sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Leia nesta semana na Voz de Diamantina


Algumas décadas atrás, o que existia em Diamantina depois do Bom Jesus e da Venda Nova era só o Morro Vermelho. Havia também (como esquecer?) o campo de futebol, de inesquecíveis peladas e pegajosa poeira. Como também, moitas de pés de guabiroba. Dali para frente, as únicas marcas visíveis de progresso eram a barragem do Pau de Fruta e o campo de aviação.
Na minha lembrança, o chute inicial para o desenvolvimento daquela área então periférica de Diamantina foi dado por Milton Vale. Quando adquiriu ali, bem em frente ao Morro Vermelho de outrora, uma gleba em que montou seu posto de combustíveis logo em seguida acrescido de hotel, restaurante e outros tipos de prestação de serviços. Durante muitos anos, só a hoje extinta Estação de Enologia lhe fazia companhia naqueles ermos. Quando, pois, o plano diretor que precedeu a outorga do título da Unesco a Diamantina prescreveu a utilização daquela área para grandes equipamentos, seus técnicos não apenas seguiram os passos do pioneiro Posto Jequitinhonha, mas também observaram que não havia nos arredores um altiplano tão apropriadamente destinado ao crescimento do mais novo Patrimônio Cultural da Humanidade que então surgia. 
Os anos 1990 foram decisivos para Diamantina. Que se assustava com o fim de sua principal e única riqueza, ao mesmo tempo em que tentava acreditar, mas sem muita convicção - que a tão propalada afirmação de que o garimpo iria acabar um dia e que o futuro da cidade seria o turismo - começava, enfim, a concretizar-se. Com a grande vantagem de vir atrelada à rápida evolução Fafeod / Fefeid / UFVJM. E, de quebra, com a inclusão de Diamantina na área da Sudene.

Parte do editorial da Voz de Diamantina, edição 741, de 24/10/2015

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