Algumas vezes tenho comentado sobre a dificuldade de participar da intensa vida festeira deste velho e regateiro burgo. Nunca, entretanto, senti tanto pesar de perder sua rica programação como na semana que passou.
Preso ao compromisso de uma viagem e aos distúrbios que precedem essas eventualidades ou nos bagunçam o cotidiano até depois do nosso retorno, comecei a contabilizar os prejuízos já na quarta-feira. Ao perder o concerto de Natal com que o sempre dedicado Macena e sua equipe brindaram os moradores do Pão de Santo Antônio. Perda dupla, aliás. Pois, naquele mesmo ambiente que me é tão querido e íntimo, deixei de saborear o “Café com Tipógrafos” e ver a secular e portentosa impressora, em que por tantos anos rodou a Voz de Diamantina, ser recolocada em funcionamento.
Assim como não assisti, mais tarde, à apresentação do trabalho de restauração dos acervos do jornal que tenho hoje a honra de editar, quando Sônia Queiroz, Tânia Regina de Luca e James William Goodwin - ilustres personalidades da UFMG, da Unesp e do Cefet-MG - narraram e ilustraram magistralmente o papel da imprensa em Diamantina no início do século XX. Privação que se estendeu mais clamorosamente ainda na noite de quinta-feira, quando a coordenadora do projeto Memória do Pão de Santo Antônio, Ana Utsch e sua dedicada e valorosa equipe expuseram as ações para preservar, dar vida e sustentabilidade ao pequeno, mas importante museu mantido pelo mais antigo asilo da cidade.
Para completar a enfiada de danos musicais, culturais e afetivos, não tenho palavras para expressar minha tristeza de não ter podido presenciar a cerimônia de homenagem ao padre, poeta e professor que, em sua humildade amiga e estimulante, deu sentido ao meu livro “Espiando Diamantina”, ao conceder-me a honra de prefaciá-lo. Guardo essa atenção de padre Celso no topo da minha autoestima, acima, muito acima, das mais importantes e reluzentes medalhas com que já fui laureado.
Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 697, de 20 de dezembro de 2014
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