Gostar ou não de novelas já não é
uma escolha livre do brasileiro. Queira ou não, ele tem sido obrigado a
assistir - noite e dia - a longos e inconclusivos capítulos de mal engendradas
tramas em que se enveredou o Brasil. E não adianta mudar de canal. A qualquer
hora, nas mais variadas emissoras de TV, as más notícias pululam. A desnudar a
imoralidade, a impunidade e a falta de civismo como os únicos, crescentes e
deformados valores que emanam da seara política tupiniquim. Em todos os seus
escalões. A contaminação é nacional. Tamanha dimensão vem alcançando este
estado danoso de degradação institucional que assassinatos cruéis, assaltos
violentos e outros tipos de crimes hediondos já são até vistos com certo
desinteresse e tédio, como se naturais no cotidiano das cidades. Em meio a este
teatro de horrores, passa até despercebida a grave situação econômica do país.
Ao largo dos assuntos do momento,
como os movimentos a favor do impeachment de variadas e poderosas autoridades,
as ameaças de prisão de até então insuspeitos e santificados figurões, as
denúncias de rotineiros e já apequenados roubos de bilhões de reais, resta-nos
o consolo de morar no interior. Aparentemente imunes às altas da inflação, à
perda de empregos, à recessão, que só parecem existir nos grandes centros.
De fato, em nossa realidade local
tudo parece correr bem. Finda a greve da UFVJM, que durou mais de 100 dias, a
cidade voltou ao normal. Tanto sucesso têm alcançado as vesperatas que mais
algumas foram adicionadas às do calendário oficial. E, mesmo agora, com a
chegada mentirosa das chuvas e a temeridade de criar mais uns desses
espetáculos a céu-aberto temporãos, a noite diamantinense continua a fluir.
Leve, livre e solta. As mesas da Quitanda quase sempre cheias. A sinalizar que
nosso mundo é outro. Ouvem-se
comentários de que, já de alguns meses para cá, não se consegue uma só reserva
de hotel na cidade em todos os fins de semana, até o réveillon. Com a alta do
dólar e a leva de feriados que engordam os fins de semana, a sensação reinante
é de que o turismo interno chegou a estes altos de montanha para ficar. Ou, no
mínimo, para voltar com inusitada e bem-vinda frequência.
Pena
é que o longo introito deste editorial seja, em parte, tão enganoso como o
flanar aparentemente tranquilo da nossa economia. Na verdade - e neste espaço
já se comentou esta preocupação mais de uma vez - Diamantina ainda não achou o
seu eixo turístico. E (por que não dizer?) dificilmente o achará. Pela simples
razão de que não se acha o que não se procura.
Parte do editorial
da Voz de Diamantina, edição 743, de 07/11/2015
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