sexta-feira, 30 de abril de 2010

Melhor atriz de curta de MG é de Diamantina

Aconteceu no dia 07 de abril no Palácio das Artes em BH a entrega do 15º Prêmio Sesc/Sated, que premiou os melhores artistas mineiros em várias categorias. A diamantinense Camélia Guedes, estudante de Engenharia Florestal da UFVJM ganhou o prêmio de melhor atriz de curta metragem pelo filme "150 miligramas" de André Novaes.

Camélia residia em Belo Horizonte, onde estudava teatro e foi convidada para atuar no filme. Logo após voltou à Diamantina para estudar na UFVJM mas ainda continua desenvolvendo trabalhos artísticos.

Arte e cultura do Vale na UFMG

A arte e a cultura do Vale do Jequitinhonha  mais uma vez será mostrada  na 11ª Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha da UFMG que acontecerá de 03 a 08 de Maio naPraça de Serviços, campus Pampulha.

A feira funcionará de segunda a sexta-feira de 8h30 às 18h e no sábado de 8h30 às 13h.

Programação artística
11ª Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha na UFMG
Praça de serviços da UFMG – Campus Pampulha

Dia 03/05 – segunda-feira
12h30: Apresentação da Corporação Musical Euterpe Homero Maciel [Turmalina - MG]
Regência: Valdir Alves dos Santos

Dia 05/05 – quarta-feira
12h30: Show com Nino Aráss e banda [Diamantina - MG]
[Quarta Doze e Trinta]

Dia 06/05 – quinta-feira
16h30: Homenagem às mestras Zefa, de Araçuaí, e Dona Ana do Baú, de Minas Novas
18h: "Incelente Maravia" - show com Pereira da Viola

Dia 07/05 - sexta-feira
12h30: ‘Histórias de Cordel’ - Murion Cia. de Teatro [Padre Paraíso]

Serviço:
11ª Feira de Artesanato do Vale do Jequitinhonha da UFMG
03 a 08 de Maio de 2010
Segunda a sexta-feira de 8h30 às 18h e sábado de 8h30 às 13h
Praça de Serviços da UFMG
Av. Presidente Antônio Carlos, 6627 - Campus Pampulha
Entrada franca

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Cine Mercúrio terá mostra de filmes argentinos e uruguaios

Fonte:  UFVJM

Durante o mês de maio, o Cine Mercúrio irá apresentar o ciclo “Cárceres Sociais: mostra rio-platense (Argentina e Uruguai)”, que inclui filmes com a temática da ditadura militar na América Latina e títulos que tratam de outras modalides de cerceamento social, cultural e político.

As sessões acontecerão na Casa de Chica da Silva, em uma parceria da UFVJM com o Escritório Técnico do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Diamantina. A entrada é gratuita e aberta ao público. O espaço tem capacidade para 35 pessoas. Serão distribuídas senhas 30 minutos antes de cada exibição.

Além das sessões às quartas-feiras, que já vinham sendo realizadas no horário das 19h30, haverá três sessões aos domingos (nos dias 16, 23 e 30), às 18h00.

A iniciativa busca fomentar a atividade audiovisual na Universidade e acontece em parceria da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, o Instituto de Humanidades e a Diretoria de Relações Internacionais da UFVJM, o Consulado da Argentina em Belo Horizonte e o Escritório Técnico do Iphan em Diamantina, por meio do Programa Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura.

  • Programação:

05/05, quarta, às 19h30
Crônica de uma fuga
(Argentina, 2006)
Direção: Adrián Caetano
Sinopse: Um grupo a serviço do governo militar argentino sequestra Claudio Tamburrini, goleiro de um time de pouco destaque, e o arrasta a um centro de detenção clandestino, a Mansão Seré, onde vários jovens convivem à espera de que seus destinos sejam decididos.


12/05, quarta, às 19h30
Whisky
(Uruguai, Argentina, Alemanha, Espanha, 2003)
Direção: Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll
Sinopse: A vida de Jacobo se resume a administrar sua fábrica de meias. Marta é a empregada de confiança, e  relação entre eles é estritamente profissional. A rotina de Jacobo se vê ameaçada pela visita do irmão Herman, que desencadeia uma série de situações prosaicas e patéticas.


16/05, domingo, às 18h00
Valentin
(Argentina, Holanda, França, Itália, Espanha, 2002)
Direção: Alejandro Agresti
Sinopse: Buenos Aires, 1960. Valentin é um menino de nove anos que vive com a avó. Seu pai vive ocupado trabalhando e a mãe está desaparecida desde a separação do casal. Solitário, Valentin divide o tempo sonhando em se tornar um astronauta e ouvindo as histórias contadas pela avó.


19/05, quarta, às 19h30
Clube da Lua
(Argentina e Espanha, 2004)
Sinopse: Um emblemático clube de bairro com uma história de esplendor hoje está imerso em uma grave crise: parece que a única saída é que se converta em um cassino, nada mais distante dos princípios de seus fundadores na década de 40.


23/05, domingo, às 18h00
O mesmo amor, a mesma chuva
(Argentina e EUA, 1999)
Direção: Juan José Campanella
Sinopse: Jorge escreve contos românticos para uma revista. Aos 28 anos, é uma jovem promessa da literatura argentina, mas não consegue se fazer notar. Uma noite, conhece a garçonete Laura, com quem irá manter uma relação de encontros e desencontros ao longo de duas décadas.


26/05, quarta, às 19h30
O banheiro do Papa
(Uruguai, Brasil e França, 2007)
Direção: Enrique Fernández e César Charlone
Sinopse: É 1988 e o Papa João Paulo II visita Melo, pequena cidade fronteiriça do Uruguai. O Pontífice iniciará uma jornada pela América Latina por essa comunidade, onde o esperam mais de 50 mil pessoas. Muitos estão convencidos de que a visita será milagrosa para a alma e para o bolso.


30/05, domingo, às 18h00
O abraço partido
(Argentina, Espanha, França e Itália, 2004)
Direção: Daniel Burman
Sinopse: Ariel é um jovem de vinte e poucos anos que largou a faculdade e ainda vive às custas da mãe, dona de uma loja de lingeries. Ele sempre estranhou o fato de nunca falarem em casa sobre seu pai, que nos anos 70 partiu para lutar na Guerra do Yom Kippur, em Israel, e nunca mais voltou.

  • Serviço:

Local: Casa de Chica da Silva (Escritório Técnico do Iphan)
Endereço: Praça Lobo de Mesquita, 266, Centro - Diamantina/MG
Horário: 19h30 (às quartas-feiras) e 18h00 (aos domingos)
Entrada: Gratuita
Informações: 3532-6070

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Veradiamantinabrasília

Autor: Fernando Brant, no Estado de Minas 28/04/2010

Passei o fim de semana em Brasília, para rever e homenagear amigos. Aquele céu azul de arrebentar que eu cantei junto com Toninho Horta estava lá. Mas o bom mesmo é saber que tenho pouso seguro e carinhoso por aquelas bandas. Meu gosto de abraçar pessoas combina muito com o ambiente brasiliense. Vera Brant que o diga, ela a verdadeira expressão da cidade e sua história. E é pensando nela e nas amizades que ela me proporciona que eu sigo nessa minha crônica viagem.

Pois ainda me espanto diante da grandiosidade e da beleza de Brasília. Certa noite, que me perdoem os muito religiosos, passando com algumas taças a mais de vinho diante da catedral, embasbacado diante do gestual humano chamando pelas alturas, por Deus, veio-me uma ideia e uma frase: “Ela só poderia ter sido criada por um ateu.”

Essas emoções me levam à minha infância distante, em 1955, na Diamantina que é minha, de meu pai, de Vera, de JK e de tantos sonhadores, profetas de utopias que se realizam. Na praça atrás da catedral havia um mundão de gente. Tudo é muito grande quando somos meninos. Minha família, todas as famílias estavam lá para assistir ao comício do candidato diamantinense à Presidência da República. Os discursos, óbvio, inflamavam a multidão. Mas como se tratava de um candidato da cidade – aquela beleza colonial que tem um povo de coração aberto para a lua, a música, o cantar e o namorar – a política tinha de se misturar com as canções.

Foi o primeiro showmício de minha vida. Enquanto os políticos se revezavam no palanque em frente à prefeitura, logo no prédio ao lado, da sacada, para dar molho artístico ao grande momento, o artista Caxangá cantava seus improvisos. O refrão era: “Eu vi um nego sentado no bueiro da usina, de chapéu de panamá, de gravata e de botina”. Aí ele passava a brincar com as pessoas da plateia, inventando casos, provocando; enfim, alegrando toda a gente. Ao fim de cada improviso, em que se concentrava em uma vítima escolhida ao acaso, todos riam e batiam palmas.

Era uma noite calma em minha cidade, apesar de tanta gente reunida na praça, no Centro. Aquele friozinho gostoso, aquelas ruas de pedras capistranas, a longa subida até a casa onde morávamos. Alguns meses depois – como esquecer esse acontecimento da infância? –, meu pai foi pela primeira vez ao Rio de Janeiro para assistir à posse de seu conterrâneo. Eleito, JK voltou várias vezes à nossa terrinha onde, dizem, só os sinos não bebem cachaça. Fui encontrá-lo muitos anos depois, no centro da mesma praça, voltando do exílio. Eu, Milton Nascimento e amigos o chamamos de presidente. Ele sorriu, gostou, e nos ouviu cantar o Beco do Mota.
Vejo Vera, vejo Brasília e me lembro do menino que fui, naquela noite, naquele comício em Diamantina.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Dicionário traz vida e obra de 450 autores mineiros

Fonte: Carlos Herculano Lopes, Portal UAI

O ambicioso projeto de fazer a compilação biobibliográfica de autores mineiros de todas as épocas e gêneros – reunindo de ícones como Guimarães Rosa, Murilo Mendes e Carlos Drummond de Andrade a nomes praticamente desconhecidos, mas nem por isso menos merecedores de registro – acaba de ser coroado com a publicação do Dicionário biobibliográfico de escritores mineiros. A primeira edição traz nada menos de 450 verbetes, com informações básicas sobre vida e obra dos autores. Desde já, constitui-se como importante fonte de pesquisa sobre a literatura que vem sendo feita em Minas.

A organizadora do trabalho é Constância Lima Duarte, professora da Faculdade de Letras da UFMG. O volume resultou da pesquisa Literatura brasileira: estudo de escritores mineiros, desenvolvida a partir do primeiro semestre de 2006 por estudantes da faculdade. Ana Carolina Barreto, Bruno Costa e Silva e Juliana Cristina de Carvalho participaram mais ativamente do projeto.

De acordo com Constância, o levantamento dos autores foi realizado, em um primeiro momento, por meio da investigação sistemática de dicionários, antologias, enciclopédias, sites e de histórias de literatura. Além disso, procurou-se mapear, de maneira abrangente, a produção realizada no estado – dos árcades, como o inconfidente Cláudio Manoel da Costa, à nova geração, como Leo Cunha, Kiko Ferreira, Carlos de Brito e Melo, Sérgio Fantini e Ana Elisa Ribeiro, entre outros.

No dicionário, talvez o único do gênero em Minas, há autores para todos os gostos. Pode-se ficar sabendo, por exemplo, quem foi Maria Sabina de Albuquerque, poeta nascida em Barbacena, em 1898. Outra autora enfocada foi Miêta Santiago: nascida em Varginha, em 1903, chegou a ser elogiada por Oswald de Andrade. Injustamente esquecido, o poeta diamantinense Aureliano Lessa, que nasceu em 1828, não chegou a publicar livro em vida. O polemista Antônio Torres, também de Diamantina, é outro verbete. Nascido no Serro, em 1764, e falecido no Rio, em 1851, outro enfocado foi José Elói Otoni. Mais um serrano ilustre: Joaquim Felício dos Santos, autor do clássico Memórias do distrito diamantino.

Se o Serro também foi representado pelo romancista Oswaldo França Júnior, uma “derrapada” foi a não inclusão de outro conterrâneo de peso: Joaquim de Salles, autor do clássico Se não me falha a memória, lançado pelo Instituto Moreira Salles. Também ficaram de fora nomes importantes como Passos Maia, autor de Guapé, livro elogiado pelo professor Antônio Cândido; Jurandir Ferreira, Márcio Borges, Júlio Borges Gomide, Roniwalter Jatobá, João Etienne Filho, Maurício Lara, Maria Clara Arreguy, Antonio Celso, Adolfo Maurício Pereira, Mário Garcia de Paiva, Lázaro Barreto, João Valle Maurício e Wanderlino Arruda, entre outros. Nada que não possa ser reparado na segunda edição, tal a abrangência de um trabalho desse porte.

DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DOS ESCRITORES MINEIROS

Organização de Constância Lima Duarte. Editora Autêntica, 376 páginas, R$ 54. Lançamento hoje, a partir das 19h30, na Livraria Mineiriana, Rua Paraíba, 1.419, Savassi. Informações: (31) 3223-8092.

Programação do Cinema Falado

O “Cinema Falado” é um evento de extensão promovido pelo curso de Bacharelado em Humanidades com apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFVJM, sob coordenação do Prof. Dr. Rodrigo Czajka e da Profa. Dra. Elaine Sodré.  As exibições acontecerão no Anfiteatro do Campus I da UFVJM e a entrada é gratuita. Inscrições devem ser feitas no local, para efeito de emissão de certificados pela Proexc.

Confira a programção:

  • 23 de maio de 2010: Eles não usam Black-Tie (filme dirigido por Leon Hirzmann) seguido de debate com a Profa. Dra. Miliandre Garcia
  • 05 de junho de 2010: Terra em Transe (filme dirigido por Glauber Rocha), seguido de debate com o Prof. Ms. Atanásio Mykonios
  • 03 de julho de 2010: Edukators (filme dirigido por Hans Weingartner), seguido de debate com o Prof. Dr. Rodrigo Czajka

Obs.: Todas as exibições ocorrerão no Anfiteatro do Campus I da UFVJM, das 08h00 às 12h00.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Uma voz no Vau

Pedro Braga era contador de histórias do Vau, povoado do município de Diamantina; nasceu em 1917 e faleceu em 2000. Ele representa um caso particular dentre os contadores de histórias de tradição oral, pois além de contar pela palavra falada, contou também através da escrita. Pedro Braga deixou vários cadernos manuscritos em prosa e verso, em que registrou, além de sua própria vida, histórias transmitidas por gerações no jogo do ouvir-contar que chegaram até ele por intermédio de seus antepassados. A escrita de Pedro Braga revela forte relação com a oralidade. Tendo freqüentado a escola por cerca de apenas três anos, o contador do Vau não escrevia segundo as regras da gramática do português escrito, mas se orientava pela expressão sonora das palavras. Em seus cadernos, Pedro Braga registrou muitas narrativas que remontam ao período em que o Vau, localizado na região antiga Comarca de Serro Frio, conviveu com o auge da atividade de mineração no século XVIII. Nessas histórias, escritas em prosa, o negro na condição de escravo surge como personagem de importância fundamental para a memória do povoado. Nos versos prevalece a própria vida de Pedro Braga. Além de poemas líricos, em que se apresenta um eu-poético que representa a própria voz do contador, ele escreveu um poema autobiográfico que narra sua vida desde o nascimento até a idade adulta. Pedro Braga coloca-se, assim, como um híbrido, mistura de poeta e homem-memória, escritor de verso e prosa, e guardião da história vivida por ele e por sua comunidade.
Texto: resumo da dissertação de mestrado de Josiley Francisco de Souza.
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O Jequitinhonha e a Guerra do Paraguai

Texto: Sebastião Breguez

Um data histórica marcou 2008: os 200 anos da imprensa no Brasil. Além disso, 2008 também registra os 200 anos da chegada de D. João ao Brasil, pois a partir de 1808 o Brasil foi a sede da monarquia portuguesa no Mundo. Portugal fora invadido pelas tropas de Napoleão Bonaparte e a corte deixou Lisboa para instalar-se na cidade do Rio de Janeiro.

Também foi em 1808 que surgiram os primeiros jornais brasileiros. Um dos mais importantes, o Correio Braziliense, editado em Londres, por Hipólito José da Costa e que chegava ao Brasil de seis em seis meses. O outro, a Gazeta do Rio de Janeiro, era editado e publicado no Brasil pelo Frei Tibúrcio por ordem do rei Dom João VI. A imprensa desenvolveu-se no Brasil a partir de 1808. Foram dezenas de jornais que apareceram, mas que tiveram curta duração. Esses jornais nasciam para defender idéias políticas e filosóficas e, muitos, desapareciam em seguida. Mas são eles que formam a trajetória histórica da imprensa brasileira. de 1808 (chegada de D. João) a 1889 (Proclamação da República) os jornais foram os principais protagonistas das transformações políticas e sociais do país: da Independência em 1822 à República e ao fim da escravidão.

O que faltava, até agora, era um estudo e pesquisa científica sobre tais periódicos e o seu volume na construção da História do Brasil. São muitos os períodos e locais que ainda não foram estudados e pesquisados com o devido rigor acadêmico. Mas, aos poucos, jornalistas, professores e pesquisadores se alistam ao ideal de analisar, registrar e documentar o papel da imprensa nas principais etapas da história do Brasil.

Uma pesquisa importante é da jornalista, historiadora e professora Maria de Lourdes Rias Reis, da UNI-BH, em Belo Horizonte (MG), que tem como título a Imprensa em Tempo de Guerra: O Jequitinhonha e a Guerra do Paraguai (Belo Horizonte: Edições Cuatiba, 2008). Ao longo de suas 136 páginas, a obra analisa e documenta o papel de um periódico de oposição ao regime monárquico,  o jornal O Jequitinhonha, editado em Diamantina, cidade importante de Minas Gerais do ponto de vista econômico, político, social e cultural. O estudo faz parte da dissertação de Mestrado da autora, defendida na PUC/RS, em dezembro de 2002, sob a orientação do professor Dr. Earle Diniz Macarthy Moreira. O livro, que mostra as histórias, anedotas e causos gerados em torno do confronto Brasil-Paraguai, é um documento para avaliar os aspectos folkcomunicacionais da época, tendo por base o momento da Guerra do Paraguai.

O estudo de Maria de Lourdes, todo baseado nas páginas do jornal, mostra uma outra visão da Guerra do Paraguai. O jornal O Jequitinhonha era, na ocasião, porta-voz do Partido Liberal, de tendência republicana, que faz oposição ao governo do Imperador Dom Pedro II. A partir dos dados empíricos da investigação, o trabalho critica o regime do II Reinado, usando a metodologia da 'História Nova', que ancora a pesquisa nas páginas dos jornais como fonte de documentação fundamental. A cidade de Diamantina, no coração do Vale do Jequitinhonha, comandava a oposição ao projeto do governo imperial de D. Pedro II. Ali floresceram ideais políticos e filosóficos que marcam o pensamento progressista do povo das Minas Gerais em prol da transformação social e econômica do Brasil.

A autora pesquisou durante três anos os arquivos dos jornais em Belo Horizonte, na Hemeroteca Pública de Minas Gerais, também em Diamantina, na Biblioteca Antônio Torres e, finalmente, no Rio de Janeiro, na Biblioteca Nacional. Demorou a reconstruir a visão liberal do jornalista mineiro Joaquim Felício dos Santos, editor de O Jequitinhonha, que usava o jornal para lutar pelos ideais republicanos de desenvolvimento industrial,
justiça social e democratização do país.

Enfim, o livro traz uma versão da Guerra do Paraguai, dá uma nova luz a um conflito entre o exército brasileiro, chefiado pelo Duque de Caxias e o exército paraguaio, do militar Solano Lopez. E, o que é importante, para os estudiosos da mídia, é que as fontes para tais revelações são as páginas de um importante jornal da histórica cidade de Diamantina (MG). Através da análise das notícias, dos artigos, editoriais e charges, surgem resultados surpreendentes para compreensão deste período histórico nacional marcado por lutas, muitas vezes, impulsionadas pelas páginas dos periódicos.

O Canto dos Escravos

Fonte: O Som Negro

o-canto-dos-escravos-capa.jpgO Canto dos Escravos  é uma  coleção de 14 cantos da série recolhida por Aires da Mata Machado Filho no fim dos anos 20 do século passado, em São João da Chapada, município de Diamantina, Minas Gerais. Interpretando os cantos, Tia Doca, pastora da Velha Guarda da Portela, Geraldo Filme, um dos nomes fundamentais do samba paulistano, e Clementina de Jesus, a rainha negra da voz, como a definiram Moacyr Luz e Aldir Blanc.

O projeto do disco e a coordenação artística são de Aluísio Falcão, colaborador do Caderno 2, e a direção musical e produção ficaram a cargo de Marcus Vinicius de Andrade, hoje diretor artístico da gravadora CPC-Umes.

Marcus Pereira era um publicitário amante da música que criou o selo Ambos trabalharam, antes, no selo Marcus Pereira, que, pioneiramente, levou a cabo um levantamento sonoro da música da cultura popular de diversas regiões do Brasil – trabalho, aliás, que ainda não mereceu relançamento em CD à altura de sua importância. para dar brindes aos seus clientes, nos fins de ano. Aos poucos, abandou a rendosa publicidade, na qual era muito bem-sucedido, e ficou só com a gravadora, que viveu sempre grandes dificuldades financeiras. Problemas de distribuição, comum a todos os selos alternativos, projetos caros, como o citado mapeamento da cultura popular, com deslocamento de equipes e equipamento para praças distantes.

Não tinha preocupação comercial e tinha muita preocupação com a cultura. Os que se juntaram a ele tomaram o exemplo e, posteriormente, em outros selos, deram, de alguma forma, prosseguimento ao seu trabalho, eventualmente, ampliando-lhe o universo. A Eldorado tinha e tem, sim, orientação comercial, mas com extremo cuidado na seleção de seus títulos (Cartola, Nelson Sargento, Geraldo Filme, Adoniran Barbosa fizeram suas estréias em disco por ela), e sua iniciativa mais ousado terá sido esse O Canto dos Escravos, que há muitos anos estava fora de catálogo e era objeto de disputa entre colecionadores, estudiosos e amantes da cultura brasileira.
O filólogo, filósofo, professor de Filologia Românica da Universidade Federal e da Universidade Católica de Minas Gerais, historiador, jornalista, presidente, durante muito tempo, da Comissão Mineira do Folclore, foi um pioneiro em muitas frentes. Escreveu, nos anos 30, já que sofria de deficiência visual, uma Educação de Cegos no Brasil, e publicava, no jornal O Estado de Minas, uma coluna semanal com lições de ortografia e gramática, além de responder às dúvidas dos leitores.

Carlos Drummond de Andrade escreve-lhe uma homenagem em forma de poema, louvando o “mineiro ladino/ Que captou na fala do povo/ No mistério dos ritos/ no arco-íris das serras/ O ar, a alma de Minas”.

Em férias, em 1929, o filólogo viajou para São João da Chapada, onde lhe chamaram a atenção “umas cantigas em língua africana ouvidas outrora nos serviços de mineração”, conforme descreveu no livro O Negro e o Garimpo em Minas Gerais, obra publicada em 1943 pela editora José Olympio.

Vissungos – Tais cantos são chamados vissungos, palavra que vem do umbundo ovisungo (cantiga, cântico), conforme ensina Nei Lopes em seu Dicionário Banto do Brasil. Já era plano de Aires da Mata Machado recolher os vissungos e reunir o vocabulário e a gramática da língua dos negros benguelas. Teve pouco êxito na primeira investida; na segunda, ele e seu colaborador Araújo Sobrinho ouviram de um Seu Tameirão 200 palavras e algumas cantigas; adiante, surgiram outros cantadores que sabiam letra, música e tradução.

Mata Machado sustenta a importância dos vissungos, sua influência nos começos daquelearraial e mais “os vestígios da língua das cantigas na linguagem corrente, na onomástica e na toponímia” – os vestígios de um um dialeto banto num tempo em que se pensava que a língua dos negros trazidos como escravos para o Brasil resumia-se ao nagô.

Ele defendia que os estudos da dialetologia brasileira e questões que dissessem respeito à etnografia seriam sempre provisórios se não fosse considerada a importância de Minas Gerais – e o tempo encarregou-se de mostrar seu acerto. O texto de introdução de O Negro e o Garimpo em Minas Gerais vai reproduzido no CD; o autor autorizou essa reprodução e a gravação de 14 dos 65 cantos que recolheu e partiturou. Autorizou, ainda, a reprodução das notas que, no livro, acompanham as letras dos cantos, traduções do dialeto dos benguelas e observações sobre o sentido dos textos. O dialeto, já modificado, incorporava palavras em português e misturava as duas falas: “São João foi no céu, é dévera/ São João foi no céu, é mentira/ Omenhá, omenhá rossequê”, canta a voz ancestral de Clementina de Jesus, nascida em Valença, no Estado do Rio, mas de família que migrou de Minas, no Canto XII. Os cantos não têm títulos, são numerados.

O disco, de uma beleza crua, não tem instrumentos harmônicos. Acompanham os três cantores a percussão de troncos, xequerês, enxadas, cabaças, atabaques, agogôs, ganzás, caxixis e afoxés tocados por Djalma Corrêa, Papete e Don Bira.

Os intérpretes são figuras de sabida importância na divulgação e sustentação da cultura brasileira de origem africana. Geraldo Filme, grande compositor, cantor de vozeirão profundo, foi, na definição de Osvaldinho da Cuíca, o grande articulador, a “cabeça pensante” do samba paulistano. Tia Doca, nascida Jilçaria Cruz Costa, manteve por décadas um pagode dominical que ajudou a manter vivo o samba de raiz carioca; sua participação no disco foi sugerida por Clementina de Jesus, que foi revelada ao mundo aos 64 anos, depois de ouvida, num botequim da Lapa, centro do Rio, por Hermínio Bello de Carvalho.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Procuram-se visionários

Texto: Fernando Gripp e Wellington Gomes - Foto: Gladistone Gripp

 Só não enxerga o óbvio o pior cego, aquele que não quer ver. Basta um olhar mais atento para constatar que o maior tesouro de Diamantina está sofrendo, e muito. O centro histórico da cidade pede socorro. O patrimônio histórico que a diferencia das demais pequenas cidade do interior do Brasil está sendo lentamente destruído. Somos todos culpados, alguns mais, outros menos. Incomoda-nos o imobilismo geral, a falta de planos e iniciativas. Mas ainda é possível pensar em soluções, sonhar com alternativas que vislumbrem uma cidade que valorize e preserve suas riquezas e sua cultura.

Antes que o caro leitor desista do texto, pensando tratar-se das tradicionais lamúrias e críticas aos políticos e governantes, deixemos bem claro que nosso objetivo é de caráter propositivo. Queremos levantar e discutir soluções para a cidade que escolhemos para viver e que nos acolheu tão bem. Não somos nativos. Chegamos aqui há pouco tempo, mas o suficiente para ver as transformações que a cidade vem passando. Basta andar alguns minutos pelo centro da cidade para presenciar uma série de equívocos e descasos com a preservação do reconhecido patrimônio cultural da humanidade.

Mas sonhar não custa nada. Inspirados nas comemorações dos 50 anos de construção de Brasília e na inauguração da cidade administrativa do Governo do Estado de Minas Gerais, ambos os projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, vislumbramos uma possível solução para dar novo fôlego de vida para a cidade. Será que é possível pensar na construção de um centro administrativo fora do centro da cidade? Será viável um espaço de convergência de todo aparato burocrático municipal, estadual e federal? Como seria bom se houvesse um lugar único, centralizado, em que o cidadão tivesse à disposição uma série de serviços públicos de qualidade. Aproveitando a discussão e implantação do novo plano diretor, esse local poderia ser pensado com tranqüilidade, construído fora da cidade, talvez próximo a um novo terminal rodoviário, na região do novo e inacabado campo de futebol ou lá pelas bandas do aeroporto. Certamente, tal medida deslocaria o intenso tráfego de veículos para essa nova região administrativa, incentivaria o surgimento de uma nova área comercial e conseqüentemente, daria um fôlego novo para parte histórica da cidade.

Simbolicamente, o projeto já nasce sob a inspiração de JK. Quando o mais ilustre diamantinense propôs a construção da Pampulha, chegou a ser considerado maluco, pois a região era muito distante da grande círculo da Av. do Contorno. Hoje, o conjunto arquitetônico da Pampulha é cartão postal e uma das áreas mais valorizadas da cidade. Posteriormente, quando presidente da república, JK resolveu cumprir a constituição e decidiu construir Brasília. A oposição deu um sorriso de desconfiança. Uma frase histórica de Carlos Lacerda dava o tom de descrédito: “Brasília será o cemitério do Juscelino politicamente”. Contra tudo e todos, Brasília foi construída e fez o Brasil olhar um pouco mais para o seu interior. Não por acaso, o auditório do centro administrativo recém inaugurado pelo governador Aécio Neves leva o nome de Juscelino Kubitschek. Uma obra que já vem provocando profundas mudanças no espaço urbano de Belo Horizonte. São exemplos claros dessas mudanças a valorização da região norte da cidade e a transformação da Praça da Liberdade em um grande centro de cultura e lazer.

Transportando essa lógica para a pequena e cativante Diamantina, a idéia nos parece totalmente viável e interessante. O cidadão diamantinense certamente teria uma melhora significativa nos serviços prestados pelo setor público. Para os servidores teríamos melhores condições de trabalho. Para o poder público teríamos uma economia considerável. Basta verificar os altos valores de aluguéis que são pagos para locação de repartições públicas atuais no centro da cidade e o exuberante montante de recursos públicos (impostos) envolvidos na aquisição de imóveis. Indiretamente, para o turismo, abriríamos novas e rentáveis possibilidades pela revitalização e revalorização do centro histórico.

Dando mais asas para a imaginação, por que não sonhar com projeto do grande arquiteto. Talvez uma das últimas obras de Niemeyer, um presente para a cidade onde tudo começou. Um presente para Diamantina, para Minas Gerais e para o Brasil.

Voltando a colocar nossos pés no chão, alguém perguntaria sobre os recursos financeiros para tal projeto. Para isso, é preciso registrar que, economicamente, o país vive um momento especial. Vejamos por exemplo o recente lançamento do PAC das cidades históricas e as diversas fontes de financiamento do governo federal. O mesmo cenário e perspectivas se aplicam ao Governo do Estado de Minas Gerais. À Prefeitura de Diamantina caberia, por exemplo, a cessão de algum terreno para tal projeto. Enfim, é preciso de um pouco mais de vontade e competência política para colocar em prática um ideal.

O que não se pode negar é que o centro de Diamantina e seu entorno estão saturados e não comportam a expansão que a cidade apresenta. O tráfego de carros cada vez mais intenso, a poluição visual, as barreiras e armadilhas arquitetônicas que dificultam a circulação dos pedestres e o grande número de vendedores ambulantes são apenas alguns dos mais graves problemas que podemos apontar. Os comerciantes perdem muito com o agravamento dessa situação. Inicialmente, com raras exceções, o comércio terá grande resistência em mudar o foco de suas ações. Sendo assim, o novo centro administrativo poderia, então, contribuir com a descentralização desses serviços e atrair novos investimentos privados para áreas emergentes da cidade.

Enfim, está lançada a proposta para ser debatida, criticada e aprimorada por quem se preocupa com o futuro de Diamantina. O momento político e as condições econômicas parecem favoráveis. Precisamos de visionários, inspirados em JK e Niemeyer, pessoas que desejam construir o novo. Precisamos de políticos, empresários e cidadãos competentes, ousados e corajosos que serão lembrados no futuro como aqueles começaram um projeto que salvou o patrimônio cultural de uma das mais importantes da história de nosso país.

Revista Espia II: exemplo de criatividade

Fonte: Blog do Luis Nassife dica do Micuim

Só faltou o "Yes, we can".

domingo, 18 de abril de 2010

Trechos do discurso da Secretária de Estado de Turismo Érica Drumond na abertura do 3º Salão Mineiro do Turismo

Fonte: Agência Minas  - 18/04/2010

"Temos em execução, pela Secretaria de Estado de Obras Públicas, a revitalização de 22 aeroportos públicos, através do Programa Pro-Aero e a revitalização da estrada que liga Camanducaia ao distrito de Monte Verde; o início da pavimentação da estrada turística que liga Diamantina a Milho Verde e Milho Verde ao Serro; a pavimentação da estrada que liga o distrito de Ipoema ao município de  Bom Jesus do Amparo, e a instalação de quase mil placas de sinalização turística no Estado.”

Filme gravado em Diamantina vence festival de cinema

O Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade anunciou neste sábado (17) os vencedores de sua 15ª edição. “Foi mais um grande ano para a cultura do documentário no Brasil”, afirmou Amir Labaki, fundador e diretor do festival. “A premiação distingue cineastas renomados e uma nova geração. Melhor impossível”.

O júri internacional foi formado por Bill Nichols, Marek Hovorka e Yoav Shamir. O júri brasileiro foi constituído por Andréa Pasquini, Carlos Eduardo Lourenço Jorge e Mariza Leão.

O É Tudo Verdade 2010 apresentou 72 documentários, dos quais 32 participaram das mostras competitivas, selecionados entre mais de 1000 títulos inscritos.

Na caegoria de melhor filme da competição brasileira de longas e médiasmetragens o vencedor foi  “Terra Deu, Terra Come”, de Rodrigo Siqueira, gravado na região de Diamantina.

O documentário, dirigido por Rodrigo Siqueira, mostra os rituais fúnebres de tradição africana em Quartel do Indaiá, distrito de Diamantina, Minas Gerais. Pedro de Alexina, 81 anos, comanda como mestre de cerimonias o funeral de João Batista, morto aos 120 anos. Documentário, memória e ficção se misturam para tecer uma história que retrata um canto metafísico do sertão mineiro.

No Quartel do Indaiá, interior de Minas Gerais, é difícil separar o que é realidade ou ficção, relato verdadeiro ou fabulação. Numa antiga comunidade de garimpeiros de ouro e diamantes, remanescente de um quilombo, longe da vida urbana, das escolas e da medicina convencional, a tradição oral embaralha as referências, que vêm da África, e elabora sua própria sabedoria, não enxergando fronteiras entre a vida e a morte, o vivido e o imaginado. O velho Pedro de Alexina, de 82 anos, invoca essa memória ancestral, à qual pertencem as cantigas fúnebres em dialeto banguela que praticamente só ele ainda conhece, para encomendar a alma do amigo João Batista, que acaba de morrer, aos 120 anos. Todo cuidado é pouco neste território em que Deus e o Diabo convivem à luz do dia.

Pela primeira vez, o filme vencedor da competição brasileira de longas e médias-metragens/Prêmio CPFL Energia - É Tudo Verdade, concedido a “Terra Deu, Terra Come”, de Rodrigo Siqueira, será apresentado simultaneamente na terça (20), em três capitais: Brasília, Porto Alegre e Recife.

Clique aqui para ler mais sobre o filme.

trailer - Terra Deu, Terra Come from rodrigo siqueira on Vimeo.

sábado, 17 de abril de 2010

Estrada Real lança Sistema de Informação Turística Georreferenciada

Fonte: Mercado e Eventos

O Instituto Estrada Real lançou na manhã deste sábado (17/04) durante o Salão Mineiro do Turismo, o Sistema de Informação Turística Georreferenciada da ER (SitGeo), disponível no site www.estradareal.org.br. Com o novo equipamento, a expectativa é que o número de turistas que visita as cidades do roteiro cresça.

"E estamos preparados para isso. Já começamos um projeto da capacitação de pessoal e pretendemos ampliar cada vez mais essa qualificação, até porque temos também uma Copa do Mundo em breve. Sem dúvida, esse evento será um divisor de águas no que tange ao turismo", disse o diretor-geral do Instituto Estrada Real, Baques Sanna. Ainda de acordo com ele, para fortalecer o SitGeo, o Instituto entrou em contato com empresas de telefonia celular com o intuito de garantir a eficácia do sinal nas regiões da Estrada Real.

Pela plataforma do Google Maps e do Google Earth, 109 cidades e 44 distritos terão informações sobre atrativos naturais e culturais abertos para visitação turística. Ao todo, são cerca de nove mil pontos catalogados e colocados na internet gratuitamente. A ferramenta permite também que o internauta trace rotas para viajar pela Estrada Real.

O SITGeo foi construído pelo Instituto Estrada Real em parceria com o Instituto Mineiro de Desenvolvimento (IMDC) e com a TerraVision Geotecnologia e Geoinformação. De Paraty a Diamantina, toda a ER foi percorrida. "O resultado é a união de conhecimentos para a identificação do que interessa ao viajante e aos empresários do setor", lembra o consultor interno do Instituto, Daniel Oliveira.

Clique aqui para acessar o serviço.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Diamantina no roteiro de mala filatélica

Fonte: AgoraVale

Os Correios lançam, no próximo dia 21 de abril, a Mala Filatélica“Brasília, Sonho e Realidade”, que vincula as comemorações do aniversário da Capital do Brasil à história de seu fundador, Juscelino Kubitscheck de Oliveira.

O roteiro da Mala Filatélica compreende as cidades de Brasília (DF), Diamantina (MG), Belo Horizonte (MG), Jataí (GO), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF). Uma viagem pelos locais que são marcos na história de vida do ex-presidente da República.

A Mala Filatélica é um produto customizado, direcionado a colecionadores, que consiste na confecção de peças filatélicas (que tenham como suporte envelopes, cartões-postais, fotografia ou outro material selado), no transporte, na obliteração e na devolução, ao endereço do cliente, das peças circuladas no percurso definido. Excepcionalmente não serão aceitos suportes diferenciados para esta Mala Filatélica.

Para esta Mala Filatélica haverá dois tipos de peças filatélicas: completa e simples. A peça completa inclui 1 FDC (Envelope 1º Dia de Circulação), 6 selos (de emissão especial) Brasília, Sonho e Realidade, 1 Carimbo de 1º Dia de Circulação (Brasília/DF) e 5 carimbos comemorativos, exclusivos da Mala Filatélica. Cada peça custa R$ 20,00.

A peça simples inclui 1 FDC (Envelope 1º Dia de Circulação), 1 selo(de emissão especial) Brasília, Sonho e Realidade (escolha do cliente), 1 Carimbo de 1º Dia de Circulação (Brasília/DF) e 5 carimbos comemorativos, exclusivos da Mala Filatélica. Cada peça custa R$ 15,00.

A Mala Filatélica partirá no dia 21 de abril, de Brasília (DF), com lançamento oficial de uma série de 6 selos (emissão especial)“Brasília, Sonho e Realidade”, e percorrerá o circuito, com o seguinte itinerário: 23 Diamantina (MG), 27 Belo Horizonte (MG), 30 Jataí (GO), 5/5 Rio de Janeiro (RJ) e 7/5 Brasília (DF).

Local para envio dos pedidos:
Mala Filatélica “Brasília, Sonho e Realidade”
Agência Filatélica de Brasília – DF
Edifício Sede da ECT – Térreo
70002-900      Brasília/DF
Fone: (0**61) 3327-4151 – e-mail:
bsbacfilatelica@correios.com.br

Os pedidos serão recebidos até o dia 20 de abril.
As peças filatélicas serão devolvidas por meio de carta registrada a partir do dia 21/05/2010. Para maiores informações, procurar a Agência de Correios mais próxima, ou através do e-mail deste colunista.

Festival gastronômico mobiliza 122 restaurantes em Minas

Fonte: UAI

Autoproclamado “maior festival gastronômico do planeta”, o Brasil Sabor chega à quinta edição, reunindo dois mil estabelecimentos filiados à Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em todo o país, 122 dos quais em 30 cidades mineiras. Até 15 de maio, cada um deles oferecerá prato criado especialmente para o evento, que este ano tem como tema a frase “Sabores que contam histórias”. O objetivo é valorizar as particularidades de cada casa.

“Esse festival é para contar a história, de preferência, do lugar em que está o restaurante, envolvendo comida, cultura e folclore”, diz Paulo Nonaka, presidente da Abrasel MG. Em Belo Horizonte, onde cerca de 70 casas participam do festival, os preços variam de R$ 4,50 (porção de três pastéis na pastelaria Fujiyama) a R$ 70 (rodízio na churrascaria Porcão, que criou receita diferente de picanha).

Além da capital mineira, participam estabelecimentos de Alto Caparaó, Barbacena, Betim, Brumadinho, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Diamantina, Divinópolis, Extrema, Florestal, Gonçalves, Itaúna, Juiz de Fora, Leopoldina, Lima Duarte, Matias Barbosa, Monte Verde, Nova Era, Nova Lima, Ouro Preto, Pouso Alegre, Sabará, Santos Dumont, São João del-Rei, Serra do Cipó, Tiradentes, Ubá, Uberlândia e Viçosa. A expectativa de Paulo é de que sejam vendidos mais de 25 mil pratos no estado.

A maior novidade é a promoção “Mais um por conta da casa”. Durante o festival, os estabelecimentos determinarão dias e horários para que os clientes, ao solicitarem o prato participante, ganhem outro igual. Para orientar e facilitar a escolha dos restaurantes pelo público, serão distribuídos 50 mil guias com a relação de todos os estabelecimentos e pratos.

Entre os destaques da capital mineira está o La Pasta Gialla, restaurante que uniu as tradições italiana e mineira no nhoque de fubá recheado com queijo canastra ao ragu de galinha d’Angola (R$ 35, individual). Outra receita que chama a atenção é de carne de sol preparada no Parrillero: em vez de frita, é assada na parrilla e servida com farofa de maxixe (R$ 27,90, porção).

Há também quem aposte todas as fichas na simplicidade brasileira, caso do Armazém Dona Lucinha, que serve prato com arroz, batata frita, bife, ovo e salada de couve (R$ 15, individual). Sofisticando essa trilha nacional, o Bistrô Verde Essencial reuniu carne seca com quibebe de abóbora na minimoranga e guarneceu com risoto de queijo minas ao molho de feijão preto e farofa de pequi com banana.
Confira o Guia de Bares e Restaurantes do Divirta-se

BRASIL SABOR 2010

De 16 de abril a 15 de maio, em 122 bares e restaurantes de Minas Gerais. A relação completa pode ser conferida no site www.brasilsabor.com.br. Informações: (31) 3282-5533.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Terra Deu, Terra Come" faz viagem etnográfica ao Brasil profundo

Fonte: Pipoca Moderna

“Terra Deu, Terra Come”, de Rodrigo Siqueira, diretor de “Aqui Favela, o Rap Representa” (2003), anda na contramão das migrações históricas e faz a rota da cidade grande para os sertões, atrás do sal da terra. Mergulho etnográfico no Brasil profundo que, num primeiro momento, poderia inscrever-se na vasta tradição da literatura e cinema brasileiros no século 20. Mas este filme transcende o lugar-comum e demonstra mais uma vez o fôlego do gênero, graças a uma mistura de sutileza narrativa, paciência documental e principalmente de um personagem emblemático, chamado Pedro de Alexina — garimpeiro negro com mais de 80 anos da região de Diamantina, no norte pobre de Minas Gerais.

Por meio de Pedro de Alexina, prosador e performático, documentam-se as cantigas de herança africana, as operações do garimpo fluvial, a religiosidade sincrética, as anedotas sobre contratos com o capeta, os instrumentos musicais, os “pitos” de cigarro de palha e cachimbo e os “golos” de cachaça.

A descrição aprofunda-se nos elementos etnográficos, tais como o poder transfigurador da máscara, abundante nas culturas africanas, bem como o ritual fúnebre vicário, que remonta à Roma Antiga. Nele, procede-se a um enterro em efígie, isto é, sepulta-se um boneco do morto, a fim de espantar os maus-espíritos e restabelecer o equilíbrio metafísico. Toda essa tradição, lamenta Pedro, está em vias de extinção, porque “as crianças não querem mais cantar”. O que faz todo sentido, na medida em que é nas cantigas que a tradição oral se transmitia de geração em geração.

Embora pautado pelo mítico, indissociável com a vida da comunidade, o filme não perde de vista a história social mais conhecida da escravidão negra nas minas, do latifúndio patriarcal, da alienação do trabalho dos garimpeiros e da continuidade da segregação racial. Em Quartel do Indaiá há somente duas (grandes) famílias, uma de negros e uma de brancos.

Rodeado de sua numerosa família (ele teve 14 filhos), todos descendentes de escravos mineradores, Pedro constitui não só objeto, mas o sujeito do filme, a ponto de ditar a narrativa e construir o painel de personagens, lado a lado com o diretor. É através de Pedro que o cineasta-ouvinte ambiciona tocar, ainda que por raros instantes, aquela realidade exuberante, ao mesmo tempo sofrida e alegre, dura e delicada, mundana e mítica. Nesse intento, é bem-sucedido em não condicionar o material fílmico ao jugo racionalista do “antropólogo branco”, e não submeter a história e as personagens a um enredo pré-concebido e previsível.

Nas entrevistas, percebe-se o esforço de imersão no caldo humano, inclusive na tentativa de “falar a mesma língua”, de comunicar-se na mesma coloquialidade dos matutos. E assim, o longa consegue ser histórico sem render-se ao discurso civilizatório, e político sem impor uma ideologia.

Inteligente o modo como o documentário enfrenta o dilema realidade/ficção, ainda mais pertinente no gênero etnográfico. Em “Terra Deu, Terra Come”, abole-se explicitamente a fronteira. Trata-se, com efeito, de uma alegoria. Pedro de Alexina é um personagem alegórico. Ao contrário da fábula (sentido único) e da metáfora (sentido duplo sem ambigüidade), a alegoria trabalha sentidos múltiplos e ambíguos, cabendo ao espectador trilhar um ou outro caminho interpretativo.

Como exemplo máximo disso, no início, ao filmar o falecido João do Carmo, de 120 anos, o cineasta joga com o fora-de-campo, numa recusa perceptível em não enquadrar o cadáver. No desfecho, veremos como não era (reprovável) pudor da morte, como se poderia supor, mas de uma estratégia deliberada que é a poética mesma do filme, abrindo a obra para o espectador-intérprete.

“Terra Deu, Terra Come” resulta, portanto, um documentário de matiz alegórico cuja força está em não servir a verdades monopolizadoras ou à submissão da matéria fílmica ao discurso do documentarista, mas sim à potência criativa dos espectadores, que podem descobrir e construir muitos sentidos a partir da história. Se o cinema é a arte do demo, como sugere um dos sertanejos, neste filme somos os maiores beneficiados pelo pacto.

Revista "Espia": jornalismo imparcial e objetivo?

Fonte: Micuim.org

Em São Paulo, a culpa é de São Pedro

No Rio de Janeiro, culpa-se os políticos.

Moral da história: em ano de eleição é preciso ficar muito esperto para não ser manipulado pela imprensa.

Casa do Ponto de Cultura

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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Casa de Telha

Autor: Carlos Herculano Lopes, no Estado de Minas - 09/04/10

Há poucos dias, na fila do supermercado, ouvi quando uma mulher bem velhinha, dessas que ainda usam coque e xale, respondeu à outra, que queria saber de onde ela era:. “Sou de Casa de Telha, mas vim de lá muito nova”. Nos instantes seguintes, quando saí, voltou à memória, sem que percebesse, um já distante dia da infância, quando minha avó Almerinda me disse, na sala de sua casa: “Amanhã, filho, vou à Casa de Telha visitar a prima Naná. Você vai conosco para abrir as porteiras”. Conhecer aquela cidade, atual Serra Azul de Minas, no Vale do Jequitinhonha, onde, na minha imaginação, existia literalmente uma casa feita de telhas, era um sonho. Portanto, no outro dia, ainda escuro, já estava acordado, roupa trocada e bolsa pronta, esperando vovó. A felicidade era grande.

“Você vai adorar Casa de Telha, é um lugar muito bonito. Alguns parentes nossos nasceram lá”, ainda me lembro de minha mãe dizendo, enquanto me dava uns trocados para “as despesas” e fazia mil e uma recomendações. “E a casa, mamãe, é mesmo feita de telhas?”, perguntei, sem conter a curiosidade. Fazendo mistério, ela respondeu, depois de passar a mão na minha cabeça: “Você vai ver”. Instantes depois, ainda com o farol ligado, o jipe apontou na nossa rua. E lá fomos nós naquela viagem, que deveria durar, se não chovesse, umas quatro horas, ou pouco mais.

É bom que se diga: para aquelas bandas do Jequitinhonha, eu só havia ido na imaginação ou em histórias de alguns primos. “Você vai ver o Pico do Itambé, passei pertinho dele”, contou o Zé Garcia, matando-me de inveja, pois viajara ao Serro com o pai, meses antes. Quando lhe perguntei se havia conhecido a casa de telha, ele confessou, sem espichar conversa: “Passamos lá de noite, mas estava dormindo”. Na volta, com certeza, contaria a ele minhas aventuras.

Nos instantes seguintes, estávamos na estrada. Só de Coluna ao Rio Vermelho, fiz questão de contar, abri 26 porteiras. Mas sem nenhum problema. A poeira, que nos deixava quase sem fôlego, também não importava. Tudo valia a pena, pois estávamos indo para Casa de Telha. “Está longe, vovó?”, perguntei a ela, logo depois de atravessarmos a ponte do Cocais – rio de águas escuras, que, ao baterem nas pedras, faziam um barulho incrível. “Falta ainda um pedaço de chão, meu filho. Nem estamos na metade do caminho”, ela respondeu, e me deu uma bala de mel.

Chuparia várias outras até chegarmos ao nosso destino, já bem depois do meio-dia. A certa altura, do alto de um morro, vovó me disse, apontando: “Aquele lá é o Pico do Itambé, um dos mais altos de Minas”. Durante esse tempo, fora a parada no Rio Vermelho para fazer um lanche e ir ao banheiro, os pneus furaram duas vezes. Havia uma ponte quebrada e dois mata-burros caídos. Para a poeira, que entrava pelos nossos narizes e bocas, ninguém dava bola, pois fazia parte da viagem.

Na casa da prima Naná, prefeita de Casa de Telha, a hospitalidade foi total. Toalhas limpinhas para enxugarmos o rosto, água fresquinha no filtro, pois naquele tempo não havia geladeira, refrescos de várias frutas, toalha bordada na mesa – que, nem é preciso dizer, estava cheia de coisas gostosas. E histórias, muitas histórias que ela, vovó e outros parentes, que não conhecia, iam contando.

Num dos intervalos da conversa, enquanto mais cafezinhos e sucos eram servidos, virei para a nossa anfitriã e pedi: “Depois, tia Naná, a senhora me leva para conhecer a casa de telha?”. A risada em volta da mesa foi geral. Mas ela, com elegância, permaneceu séria. “ Esse é o nome da nossa cidade, meu filho.” E explicou: antigamente, no arraial, só existia um sobrado com telhado. Todas as outras habitações eram cobertas de taquara. Por isso o nome acabou ficando assim.

Era quase noite quando, depois das despedidas, pegamos o caminho de volta. Casa de Telha já estava na minha memória. Para sempre.

PS1: Esta crônica é pela lembrança de Maria do Amparo Lages de Aguiar, a Naná, e para Guilherme da Conceição Silva, em Serra Azul de Minas.

PS2: texto indicado pelo sempre atento Wellington Gomes

PS3: Clique aqui para saber mais sobre a Casa de Telha

Dia D da vacinação contra H1N1

Fonte: Prefeitura de Diamantina

O dia D da campanha de imunização contra a gripe A (H1N1) acontece em Diamantina, neste sábado, 10/03. Pessoas com idades entre 20 e 29 anos, além de gestantes, crianças menores de 2 anos e portadores de doenças crônicas podem se vacinar em todas as unidades de saúde de Diamantina das 8h às 17h.
Para a imunização é preciso levar documento de identidade com foto e cartão de vacinação, se possuir. Na vacinação das crianças, é preciso levar o cartão de vacinação. Para as pessoas com alguma doença crônica não é preciso levar atestado médico comprovando a enfermidade. As mulheres que estão grávidas não necessitam apresentar atestado médico para comprovar a gravidez.

Mais informações na Secretaria Municipal de Saúde de Diamantina, Núcleo de Epidemiologia, pelos telefones 3531- 9493 ou 3531-9482

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Cinema Falado

O “Cinema Falado” é um evento de extensão promovido pelo curso de Bacharelado em Humanidades com apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFVJM, sob coordenação do Prof. Dr. Rodrigo Czajka e da Profa. Dra. Elaine Sodré.

As exibições acontecerão no Anfiteatro do Campus I da UFVJM e a entrada é gratuita. Inscrições devem ser feitas no local, para efeito de emissão de certificados pela Proexc.

Confira as informações da primeira exibição:
“Raízes do Brasil” , direção de Nelson Pereira dos Santos
Local: Anfiteatro do Campus I da UFVJM
Dia: Sábado, 10 de abril de 2010
Horário: de 08h00 às 12h00
Debatedor: Prof. Dr. André Luíz Lopes Borges de Mattos (Depto de Ciências Básicas da UFVJM)
Obs.: entrada gratuita, com lotação para 300 lugares. Inscrições no local.

terça-feira, 6 de abril de 2010

‘A cura’: 80% de atores mineiros

Fonte: Jornal O Globo

Enquanto esteve em Diamantina fazendo levantamento de locações para “A cura”, seriado de João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein, Ricardo Waddington realizou testes com inúmeros atores. É que 80% do elenco da produção serão de mineiros, muitos deles integrantes do Grupo Galpão. Ricardo quer captar “o sotaque e a maneira de andar” mineiros.

Anastasia descarta corte no orçamento

Fonte: Portal UAI

O governador Antonio Augusto Anastasia afirmou nessa segunda-feira que o orçamento previsto para 2010, fechado em R$ 41 bilhões, será executado integralmente até dezembro – diferentemente do que ocorreu no ano passado. Em 2009, o plano de receitas e despesas previsto, de R$ 39 bilhões, sofreu corte de até 20%, dependendo da secretaria. A redução, segundo justificativa do governo estadual à época, foi que a crise internacional provocou um impacto negativo na arrecadação.

A declaração ocorreu depois da primeira reunião de Anastasia como governador com todo o secretariado do estado, no Centro Administrativo, para discussão de metas a serem cumpridas até dezembro. No domingo, o chefe do Poder Executivo de Minas Gerais disse que uma das prioridades no setor financeiro era o crescimento da receita do estado alcançada com arrecadação de impostos. Terminada a reunião de ontem, o secretário de Estado da Fazenda, Simão Cirineu, teve encontro reservado com Anastasia, mas saiu sem dar entrevistas.

Na reunião com o secretariado, que durou cerca de 40 minutos, o governador usou slides para listar o que considera ser prioridade em cada secretaria. Na saúde, por exemplo, Anastasia quer ver concluída até o fim do ano a construção de oito centros Vida Viva, para atendimento de mulheres e crianças, nos municípios de Manhuaçu, Viçosa, Itabira, Pirapora, Diamantina, Ribeirão das Neves, Teófilo Otoni e Jequitinhonha.

O governador afirmou não acreditar em demora na conclusão das obras previstas pelo governo para 2010. "Pode acontecer (atraso) em decorrência de algum problema de chuva no final do ano, mas o cronograma está sendo mantido", argumentou. Para Anastasia, o ano eleitoral não deverá atrapalhar a execução de obras e programas. "Já vivemos isto antes. Há jurisprudência, ou seja, conhecimento sobre o que pode e o que não pode ser feito."

Anastasia afirmou ainda que vai manter um "gerenciamento intensivo" nas secretarias para acompanhar o andamento de obras e programas. "Muitas vezes pode haver um problema que é de outra secretaria ou com uma prefeitura, e que o governo como um todo tem que ajudar a resolver", pontuou.

Corrida presidencial Ao comentar as últimas pesquisas eleitorais, o governador afirmou que os levantamentos são como montanha russa. "Sobe, desce, desce, sobe, uma hora fica de cabeça para baixo, outra hora de cabeça para cima. Acredito que quando a campanha começar, a partir de julho, com candidatos e propostas apresentadas, aí, sim, situações vão se definir", avaliou. No momento, para Anastasia, os eleitores não têm interesse na disputa presidencial. "As pessoas, de um modo geral, não estão aflitas com a eleição, até porque está muito distante. Temos Copa do Mundo antes disso, que tem muito mais repercussão neste momento", disse.

Conheça a proposta do Plano Diretor de Diamantina

Fonte:  Câmara Municipal de Diamantina

Diamantina realiza Pré-conferência de Saúde Mental

Fonte: Prefeitura de Diamantina

No dia 7 de abril (quarta-feira), de 13h às 17h, a Secretaria Municipal de Saúde, através do Conselho Municipal de Saúde de Diamantina e o Caps Renascer, promove a 1ª Pré - Conferência Municipal de Saúde Mental – Intersetorial - no auditório do Centro Administrativo Municipal, Rua da Gloria, 394 – centro.

A 1ª Pré - Conferência de Saúde Mental de Diamantina segue as orientações da IV Conferência Nacional de Saúde Mental - Intersetorial e vai discutir temas como a organização e consolidação da rede, do Financiamento, da Gestão do Trabalho em Saúde Mental e da Política de Assistência Farmacêutica, Saúde Mental, Atenção Primária e Promoção da Saúde; o Álcool e outras drogas como desafio para a saúde e as políticas intersetoriais; a Saúde mental na infância, Adolescência e Juventude, entre outros.

O evento é aberto a toda comunidade e as inscrições serão realizadas no próprio local do evento, Centro Administrativo Municipal, Rua da Gloria, 394 – centro.

Cine Mercúrio terá mostra sobre a Guerra Civil Espanhola

Em abril, o Cine Mercúrio exibirá três filmes que abordam questões relativas à Guerra Civil Espanhola, ocorrida entre 1936 e 1939. Os títulos fazem parte do ciclo de cinema espanhol Cine Papo, iniciado em outubro do ano passado no auditório do Instituto Casa da Glória da UFMG em Diamantina.

As sessões, com legendas em português, irão ocorrer às quartas-feiras, nos dias 07, 14 e 28 de abril, às 19h30. A entrada é gratuita e aberta ao público. A lotação do auditório é de 80 pessoas.

A iniciativa busca fomentar a atividade audiovisual na Universidade e acontece em parceria da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, com o Centro de Apoio a Idiomas, vinculado à Diretoria de Relações Internacionais da UFVJM, com o Instituto Cervantes de Belo Horizonte e com o Instituto Casa da Glória da UFMG, além de ter o apoio da Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram/Jequitinhonha).

Confira o cartaz em anexo.

Programação:

07/04, às 19h30 – A língua das mariposas

Título em espanhol: La lengua de las mariposas

Direção: José Luis Cuerda

(Espanha, 1999)

Sinopse: Últimos dias de inverno de 1936. Num pequeno povoado galego, Moncho, um menino de oito anos, volta à escola depois de uma longa enfermidade. “A liberdade estimula o espírito dos homens fortes”, argumenta seu velho e peculiar professor, perante um padre que o acusa de corromper as crianças com ideias republicanas às vésperas da Guerra Civil.

14/04, às 19h30 – Soldados de Salamina

Título em espanhol: Soldados de Salamina

Direção: David Trueba

(Espanha, 2003)

Sinopse: Uma romancista abandona a carreira de escritora para investigar uma história real ocorrida nos últimos dias da Guerra Civil: o escritor Rafael Sánchez Mazas esteve à frente de um pelotão de fuzilamento, junto com outros cinquenta prisioneiros, mas consegue fugir e esconder-se na floresta; acaba sendo encontrado por um soldado, que lhe deixa escapar.

28/04, às 19h30 – Silêncio rompido

Título em espanhol: Silencio roto

Direção: Montxo Armendáriz

(Espanha, 2000)

Sinopse: No inverno de 1944, já terminada a Guerra Civil, ainda existem nos montes do norte da Espanha os “maquis”, grupos armados que não se resignam ao triunfo do franquismo e seguem lutando. Lucía, de apenas 21 anos, chega a um desses povoados para trabalhar com sua tia e ali conhece Manuel, jovem ferreiro que colabora com os maquis, passando a envolver-se com ele e com a realidade oculta sob as montanhas.

Serviço:

Local: Instituto Casa da Glória da UFMG

Endereço: Rua da Glória nº 298, Centro, Auditório 209

Horário: 19h30

Entrada: Gratuita

Informações: 3532-6070

sábado, 3 de abril de 2010

Se essa rua fosse minha...

Por alguns momentos, andar a pé pelo centro histórico  de Diamantina  durante a Semana Santa foi uma experiência muito interessante. Sem carros e motos, a cidade entra em um ritmo diferente, assume um caráter mais comtemplativo e humano. Vi uma cidade mais leve, respirando tranquilamente.

Organizado de forma eficiente pela Igreja e Prefeitura, o controle de acesso dos veículos leva-nos à reflexão sobre as possibilidades e vantagens dessa restrição. Espero que os cidadãos tenham percebido as vantegens de tal medida. Em princípio, os comerciante$ provavelmente serão contra, mas as perspectivas a longo prazo são muitas. Acredito que o turista de cidades maiores, que vive no seu cotidiano o caos do trânsito, certamente se encantaria ainda mais com centro histórico fechado.

Já que a Semana Santa é um momento de reflexão, espero que essa proposta possa ser pensada e debatida pelo poder púublico e por todos que vivem nessa cidade. Certamente, se aceita e implantada, o patrimônio histórico e cultural agradeceria de bom coração.

Abaixo, trasncrevo um texto sobre nossas ruas publicado recentemente no Passadiço Virtual

Se essa rua fosse minha....

A toponímia é a área de estudo dos topônimos, ou seja, nomes próprios dos lugares, da sua origem e evolução; uma área da lingüística com fortes ligações com a história, a arqueologia e a geografia. Entre os topônimos mais comuns no Brasil destacam-se os de influência católica, relacionados aos santos, tais como São Paulo e Santa  Catarina. Também são utilizados os termos referentes ao meio natural (Rio de Janeiro, Mato Grosso, Belo Horizonte, Recife) e aos pontos cardeais e de direção, tais como o Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.

Ao consultar o catálogo de endereço de Diamantina nos deparamos com nomes de ruas, praças e, principalmente, becos que nos chamam a atenção. Certamente, são fontes riquíssimas para compreender a formação e desenvolvimento da cidade. Alguns merecem destaque pela originalidade: Amola Machado, Amontólia, Cangica, Casaca Parda, Enologia, Esmeril, Farinha Seca, Fintadouro, Mola Machado, 1000 Oitavas, Pataca, Quatro Vinténs e muitos outros. Encontramos também logradouros que prestam homenagem a importantes personagens da história da cidade e do Brasil: o poeta Aureliano Lessa, o Barão de Guacuí, a famosa Chica da Silva, o padre conservador Dom Geraldo Sigaud, os Presidentes Getúlio Vargas e JK, o músico Lobo de Mesquita, o Professor Aires, o maestro Pururuca, o jornalista Teófilo Otoni e muito outros.

Além de satisfazer a primitiva necessidade humana de nomear tudo aquilo que está ao seu redor, os topônimos revelam a identidade cultural de um povo. O resgate e registro das origens desses nomes seria uma fonte riquíssima para entender o cotidiano daqueles que ajudaram a construir esse lugar. São elementos essenciais para o entendimento do processo formativo inicial do Arraial do Tijuco e, posteriormente, a consolidação da estrutura urbana de Diamantina.

Na crônica “Diamantes ao cair da tarde”, publicada no livro “A chave do enigma” (1999), o escritor Fernando Sabino comenta as motivações históricas para a origem de alguns becos de Diamantina. Segundo Sabino o Beco do “Pinta Ratos” seria uma homenagem a um pintor que, para vingar-se de uma Irmandade que lhe devia uma certa quantia de dinheiro, desenhou vários ratos na sacristia da igreja. O Beco da Paciência também é citado no livro. A sua origem é explicada pelo fato do local ser utilizado pela população para despejo de lixo e pelos tropeiros qune ali satisfaziam suas necessidades fisiológicas; sendo, então, necessária muita paciência para atravessá-lo com segurança. Interessante notar que o Beco das Caveiras, também citado pelo autor, nos leva a uma dúvida, pois ao passarmos pelo local encontraremos uma placa indicando que o logradouro se chama Beco das Craveiras. Alguns moradores dizem que esse é o verdadeiro nome, pois ali existiam vários exemplares da planta herbácea Dianthus Caryophyllus, popularmente conhecida como craveira.

Algumas cidades já perceberam a importância da preservação da memória dos topônimos. Recentemente, a Prefeitura do Rio de Janeiro fez uma licitação para a colocação de placas em vários pontos da cidade. Além do nome dos logradouros, as placas trazem em sua parte inferior um pequeno texto sobre a origem do nome homenageado. São Paulo tem outro projeto interessante sobre o assunto. No site www.dicionarioderuas.com.br são disponibilizadas informações sobre a origem dos nomes das ruas da cidade e a sua evolução histórica. A Câmara de Municipal de Diamantina, que tanto aprecia os projetos para nomear logradouros, poderia se inspirar em iniciativas semelhantes para a cidade. Assim, poderíamos andar pela Rua do Burgalhau e saber que era a principal via de deslocamento para as lavras de diamantes e que também abrigou as primeiras casas do Arraial do Tijuco. Tal projeto talvez nos ajudasse a compreender os motivos pelos quais levaram Macau, atual região administrativa da República da China, a ser merecedora de dar nome a três importantes logradouros da cidade. Também poderíamos saber que operários viviam na Vila Operária? Quem foi o Mota? O que é Penaco, Purqueria e Bicame? Afinal, quem tocava o piano do Beco da Tecla?

Particularmente, o nome da Rua Jogo da Bola é o que mais gosto. Poético e lúdico, esse também é o nome de uma Rua no Morro da Conceição, no Rio de Janeiro, citada em vários contos de Machado de Assis. Também podemos andar pela Rua Jogo da Bola em Coimbra (Portugal) e em Tiradentes, Minas Gerais. Parodiando Caetano Veloso, digo que alguma coisa acontece em meu coração quando passo pela esquina da Rua Joga da Bola com a Avenida da Saudade. Lembro-me de minha infância, quando brincávamos livremente pelas ruas e podíamos usufruir de uma infinidade de jogos: queimada, rouba bandeira, pega-pega, pique-esconde, mãe-da-rua, rodar pião, tico-tico fuzilado, bola de gude e muito mais. Um tempo em que televisão e o computador não impediam que os adultos pudessem conversar calmamente, sentados nas portas e varandas de nossas casas. Um tempo em que as ruas não eram somente dos carros e motos velozes, mas um tempo em que a rua também era minha.

 

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dilma em Diamantina?

Radar on-line: e agora Dilma?

Por Lauro Jardim, na Veja

Dilma Rousseff já é ex-ministra há algumas horas. Sua candidatura experimentará um novo desafio a partir de hoje: como avançar na corrida eleitoral nos 97 dias que separam sua saída da Casa Civil e o início oficial da campanha eleitoral, no dia 5 de julho? Até agora Dilma era levada praticamente no colo por um popularíssimo Lula, que a acompanhava em comícios travestidos de inaugurações. Essa parte da pré-campanha ficou para trás.

Para tentar segurar os cerca de 30% de intenções de voto que alcançou, os estrategistas de sua campanha estão programando aparições da candidata em palestras nos sindicatos, entidades patronais, ONGs. Estão previstas também um sem-número de entrevistas (neste período, quanto mais, melhor) e viagens para lugares que possam atrair holofotes. Na semana que vem, por exemplo, fará o que o marketing de sua campanha venderá como um "roteiro sentimental" por Minas Gerais, onde viveu até os 21 anos - não por acaso, o segundo colégio eleitoral do Brasil. Dilma irá a Belo Horizonte, Ouro Preto, Diamantina. Fora isso, Dilma contará também com algum tipo de ajuda de Lula, especialista em driblar (e debochar da) lei eleitoral. Contará também com o auxílio nada desprezível da economia em franco aquecimento. Será o suficiente? Eis uma resposta que ninguém tem.

Mas e José Serra? Não estaria com o mesmo abacaxi nas mãos ao largar hoje o governo de São Paulo? Não. Serra situa-se há quase dois anos na faixa entre os 30% e 40% do eleitorado. É um percentual consolidado. Não há porque cair sem a exposição que o governo de São Paulo lhe dá. Dilma, não. Pode-se até supor que o seu piso está na faixa entre os 25% e 30% das intenções de voto, mas ninguém (nem no PT) tem certeza disso. Agora, Dilma será a protagonista dos atos de pré-campanha. Seus discursos unanimemente tidos como enfadonhos (até por Lula, ressalte-se) deverão saltar mais aos olhos. Sua falta de jeito típica de quem nunca pediu voto ficará mais nítida (Aliás, fora os generais, é a primeira candidata a presidente desde 1945 sem qualquer experiência eleitoral). Numa palavra, Dilma passa a andar com os próprios pés na caminhada eleitoral.