Quando padre Lúcio, então
diretor-geral da Associação do Pão de Santo Antônio, convidou-me para presidir
o mais velho asilo deste velho e filantrópico burgo, sugeriu-me algumas ações
que coroariam a dinâmica e produtiva gestão de Tim Baracho e comemorariam dignamente o centenário da instituição:
concluir a reconstrução do casario da entidade à esquerda da capela; recuperar
seu amplo e acolhedor jardim; inaugurar o Museu da Memória do Pão de Santo
Antônio e fazer com que o jornal Voz de Diamantina, inativo desde 1990,
voltasse a circular. Para falar a verdade, a tarefa que mais me assustava era
esta última. Não apenas por não ser jornalista, mas principalmente pelo
preocupante compromisso de suceder Zezé Neves, seu diligente fundador. Falou
mais alto, certamente, minha falta de juízo e de percepção da responsabilidade
que seria editar um jornal toda semana, 52 vezes por ano, sem prazo nem
remotamente estipulado para parar. Pois bem... Aos trancos e barrancos que
minha incapacidade me impõe, chego, nesta semana, a 729 edições. Chego, não...
Chegamos! Este enxerido editor, os dedicados articulistas e colaboradores, os
anunciantes - e os principais operadores desta inacreditável façanha: as
centenas de generosos e fiéis assinantes, os filantes (que não compram, mas sempre leem o jornal), e os
desprendidos leitores avulsos que pagam R$ 4,00 por exemplar na Banca de
Geraldinho, na Canastra Diamantina e no Espaço B, que fazem o favor de expô-los
e vendê-los sem nenhum custo para o Pão.
É claro que o dia 14 de julho de
2001 nunca me sairá das boas lembranças. É que todas as sugestões do meu
diretor-geral foram cumpridas naquela data. As 13 elegantes casinhas
entremeadas pela despojada capela amanheceram muito exibidas para a comemoração
do centenário. “Alvas como cordeirinhos que se lavaram na fonte”, lá estavam
elas novamente firmes, aprumadas, uniformizadas de azul e branco, gentilmente
cortejadas pelo renovado e receptivo jardim. E o Menino Jornaleiro, meu Deus? Com
que habilidade as mãos carinhosas de Elenita Flecha renovaram-lhe as humildes e
toscas feições, pensaram-lhe as feridas das intempéries e repuseram-lhe sob um
dos braços o maço de jornais. Quando a edição comemorativa dos 100 anos do
velho asilo foi distribuída durante a inauguração do Museu da Memória do Pão de
Santo Antônio, parecia até que aquele menino esculpido por Bolivar Siqueira ia
descer do pedestal e sair gritando aos quatro ventos: Ó a Voz de Diamantina! Ei-la de volta, afinal! Ó o jornalzinho do Pão
de Santo Antônio! Hoje, de graça!
Parte
do editorial da Voz de Diamantina, edição 729, de 1º/08/2015
Assinatura
da Voz de Diamantina
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jornal Voz de Diamantina pode ser adquirido nos seguintes locais: Banca de
Geraldinho, Canastra Diamantina e Livraria Espaço B
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