quarta-feira, 22 de julho de 2009

Imperdível: show do Macalé na Casa da Glória

Fonte: Clique Music UOL

Cantor, violonista, compositor, arranjador e ator, o carioca Jards Anet da Silva viveu desde cedo em meio à música, seja ouvindo, tocando ou estudando, chegando a trabalhar como copista do maestro Severino Araújo. No futebol, porém, era uma negação: ganhou dos amigos de pelada o apelido de Macalé em "homenagem" ao pior jogador do Botafogo da época.

Amigo dos músicos baianos, em 1966 dirigiu um show de Maria Bethânia. Acompanhou de perto o Tropicalismo e, em 1969, entrou sob vaias no IV Festival Internacional da Canção, numa teatral apresentação do rock "Gotham City". Em 1970, Macalé foi a Londres em encontro dos baianos exilados. Com músicas gravadas por Gal Costa ("Hotel das Estrelas", "Vapor Barato"), Maria Bethânia ("Anjo Exterminado" e "Movimento dos Barcos") e Clara Nunes ("O Mais-Que-Perfeito"), resolveu fazer, na volta para o Brasil, seu primeiro LP solo, "Jards Macalé" (1972).

No ano seguinte, gravou ao vivo, com vários artistas, o "Banquete dos Mendigos", disco duplo para comemorar o 25º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Censurado, o álbum só saiu anos mais tarde.

Em 1974, Macalé lançou o LP "Aprender a Nadar", apresentando a linha de morbeza (morbidez + beleza) romântica do parceiro Waly Salomão. Num dos vários lances de irreverência de sua carreira, alugou uma das barcas da Cantareira para fazer o lançamento do disco e terminou o show jogando-se no mar.

Em 1987, lançou o LP "Quatro Batutas e um Curinga" e curtiu um hiato fonográfico de 11 anos, rompido por "O Q Faço É Música". Nesse meio tempo, seu trabalho veio sendo reconhecido tanto pelos jovens músicos ("Gotham City" foi regravada pelo Camisa de Vênus e "Vapor Barato" pelo Rappa) quanto pelos veteranos (Moreira da Silva, rei do samba de breque, passou-lhe o chapéu).

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