultado na Igreja do Carmo após ter sido velado com paramentos maçônicos.

Padre Rolim morou em Diamantina na casa em que atualmente abriga o Museu do Diamante (foto)

Fonte: Wikeipedia

Jazz e samba no Mercado Velho

Um dos objetivos da Secretaria de Cultura e Turismo de Diamantina  é realização de novos eventos no Mercado Velho, tais como intervenções poéticas e shows musicais de primeira qualidade. A propsota é oferecer em todas as noites de sexta-feira uma programação especial para movimentar a cidade, além da tradicional “Feira Cultural” com venda e exposição de artesanatos e comidas típicas.

Nesta sexta-feira, a partir das 18 horas, lá estarão se apresentando os músicos Fernando e Di, além do Samba Three Jaz, com o melhor do samba, bossa nova e muito jazz. Taí uma oportunidade para começar a relaxar após uma semana de trabalho.

terça-feira, 17 de março de 2009

Nas franjas do Espinhaço


Entre as cidades de Presidente Juscelino e Gouveia, entre o Rio Paraúna e o Ribeirão do Tigre, já nas franjas altas do Espinhaço, esbarramos com a “Central Eólica Experimental do Morro do Camelinho”. A central de energia eólica se encontra em um dos pontos mais belos da BR que leva a Gouveia, Datas, Serro e Diamantina. A usina, instalada no ano de 1994 pela Cemig, com apoio financeiro do governo alemão, é constituída por 4 turbinas de 250KW e tem capacidade nominal de 1MW. Cada rotor das turbinas mede 29 m de diâmetro com torre de 30 m de altura.

A usina eólica é importante fonte alternativa para geração de energia. Tanto as usinas de pequeno porte quanto as de grande porte têm potencial para atender diversos níveis de demanda contribuindo para o processo de universalização do atendimento. Além disso, podem ser apresentados aspectos positivos e negativos desse tipo de geração de energia.

Entre os aspectos positivos, é possível dizer que as usinas eólicas: participam do esforço concentrado pela redução da emissão de poluentes atmosférios; atendem às demandas por energia o que diminui a necessidade da construção de grandes reservatórios; reduzem o risco provocado pela ausência de chuvas e pela sazonalidade hidrológica.

Entre os aspectos negativos, é possível dizer que as usinas eólicas: provocam impactos socioambientais sonoros e visuais. Os impactos sonoros ocorrem devido aos ruídos dos rotores – maiores ou menores de acordo com as especificações dos equipamentos. Turbinas de pás múltiplas são mais barulhentas que aerogeradores de hélices de alta velocidade. Os impactos visuais decorrem do agrupamento de aerogeradores e torres, principalmente em centrais eólicas de grande porte – conhecidas como fazendas eólicas. A usina eólica altera a paisagem natural e pode até “machucar os olhos” de quem é apaixonado por montanhas puras e critalinas. Isso é visível no Morro do Camelinho.

Outros possíveis impactos negativos são: interferência eletromagnética causando perturbações nos sistemas de comunicação; interferência nas rotas de aves. Todos estes fatores devem ser considerados nos Estudos de Impacto Ambiental – EIA – e nos Relatórios de Impacto Ambiental – RIMA.

Apesar de tais efeitos, os defensores da geração de energia alternativa argumentam que esses mesmos impactos podem atrair mais turistas, gerando emprego e renda, aumentando arrecadações municipais e promovendo o desenvolvimento regional.

E você o que pensa dessa usina fincada há 15 anos nas franjas do espinhaço? Dê a sua opinião e contribua para o debate sobre as fontes alternativas de geração de energia renovável, limpa e disponível em todos os lugares.

Clique aqui para mais informações.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Os cruzeiros de Diamantina


Andando por Diamantina sempre me deparo com alguns cruzeiros que estão dispostos em vários locais da cidade. Podemos encontrá-los dentro do 3º Batalhão de Polícia; outro no Rio Grande; e também  próximo ao Seminário. Afinal, quantos são? Qual a seu significado histórico e religioso para a cidade?

O mais conhecido deles é o Cruzeiro da Serra. Para muitos o local com mais bela paisagem de Diamantia. Em uma altitude aproximada de 1300 metros é possível ter  uma visão panorâmica da cidade e seus arredores com destaque para o imponente Pico do Itambé (2.002).  O Cruzeiro da Serra também é o marco comemorativo do centenário da fundação de Diamantina (1838-1938).

Apesar de sua beleza e importância histórica, o local sempre me pareceu abandonado, sujo e com muito lixo (garrafas, camisinhas, cacos de vidro e muito mais). É realmente lamentável. Sempre levo minhas visitas de outras cidades para conhecer o Cruzeiro por achar que é uma oportunidade de mostrar uma visão geral da cidade e suas belezas. Infelizmente, todos fazem o comentário de que o lugar deveria ser mais valorizado e bem cuidado. Uma cidade que se propõe a ter uma vocação turística deveria conservar melhor seu patrimônio.

Garimpando em Diamantina: Restaurante da Pousada do Garimpo

Fontes:  Brasil Sabor  e Sabores de Minas

“É com vê e com ka. Van – de – ka”. O cozinheiro responsável pelo restaurante especializado em comida regional faz questão de soletrar seu nome. Nas inúmeras reportagens publicadas sobre Vandeka, seu nome aparece de tudo que é jeito: Wandeca, Vandeca e Wandeka. Por isso, Luiz do Rosário Vieira Lobo, o Vandeka com “vê” e com “ka” prefere ditar seu nome.

Vandeka nasceu no distrito diamantinense de São João da Chapada em meados da década de 50. Filho de garimpeiros, ele seguiu os passos de seus pais somente até os 14 anos de idade, até perceber que “o garimpo era só ilusão”. Depois de cozinhar para os próprios garimpeiros, Vandeka foi procurar trabalho em Diamantina.

Lá, ironicamente, conseguiu emprego de ajudante de cozinha numa pousada de nome Garimpo. Aos 21 anos, no final da década de 70, tornou-se o cozinheiro-chefe. Nos anos 80, Tancredo Neves era seu fã. Nos anos 90, cozinhou para Fernando Henrique Cardoso no Itamaraty. Hoje, o chef do restaurante da Pousada do Garimpo é uma personalidade local em Diamantina. Espalhafatoso por natureza, cabeça levemente inclinada para a direita em sinal de atenção aos clientes que tanto elogiam sua comida, Vandeka está satisfeito por trabalhar com aquilo que ama.

Seus clientes preferem os tradicionais pratos típicos mineiros, sua marca registrada. Pode-se escolher entre bambá (termo usado para expressar confusão) de couve ou broto de samambaia com costelinha de porco, frango ao molho pardo, lombo com tropeiro, filé com ora-pro-nobis, ou o “ximxim da Xica”. Este consiste num tradicional frango com quiabo, invenção que Vandeka garante ser do tempo de Chica da Silva.

No cardápio, há uma nota sobre o prato: “o Ximxim da Xica é a própria caracterização do fato folclórico. Anonimato, tradição, domínio público ou aceitação popular? Quem seria Xica? Seria Xica da Silva? Seria Xica do Sílvio? Seria a cozinheira que este prato nos concedeu? Ou quem sabe Xica seria a própria galinha que morreu? Este prato na região é conhecido também por outros dois nomes: Chico Angu e Xi Angu. Segundo a história, esta iguaria era a preferida do nosso saudoso presidente Juscelino Kubitschek”.

Mas não pense que a refeição terminou após a última garfada do prato principal. O melhor ainda está por vir: os doces em compota de Vandeka preparado na cozinha do restaurante. Têm doce de laranja cravina, meia lua de casca de limão recheado com doce-de-leite, doce de abóbora com rapadura e fatia de queijo.

Um dos garçons explica: “a cravina é uma laranja típica da região, um pouco enrugada e amarguinha, mas uma delícia com queijo. Já o limão fica uns três dias de molho na água para perder o excesso de amargor. O doce de limão é recheado com doce de leite, uma combinação perfeita: o amargo com o doce”. Na saída, pode-se encontrar os doces em conservas expostos para venda. Estampada no rótulo, a figura sorridente de Vandeka

Frango com Quiabo (Ximxim da Chica)

Ingredientes:
• 800g de frango em pedaços
• 300g de quiabo
• 1 cebola roxa
• 1 molho de salsinha
• Cebolinha, alho e sal a gosto
• Colorau

Como fazer:
Refogar o frango com a cebola, a pimenta e o alho até dourar. Acrescentar colorau, 4 xícaras de água, e cozinhar por 20 minutos. Depois, é só adicionar o quiabo picado e cozinhar, com a panela tampada, por três minutos. Mexer com cuidado e deixar mais três minutos no fogo. Servir com angu de fubá. Porção para 4 pessoas.Receita fornecida por Luiz do Rosário Vieira Lobo, o Vandeca, da Pousada do Garimpo, em Diamantina

sábado, 14 de março de 2009

Zezinho, profissão: sineiro

Fonte: Revista Brasileiros
Texto: Fernando Granato

Ele vive na pequena Chapada do Norte, perto de Diamantina (MG), e desde criança cumpre com muito orgulho o ritual de tocar o sino da igreja e chamar os fiéis para as missas e festejos religiosos.

O clima é semi-árido. A vegetação lembra a da caatinga. Encravada entre a Serra do Espinhaço e a margem esquerda do Rio Capivari, em pleno Vale do Jequitinhonha, está a segunda cidade mais pobre de Minas Gerais. Antigo quilombo de negros fugidos de Diamantina, Chapada do Norte tem uma população de 15 mil habitantes, que vive basicamente de programas assistenciais, pensões por aposentadoria e do dinheiro mandado por quem saiu - boa parte dos homens foi trabalhar no corte de cana no interior de São Paulo.

Apesar disso, é uma das regiões culturalmente mais ricas do País, que preserva intactas manifestações artísticas típicas da população de origem africana. Cerca de 80% dos habitantes do município têm essa ascendência. É a terra de personagens fantásticos, como o sineiro Zezinho - o Quasímodo brasileiro -, que tem desde criança a função de chamar os fiéis para as missas, batizados, enterros e festejos religiosos.

Garimpando em Diamantina: Al Árabe

Aqui vai uma dica para se comer bem em Diamantina: o restaurande Al Árabe, situado na Praça Doutor Prado. No cardápio estão os tradicionais pratos da comida árabe: charuto de folha de uva, arroz com lentilhas, quibes, carne de carneiro e outros. Mas na minha opinião os grandes destaques são os famosos e irresistíveis bolinhos de falafel e os sanduíches em pão sírio. Para beber, há quem se arrisque em experimentar o exótico Arake, mas eu prefiro a cerveja Backer Brown com notas de chocolate. Para fechar a refeição não deixe de experimentar o café à moda árabe com semenstes de cardamomo. Mas o melhor da casa é a simpatia e o atendimento do proprietário e chef  Arhmad, sempre nos recebendo com o seu sorriso. 

quinta-feira, 12 de março de 2009

A Identidade da UFVJM

Texto:Professor Alexandre Christofaro Silva.

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, criada em 2005, tradicional desde 1953 e expandida em 2002 ainda não encontrou sua identidade. A expansão de 2002 agravou os problemas de infra-estrutura e o número de docentes e técnicos administrativos não cresceu na mesma proporção da expansão, estabilizando abaixo do mínimo necessário.

Este quadro contribuiu para a evasão de discentes e de docentes. No entanto, a mobilização da comunidade acadêmica para a elaboração do Estatuto trouxe à tona a discussão sobre a construção da Instituição e os rumos da UFVJM. Que Universidade somos? O Caráter regional está de fato incorporado na comunidade acadêmica? Teremos na qualidade da formação dos nossos egressos, na produção e na divulgação de conhecimentos, na responsabilidade social e na solidariedade os alicerces para alcançar a excelência como UNIVERSIDADE? Como alcançar esta excelência? Nos últimos anos vários indicadores sinalizam avanços nas condições de infra-estrutura e na qualificação docente, ainda que as mudanças ocorram em um ritmo mais lento que o necessário. A aprovação do Plano Diretor e as mais de 40 obras distribuídas pelos campi JK e Mucuri, a implantação do SIGA acadêmico e administrativo, as diversas ações da programas de extensão e cultura, a expansão da pós-graduação Stricto sensu e da infra-estrutura para a pesquisa, a implementação de programas institucionais de qualificação de docentes e de técnicos administrativos são alguns dos indicadores que sinalizam avanços.

Ainda temos muito que avançar, precariedades são uma realidade, mas com o trabalho de toda a Comunidade Acadêmica superaremos estes obstáculos e muito outros que ainda estão por vir. A oferta de mais de 13.000 vagas para docentes nas IFES demonstrou que o MEC, por meio do Programa REUNI, superestimou a reserva de Doutores no Brasil, o que tem causado problemas de fixação de docentes em IFES do interior, como a UFVJM. Novamente a UFVJM se depara com a evasão de docentes. A chance de trabalhar em instituições consolidadas e, ou de voltar para as proximidades ou para a terra natal atraiu muito de nossos docentes para outras instituições. Muitos dos quais foram aprovados em concursos de outras IFES e foram ou estão de partida da UFVJM, que reconhece o trabalho que fizeram, mas que também deve ser lembrado que esta Instituição contribuiu para a qualificação profissional desses docentes.

Esta situação deve permanecer até a estabilização do REUNI, ou seja, até 2013 e quem paga a conta são os estudantes de graduação e pós-graduação das IFES menores, ainda não consolidadas e distantes de grandes centros urbanos, como a UFVJM. Gestão junto às Prefeituras para a melhoria da prestação de serviços nas cidades que possuem campi, financiamento da Caixa Econômica Federal para professores e técnicos administrativos contratados para trabalhar nos cursos do REUNI e a melhoria das condições de trabalho estão entre as ações que podem contribuir para minimizar a evasão, mas ainda assim são insuficientes.
Novamente os paradigmas da época da elaboração do Estatuto voltam à tona. Precisamos refletir e discutir amplamente que Universidade estamos construindo e QUAL É A IDENTIDADE DA UFVJM? 

Com a palavra, a Comunidade Acadêmica.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Filme romântico com Juscelino estréia sexta

Desde 2005 na fila dos sem-tela, "Bela Noite para Voar" chega aos cinemas na sexta-feira, com José de Abreu na pele do mineiro Juscelino Kubitschek de Oliveira (1902-1976), rompendo um tabu do cinema brasileiro de ficção: eleger uma figura política como um herói romântico. "O brasileiro tem vergonha de seus heróis, talvez por isso haja poucos filmes nacionais de ficção sobre figuras políticas, ao contrário de Hollywood", diz o diretor Zelito Viana, que dedicou "Bela Noite Para Voar" como um tributo ao produtor Nei Sroulevich, morto em 2004 durante a preparação do projeto. Longe das telas desde "Villa-Lobos - Uma vida de Paixão" (2000), Viana evoca no longa-metragem, orçado em cerca de R$ 5 milhões, velhas saudades do "Brasil bossa nova" ao refletir sobre um projeto que põe JK na mira do amor. "Até Juscelino, nós vivíamos aquilo que Nelson Rodrigues chamava de ‘complexo de vira-lata’, mas ele mexeu com a nossa autoestima. O Brasil teria sido um outro país, sem brilho, se não fosse por ele", explica o cineasta cearense, radicado no Rio desde a juventude. Responsável pela produção de filmes emblemáticos como "Terra em Transe" (1967), de Glauber Rocha, e "Cabra Marcado para Morrer" (1984), de Eduardo Coutinho, Viana se volta para o processo de construção de Brasília para narrar uma trama passada em 24 horas, levemente inspirada no romance homônimo de Pedro Rogério Moreira.

De um lado, há um clima de thriller: um grupo de militares esboça um golpe planejando derrubar o avião presidencial. Do outro, há uma love story: envolto com negociações com os norte-americanos e outros problemas da administração pública nacional, Juscelino embarca em um voo para Minas Gerais para rever Princesa (Mariana Ximenes), amante com quem manteve um relacionamento durante anos. "Juscelino tinha a capacidade de fazer as pessoas se apaixonarem por ele. Há uma frase de um opositor udenista que dizia: ‘Se brigar com Juscelino, fique a 30 metros de distância porque, se ele abrir aquele sorriso e aqueles olhinhos, você perdeu a briga’", diz o gaúcho José de Abreu, que já havia interpretado Juscelino antes, nos palcos, em uma peça dirigida por Luiz Arthur Nunes. "Em 1989, fui escolhido pela própria dona Sarah Kubitschek, que me viu na minissérie ‘Anos Dourados’ no papel de um militar juscelinista. Na pesquisa, juntei 12 horas de fitas gravadas com a dona Sarah, que me deu uma lista de pessoas para procurar."

Biografado na minissérie "JK", exibida pela Rede Globo em 2006, Juscelino já passou pelas telas com destaque no passado. Em 1980, o documentário "Anos JK - Uma Trajetória Política", de Silvio Tendler, arrastou 800 mil brasileiros aos cinemas dissecando o Plano de Metas do estadista que presidiu o Brasil de 1956 a 1961, com a lógica de crescimento do "50 anos em cinco". "Não há tantos políticos tão queridos pelo público brasileiro quanto ele. A imagem da política no Brasil ainda é muito associada à questão dos conchavos e dos escândalos. Nos EUA, é diferente. Para além do Obama, presidente é popstar. Basta ver quantos filmes existem sobre Kennedy ou Nixon", lembra Abreu. Ao revolver a imagem de JK, "Bela Noite Para Voar" inaugura um ciclo de novos longas ficcionais sobre figuras presidenciais. O próximo da fila é "Lula, o Filho do Brasil", de Fábio Barreto, que estreia em janeiro. Há ainda o projeto "Dr. Getúlio", de Daniel Filho. Zelito Viana já prepara um próximo projeto: a versão do livro infanto-juvenil "Bisa Bia, Bisa Bel", de Ana Maria Machado.

Projeto obriga políticos a matricularem seus filhos em escolas públicas

O senador Cristovam Buarque apresentou um projeto, no mínimo, muito interessante na área da educação. O projeto de lei propõe que todo político eleito (vereador, prefeito, deputado, etc.) seja obrigado a colocar os filhos na escola pública. De acordo com o senador quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar. E todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que temos no Brasil.  Acho muito muito difícil sua aprovação, pois alegarão inconstitucionalidade, já que toda pessoa tem o direito de escolher a forma de educação de seus filhos. Mas a discussão está lançada.

Seria interessante transferir essa idéia para outras sitauções: o ministro dos transportes teria que andar de ônibus lotado ou viajar por nossas estradas cheias de buracos; o secretário de saúde deveria ser atendido nas longas filas do SUS e assim por diante. Provavelmente a situação melhoraria para grande parte da população.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Domingo no parque ou negligência do poder público?

Texto: Professor Wellington F. Gomes

No primeiro dia de março, mês que completo cinco anos de Diamantina, fui pela primeira vez, e altamente entusiasmado, levar minha filha (3,5 anos) para passear na mais nova praça pública do município. Uma tarde de domingo.

Estávamos preparados: bicicleta, cachorro, máquina fotográfica e mil idéias e desejos. Escorregador, balanço, caixa de areia, sombra,... Oba! Era isto que esta cidade estava precisando! Pensava comigo!

Estacionamos, descarregamos as coisas do carro, sem saber que infelizmente em poucos minutos estaríamos descarregando eram nossos desejos, nossas expectativas, nossa esperança que desta vez teríamos um local público mais saudável. Local este onde nós enfim poderíamos saborear os domingos e os finais de tarde sob a sombra das árvores, observando o charme da cidade.

Mas este artigo poderia ter outros títulos, como: “Negligência da prefeitura fere criança em município mineiro!”; “Quem deveria cuidar fere: com a palavra o poder público municipal”; “Desperdício do dinheiro público fere duplamente o cidadão: no bolso e na pele” ou ainda “Brinquedos para ferir e não para divertir!”.

Vamos aos fatos. A praça, ou melhor, o “Parque Urbano da Praça de Esportes” foi inaugurado em dezembro de 2008 e muito comemorado pelos habitantes locais. Até então não tínhamos ambiente parecido na cidade, cuja escassez de árvores é evidente.

Agora, em menos de três meses, constatamos que nenhum brinquedo funcionava. Eu decepcionado, minha filha meio sem graça olhava para aqueles ferros sem objetivos, instalados na caixa de areia suja! Sobram lixo e mato para todo lado. Até aí tudo bem, decepção instalada.

Continuo a explorar o ambiente, sem acreditar na grande tarde de domingo que havia prometido a minha filha. Armadilhas ardilosas eram encontradas por toda parte! Buracos, vidros, bueiros sem tampas, tijolos, madeiras com parafusos e pregos,...

Comecei a fotografar! Maquina que deveria captar minha filha se divertindo começou a ser usada para registrar o descaso com o dinheiro público e com o maior e unicamente verdadeiro patrimônio da humanidade: as crianças!

A tragédia anunciada aconteceu! Uma criança chorando! Do pé escorria sangue. Usava a camisa do seu time. Tinha jogo naquele domingo! Ele e a família não viram a partida de futebol já que foram para um dos dois hospitais da cidade!

Enquanto enrolava o pé do garoto com o papel higiênico que peguei no carro, seu pai com a voz engasgada dizia “trouxe meu filho aqui para sair um pouco da frente da televisão, mas acho que agente deveria ter ficado em casa jogando vídeo-game mesmo” e ele completou ao sair carregando seu filho não antes de agradecer pelo papel “vou agora com ele para o pronto socorro”.

Um ferro retorcido bem no fim do escorregador era o culpado.

Não só ele!

Esta lesão no pé da criança cai sobre as costas dos gestores municipais!"

sábado, 7 de março de 2009

As áreas de proteção ambiental na região de Diamantina















Devido a sua riqueza de fauna e flora,  a região de Diamantina está cercada de alguns parques estaduais e federais. Basta olhar no mapa para compreendermos que estamos rodeados de várias áresa de proteção ambiental que merecem uma visita. Á primeira vista, a região pode nos parecer inóspita e sem vida, mas quando explorada nos encontramos água em abundância, belas formações rochosas e, principalmente as riqueza do Espinhaço.

 Segue abaixo algumas informações dos parques próximos à cidade de Diamantina:

Parque Nacional das Sempre-Vivas

O parque Nacional das Sempre-Vivas foi criado em dezembro de 2002, protegendo uma área de 124.555 hectares, inserida em 4 municípios: Diamantina, Buenópolis, Bocaiúva e Olhos D`água. As áreas apresentam fisionomias diferentes, contendo registros de mata densa de fundo de vale, campos rupestres de altitude e uma grande concentração de nascentes, entre elas a do Rio Jequetinhonha. Atualmente o parque ainda está em fase de implantação e permanece fechado à visitação pública, qualquer incursão nesta área dever ser autorizada pela chefia da unidade em Diamantina. 

 O acesso mais fácil à unidade se dá pelo distrito de São João da Chapada e depois pelo povoado dos Macacos, onde cerca de 50 pessoas, a maioria idosos, vive tranqüilamente da aposentadoria e de pequenos negócios. Os mais jovens abandonaram o lugar e partiram em busca de estudo e dos atrativos da cidade grande. Depois de algumas horas em estradas precárias, mas com um visual impressionante, já é possível observar os contornos da Serra do Galho, dentro da extensa Cordilheira do Espinhaço. Nesta região, a antiga casa da Fazenda Kolping, serve como ponto de apoio para a recém criada brigada de incêndio do parque. Para todos os lados, as montanhas rochosas fazem parte da paisagem, dividindo espaço com campos floridos e árvores contorcidas.

Parque Nacional da Serra do Cipó

O Parque Nacional da Serra do Cipó foi criado em 1984 para proteger a fauna e flora da Serra do Cipó, as espécies endêmicas da região e, além de tudo, os importantes elementos históricos e culturais presentes dentro de seus 33.800 hectares.

A Serra do Cipó faz parte da Cordilheira do Espinhaço e, juntamente com um braço da mesma, divide as águas das bacias dos rios São Francisco e Doce. A paisagem apresenta um conjunto de montanhas, rios, cachoeiras e campos e está dividida em duas grandes formações: a do Espinhaço, montanhosa e a da bacia do médio rio Cipó, semi-montanhosa, que corresponde à região dos vales. As chamadas rochas em dobramento, afiados obeliscos de granito, são marcantes na região.A flora apresenta três conjuntos de vegetação: mata de galeria, campo cerrado e campo rupestre. Foram catalogadas mais de 1.600 espécies diferentes de flores na região, algumas únicas do lugar. 

Parque Estadual do Biribiri

Está inserido no complexo da Serra do Espinhaço. A Vila Biribiri, inserida na área do parque, tem importante registro da história da indústria têxtil mineira. Foi nessa área que funcionou a fábrica de tecidos, criada pelo Bispo Dom João Antônio dos Santos, em 1876, uma das primeiras comunidades fabris do estado.

As pessoas que passam por Biribiri se encantam não somente por seu casario, mas principalmente pelas paisagens de beleza cênica, com seus rios de leitos de pedras, formando cachoeiras e atravessando campos. A área abriga várias nascentes e cursos d'água: o Rio Biribiri, que moveu as turbinas da hidrelétrica geradora da força motriz da fábrica de tecidos; o Rio Pinheiros e diversos córregos, sendo os mais famosos o Sentinela e o Cristais. Os descendentes dos proprietários da fábrica contam histórias sobre os suntuosos degraus da Cachoeira dos Cristais, cujas rochas teriam sido cortadas com talhadeiras pelos proprietários da época, à procura de diamantes. Hoje, o local é um centro cultural e histórico.

 A cobertura vegetal nativa é composta por Cerrado, Campos Rupestres e Matas de Galeria. Podem ser encontrados diversas espécies da fauna, muitas delas ameaçadas de extinção, como o lobo-guará e a onça-parda ou suçuarana. 

Parque Estadual do Rio Preto

Está localizado no município de São Gonçalo do Rio Preto, distante 56 Km de Diamantina. Foi o primeiro a receber o marco de referência da Estrada Real, que vai de Parati (RJ) até Diamantina.A história da unidade de conservação está ligada às lendas e mitos dessa antiga área de mineração. Na área, segundo relatos, se escondiam escravos fugidos que conheciam bem suas matas e rochas por haverem trabalhado na construção da Estrada Real. Muitos conseguiram se safar das perseguições dos capitães-do-mato e se juntar a quilombos no interior da Bahia.

O Parque Estadual do Rio Preto está inserido no complexo da Serra do Espinhaço. Possui um relevo acidentado repleto de rochas de quartzo que formam belíssimos painéis. Com uma área total de 10.755 hectares, a unidade de conservação abriga diversas nascentes, dentre as quais se destaca a do Rio Preto, um dos mais importantes afluentes do Araçuaí, por sua vez afluente do Rio Jequitinhonha. Os recursos hídricos privilegiados favorecem a formação de cachoeiras, piscinas naturais, corredeiras, sumidouros, canion e praias fluviais com areias brancas.Entre os inúmeros atrativos turísticos, destacam-se as cachoeiras do Crioulo e da Sempre Viva, as pinturas rupestres e os mirantes naturais que permitem aos visitantes observar toda a área da Unidade e do entorno.

Parque Estadual do Pico do Itambé

Possui riquezas naturais como cachoeiras, cursos d'água e vegetação únicas. Abrange em seus domínios, várias nascentes e cabeceiras de rios das bacias do Jequitinhonha e Doce. No Parque situa-se o Pico do Itambé, com seus 2.002 metros, um dos marcos referenciais do Estado. Campos rupestres de altitude e cerrado compõem a cobertura vegetal nativa do Parque. Nos fundos de vales ocorrem manchas de solos de aluvião, de maior fertilidade, sobre os quais se desenvolve exuberante mata pluvial altimontana, onde podem ser encontradas espécies como o pau-d'óleo, a sucupira, o ipê, o cedro, o jatobá, o ingá e a candeia, entre outras. Nos campos de altitude ocorrem espécies raras e endêmicas de orquídeas. Uma fauna bastante rica relaciona-se com a diversidade florística e com os recursos hídricos. Dentre os animais, constantes da lista oficial de animais ameaçados de extinção, destacam-se a onça-parda e o lobo-guará.

Fontes: Ecoviagem e IEF

Chica da Silva e o Dia Internacional da Mulher

O cinema e a TV impuseram-lhe uma imagem de mulher exuberante, sensual, dominadora e que abalou os alicerces da arraigada ordem social na Diamantina do século 18. Mas Chica da Silva, a ex-escrava que se uniu a um contratador de diamantes e com ele teve 13 filhos, foi um mito cuidadosamente construído nos últimos dois séculos, e que vem sendo desmontado por pesquisas recentes, como a da professora Júnia Ferreira Furtado.

O legado apetite sexual, a promiscuidade e as crueldades que sempre pontuaram as histórias contadas sobre Chica da Silva, a ex-escrava que freqüentou a fechada elite mineira do século XVIII, podem não passar de mitos. É o que sugere a professora Júnia Furtado, a  autora de estudo que mostra que a ex-escrava não era a mulher devassa retratada no filme Xica da Silva, de Cacá Diegues, lançado na década de 70, ou na novela homônima da Rede Manchete, exibida no ano passado.

De acordo com a historiadora, Chica nunca foi uma redentora de escravos ou da raça negra. Era uma grande proprietária e procurou imitar os hábitos da elite branca. Teve 13 filhos num período de 15 anos e não amamentou essas crianças. Ela procurou se comportar como uma mulher da elite, e se, por um lado, alcança essa condição por causa do concubinato com o contratador, por outro a saída de João Fernandes não altera em nada o status de Chica na sociedade. Depois que o contratador volta a Portugal, ela casa algumas de suas filhas com militares portugueses de baixa patente e consegue o apadrinhamento das maiores autoridades do Tijuco. Essa visão de uma Chica que escandalizava a sociedade não tem o menor respaldo na documentação histórica. Ela foi uma entre várias mulheres negras ou mestiças que conseguiram entrar no universo dos brancos.

Aproveito a oportunidade para parabenizar todas as mulheres pelo Dia Internacional da Mulheres. Vocês que são exemplo de perseverança e luta pela igualdade social.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Diamantina, a Atenas do Norte.

O apelido de ATHENAS DO NORTE foi um termo arquitetado pelas elites diamantinenses na segunda metade do século XIX em clara referência ao intenso movimento e profusão da escrita e da leitura noticiada pela imprensa local. Já nos primeiros anos de império, as elites da antiga Vila do Príncipe e da recém criada Vila Diamantina ampliaram seu espaço de representação política. Do espaço restrito do “País do Serro” do século XVIII, interessava agora, no século XIX, a avastidão de todo o Norte de Minas. Até 1840, os jornais intitulavam-se refletindo os limites físicos da região: “Tribuna de Serro ou Serrano”; a partir de 1860, refletem a expansão da representação política e espacial para o norte da província como “O Jequitinhonha e o liberal do Norte”. Nessa mesma época foi fundado o Colégio Ateneu de São Vicente em clara referência ao lugar público onde os antigos gregos liam as suas obras.

Em torno da mineração constituiu-se um importante núcleo de abastecimento alimentar local, além de um expressivo setor de produção de artefatos de ferro, mobiliário, algodão e cerâmica, necessários à manutenção e expansão da atividade principal mineradora. Principalmente no Arraial do Tijuco, uma expressiva e dinâmica atividade comercial se estabeleceu. Arreios, selaria, panos finos, tecidos grossos de algodão, agasalhos para o frio, rendas, vinhos, aguardentes de cana e outros, enfim, uma variada lista de produtos podia ser encontrada no comércio do Arraial.

O conjunto formado pelo setor minerador principal, agricultura, manufaturas do ferro, madeira, cerâmica e algodão, somado a um crescente e diversificado mercado consumidor, levou o Arraial um dinamismo em que parte da população desenvolveu gosto pela leitura e o refinamento dos hábitos, semelhantes às elites européias.

Sem conseguir analisar de forma clara as mudanças que já se anunciavam, as elites diamantinenses, atordoadas pelo recente progresso material, envaideciam-se com o seu patrimônio cultural, inteligentemente construído. Afirmava o escritor Júlio Maria que “Além do progresso material, Diamantina foi sempre o berço de muitos literatos, artistas e homens de sciencia-ninho onde se emplumaram muitas águias que devassaram as mais altas regiões do saber. – Cabe-lhe pois, com verdade e justiça o glorioso epitheto de Athenas do Norte.”

Dica do Passadiço Virtual:  Athenas do Norte é também é uma delikatessen de Diamantina que oferece vinhos de ótima qualidade e com preços honestos. Vale a pena dar uma garimpada por lá.

Recicle seu óleo de cozinha: uma idéia simples e inteligente

Sempre me entusiasmo com as idéias  simples e que realmente contribuem de forma positiva para a vida das pessoas. Não que eu seja contra a pesquisa básica,  mas admiro aqueles que conseguem desenvolver projetos inteligentes e que solucionam problemas práticos do cotidiano da sociedade.

Não sou um especialista em combustíveis, mas fiquei impressionado com a proposta da equipe do Laboratório de Biocombustíveis da UFVJM. O obejtivo do grupo é recolher e transformar o óleo de cozinha usado, que normalmente é lançado no ralo da pia, em biodísel, o combustível verde. Trata-se um projeto que merece nosso respeito e apoio. 

O óleo usado, quando lançado na rede esgoto, é capaz de contaminar a água  e causar uma série de danos ao meio ambiente. Cabe a nós, consumidores, a simples tarefa de recolher o óleo usado em garrafas plásticas e encaminhá-las aos postos de coleta: Auto Escola Gabriela, Athenas do Norte, Posto Rio Grande, Academia Splash e campus 1 da UFVJM. 

Parabéns ao grupo de responsável pela proposta e às empresas e cidadãos que estão dando a sua simples e importante  contribuição para preservação do meio ambiente.

terça-feira, 3 de março de 2009

Programação comemorativa do 171º aniversário Diamantina.

Parabéns Diamantina. Confira abaixo a programação  dos eventos de comemoração do aniversário da cidade.

Dia 03 de Março- Terça- feira.
8 horas: 1º Encontro de meio ambiente e desenvolvimento rural de Diamantina.
Local: Mercado Velho   

Dia 5 de Março – Quinta- feira. 
- Lançamento do Projeto Cuidar Diamantina e inicio do mutirão de prevenção do câncer do colo do útero. 
Horário: 17 horas 
Local: Mercado Velho 
19 horas - Apresentação e discussão das propostas e diretrizes do governo 
Local: Mercado Velho   

Dia 6 de Março- Sexta-feira
5 horas: Alvorada festiva e banda de música 
6 horas: Repique de sinos 
8 horas: Projeto abraço pela paz Caminhada do Largo D. João até a Catedral, Praça Conselheiro Mata. 
12 horas: - Repique de sinos. Sexta cultural no Mercado Velho com artesanato e praça de alimentação. 
17 horas: Papo de artista pra Diamantina 
18 horas: Repique dos sinos 18h30m: shows de MPB 
20 horas: Abertura da exposição de orquídea Delicadeza urbana com intervenções artísticas em vários pontos da cidade.   

Dia 7 de Março - Sábado. 
Feira cultural no Mercado Velho. 
9 às 21 horas: Exposição de orquídeas. 
10 horas: Concurso de piadas 
12 horas: Shows: sertanejos, MPB, pereira da viola. 
16 horas: Eventos para crianças. 
Local: Praça do Mercado Velho. 
20 horas: - Apresentação do coral lírios do vale. - Concerto para Diamantina 
Local: Praça Dr. Prado.   

Dia 8 de Março – Domingo 
7 horas: - Corrida rústica Largada: Praça do Mercado Velho. 
7h30min. - Missa em ação de graças. Local: Catedral Metropolitana. 
9 horas: - Café no beco especial. - 
Bolo de aniversario e parabéns para você. 
- Atividades para crianças e banda de musica. 
- Apresentação do bloco de percussão Iuquerê. 
Local: beco da tecla 
19 horas: - Culto em ação de graças. 
Local: Igreja Assembléia de Deus Rua Getulio Vargas – Vila Operária.

domingo, 1 de março de 2009

Novo filme de Helvécio Ratton narrará caça ao tesouro em Diamantina


Pedras preciosas, na Idade Média, eram consideradas estrelas caídas do céu. Daí surgiu a ideia para o título do novo longa-metragem de Helvécio Ratton, cineasta mineiro, diretor de “Batismo de Sangue” (2007). Contemplado pelo Filme em Minas, Programa de Estímulo ao Audiovisual, “Estrelas Caídas do Céu” contará a história de uma caça ao tesouro em Diamantina. Na cidade do interior de Minas Gerais, um adolescente encontra uma carta sobre diamantes roubados no século XVIII e, com ajuda do irmão e de duas garotas, sai em busca das riquezas escondidas. 

“O título traz todo o mistério que pedras preciosas sempre representaram desde épocas antigas até os dias atuais”, acredita Helvécio. Inspirada em fatos históricos, o cineasta conta que a ideia do filme surgiu há cerca de 20 anos, quando estava gravando seu primeiro longa-metragem, “A Dança dos Bonecos” (1986). Um senhor italiano, escalado para o elenco, dono de uma loja de máquinas no centro de Diamantina, contou ao diretor um caso sobre um famoso roubo de diamantes que ocorreu na cidade histórica em 1752. 

O acontecido nunca foi esclarecido e a culpa do sumiço das pedras caiu sobre o contratador de diamantes Felisberto Caldeira Brant, que foi preso e mandado para Lisboa. O roubo é citado, em livros, como fato misterioso e os diamantes nunca foram encontrados. 

Baseado nessa história, Helvécio criou um filme dirigido aos adolescentes. A proposta, segundo ele, é construir uma narrativa moderna, em que o passado retorna ao presente por várias formas. Uma delas será por meio do iphone de uma menina, que se conecta ao Google e descobre que a história do tesouro é verdadeira. “Estamos lidando com uma geração que é muito conectada, que tem mais acesso à informação com a Internet e com o celular, do que com os livros. Iremos colocar as duas linguagens não em choque, mas mostrando duas formas diferentes de se chegar aos fatos históricos”, conta. O filme não terá nenhuma pretensão didática. “O que está presente é o fato de que nossa história pode ser muito interessante, assim como a de outros países”, acredita.