O cinema sempre se constituiu numa importante ferramenta cultural a serviço tanto do entretenimento quanto do aprendizado. Produto da modernidade e dos avanços técnicos em torno da imagem e suas representações, o cinema representa um estágio complexo da elaboração de discursos em inúmeras instâncias da vida social. Ao influenciar a moda, comportamentos, ao revolucionar costumes e propor novos “estilos de vida”, ao trazer à tona questões polêmicas aos olhos de seu público, o cinema vem cumprindo uma função multifacetada no mundo moderno até como forma de exprimir sua extensa heterogeneidade e possibilitar, a seu público, registros nas mais diferentes formas e origens.
Neste sentido, falar em cinema é falar também sobre uma manifestação estética e artística, que extrapola sua dimensão meramente técnica. Antes de considerarmos a produção cinematográfica apenas pelo seu produto final, a saber, a exibição de película em espaço destinada para esse fim, o processo de criação do roteiro até a saída do expectador da sala de cinema, implica numa construção complexa de imagens, representações e linguagens.
Dada essa constatação verifica-se que o cinema – aqui representado em todas as suas etapas de produção – configura-se num objeto primordial de discussões e debates não somente sobre o próprio circuito dasétima arte, mas sobre a construção de sentidos e referências histórico-sociais. Visto que, a formação das identidades sociais, culturais, históricas e nacionais em diversos momentos da história do cinema foram elementos importantes na sugestão de roteiros e direção artística. Em outras palavras, produções cinematográficas servem, concomitantemente, à diversão de platéias que lotam as salas de exibição em centros comerciais por todo mundo, mas também um instrumento de formação de consciência de públicos historicamente despolitizados.
Dentre estes e outros motivos, nota-se que o cinema é um objeto privilegiado a partir do qual se pode propor discussões e debates sobre a nossa própria realidade. Não somente produto de um discurso ficcional, o cinema é a representação da necessidade da ficção nas sociedades modernas e uma forma de evidenciar/ocultar os sentidos do nosso olhar e nossas (auto)representações.
O projeto de extensão Cinema Falado vem dar continuidade à atividade de extensão iniciada em março de 2010, no âmbito da UFVJM, com a participação de alunos, professores, pesquisadores e comunidade externa à universidade. Entre outras iniciativas o Cinema Falado visa a ocupação e utilização de espaços culturais da cidade de Diamantina como forma de consolidação de uma prática áudio-visual. Desse modo, através de parceria com o Instituto Casa da Glória, administrado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), será o local de realização do projeto em sua nova fase. O caráter interinstitucional aqui se acentua como meta, ampliando a visibilidade social e o alcance cultural desta iniciativa.
O projeto é coordenado pelo Prof. Rodrigo Czajka (Sociologia – IH/UFVJM) com a colaboração das professoras Miliandre Garcia (História – IH/UFVJM) e Elaine Sodré (História – IH/IFVJM).
Programação do 2º semestre de 2010: filmes e debatedores
25/09 - Machuca - Andrés Wood, 2004 - Prof. Dr. Wellington Oliveira (UFVJM)
02/10 - Entre os muros da escola – Laurent Cantet, 2009 - Prof. Dr. Ademilson Sousa Soares (UFVJM)
16/10 - Cronicamente Inviável – Sérgio Bianchi, 2000. - Prof. Dr. Marivaldo Carvalho (UFVJM)
13/11 - Encouraçado Potemkin – Sergei Eisenstein, 1925. - Prof. Dr. Sandro Almeida (UFVJM)
20/11- Moça com brinco de pérola – - eter Webber, 2003. - Prof. Drª Miliandre Garcia (UFVJM)
04/12 - Pollock – Ed Harris, 2000 - Prof. Dr. Rodrigo Czajka (UFVJM)
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