sexta-feira, 27 de março de 2009

Garimpando em Diamantina: côco e ouro

A loja é bem pequena, discreta.  Mas a joalheria Pádua é um estabelecimento comercial cheio de história e preciosidades. Provavelmente é uma das joalherias mais antigas do Brasil e desenvolve a técnica de criação de jóias em côco e ouro, desde 1888, quando foi fundada por Antônio de Pádua Oliveira. Este foi aprendiz  do joalheiro Ezequias Lopes, que declarou-se criador da técnica num jornal do final do século XIX.

São  broches, brincos, pingentes, anéis, taças e outros tipos de peças produzidas a partir da união dos dois elementos: o ouro em conjunto com pequenas peças de côco entalhado que reperesentam flores, troncos e cruzes e outros.

A oficina da loja também é uma atração especial. O maquinário e os instrumentos utilizados para o desenvolvimento da técnica nos revelam a riqueza desse tipo de artesanato. Em alguns instrumentos percebe-se a claramente a capacidade criativa do ourives. Essa criativadade se revela nos pequenos detalhes das belas peças . 

Enfim, uma técnica que precisa ser resgatada historicamente para sua revalorização e reconhecimento.

7 comentários:

  1. A joalheria Pádua é uma relíquia, afinal de contas. Fico feliz em saber que sua história ainda se constroi no presente. Coco e ouro é uma arte delicadamente intima e familiar...valor que se atribui ao miúdo que é muito, muito de significado.
    Lembranças da minha avó Helena, guardo poucas...ou melhor muitas, porém as mesmas. Quando eu nasci ela já não falava nem se movimentava direito, em decorrencia de um derrame que sofrera. Na minha mente, só ela sentada na sua almofada quadrada, sobre a pedreira da frente da venda de Zé Marçal. Todo santo dia. Toda mesma hora do dia.
    Na orelhas, no entanto, ostento um pedacinho dela, daquele tempo que eu não conheci. Estes brinquinhos miúdos cor de ouro e negro velhos, que quando novos a fizeram jovem, vaidosa, mulher bonita demais pro que o povo da roça tá acostumado a ver.
    Estes brincos devem ter vindo de lá, da Pádua. Que se preservem as formas de se preservar o inexplicável, elo entre todas as coisas e todas as pessoas de todos os mundos.

    A bença vó Helena. . .Amém.

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  2. Letícia,
    Lindo texto..sensível e poético.
    Obrigado pela contribuição
    Fernando

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  3. Joalheria Pádua, um sonho....uma volta ao passado...Lembro-me em memória distante de ver em pequena joias de coco e ouro...quando fui a Diamantina em dezembro de 2009, não me atrevi a perguntar nada e me fiz somente em admirar a vitrine fabulosa...agora em dezembro de 2010, estive lá novamente, após uma viagem de 800 kilometros... não resisti e trouxe um pedaço de Diamantina comigo. As peças de Pádua, são a própria história da cidade... abraço Diamantina.

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  4. Posso dar uma sugestão? Vocês indicam coisas encantadoras de Diamantina. Será que poderiam colocar o mapa desses lugares especiais?

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  5. Obrigado pela dica. Vamos melhorar. Em tempo: a Joalheria Pádua é muito conhecida por aqui. No centro histórico todo mundo do comércio conhece, pois a cidade é muito pequena.

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  6. Gostaria de ver as jóias. Estou procurando uma medalha tipo relicario, pra colocar foto.

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  7. Antônio de Pádua (talvez tenha aperfeiçoado a técnica do "Coco/ouro" com Ezequias Lopes) mas todo seu aprendizado na ourivesaria e a técnica Coco/ouro foi com o ourives Prudêncio Pereira de Andrade.

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