quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dilma em Diamantina?

Radar on-line: e agora Dilma?

Por Lauro Jardim, na Veja

Dilma Rousseff já é ex-ministra há algumas horas. Sua candidatura experimentará um novo desafio a partir de hoje: como avançar na corrida eleitoral nos 97 dias que separam sua saída da Casa Civil e o início oficial da campanha eleitoral, no dia 5 de julho? Até agora Dilma era levada praticamente no colo por um popularíssimo Lula, que a acompanhava em comícios travestidos de inaugurações. Essa parte da pré-campanha ficou para trás.

Para tentar segurar os cerca de 30% de intenções de voto que alcançou, os estrategistas de sua campanha estão programando aparições da candidata em palestras nos sindicatos, entidades patronais, ONGs. Estão previstas também um sem-número de entrevistas (neste período, quanto mais, melhor) e viagens para lugares que possam atrair holofotes. Na semana que vem, por exemplo, fará o que o marketing de sua campanha venderá como um "roteiro sentimental" por Minas Gerais, onde viveu até os 21 anos - não por acaso, o segundo colégio eleitoral do Brasil. Dilma irá a Belo Horizonte, Ouro Preto, Diamantina. Fora isso, Dilma contará também com algum tipo de ajuda de Lula, especialista em driblar (e debochar da) lei eleitoral. Contará também com o auxílio nada desprezível da economia em franco aquecimento. Será o suficiente? Eis uma resposta que ninguém tem.

Mas e José Serra? Não estaria com o mesmo abacaxi nas mãos ao largar hoje o governo de São Paulo? Não. Serra situa-se há quase dois anos na faixa entre os 30% e 40% do eleitorado. É um percentual consolidado. Não há porque cair sem a exposição que o governo de São Paulo lhe dá. Dilma, não. Pode-se até supor que o seu piso está na faixa entre os 25% e 30% das intenções de voto, mas ninguém (nem no PT) tem certeza disso. Agora, Dilma será a protagonista dos atos de pré-campanha. Seus discursos unanimemente tidos como enfadonhos (até por Lula, ressalte-se) deverão saltar mais aos olhos. Sua falta de jeito típica de quem nunca pediu voto ficará mais nítida (Aliás, fora os generais, é a primeira candidata a presidente desde 1945 sem qualquer experiência eleitoral). Numa palavra, Dilma passa a andar com os próprios pés na caminhada eleitoral.

Um comentário:

  1. Fernando, sobre o percentual de intenções de voto imaginado pelo articulista da revista Veja, cabe registrar interessante notícia do Estadão sobre encontro de representantes dos mais significativos institutos de pesquisa de opinião, em 22 p.p. Naquela oportunidade, o diretor do Vox Populi, João Francisco P. Meira (diamantinense de muito boa cepa, diga-se de passagem)faz previsões diferentes, no que foi acompanhado, de certa forma, pelos demais participantes da reunião.

    Registramos a notícia no Micuim (http://www.micuim.org/?p=8063), mas pode-se consultar a fonte no endereço http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,nao-e-impossivel-imaginar-que-a-dilma-ganhe-no-1-turno-diz-diretor-do-vox-populi,527828,0.htm

    Quanto à visita da ex-ministra a Dimantina, se realmente acontecer, espero que a Cidade saiba avaliar bem como foi tratada no atual governo em comparação aos anteriores, de forma a optar de forma coerente com a condução de seu futuro.
    Abraço.

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