domingo, 16 de agosto de 2015

Leia nesta semana na Voz de Diamantina


              
A reunião extraordinária da Câmara Municipal de Diamantina do dia 6 de agosto não foi gravada nem filmada, como de costume. E não poderá, portanto, ser ouvida ou assistida pelos munícipes. Este é um dos aspectos temerários da conduta da nossa vereança. Naquela data, a maioria dos nossos diligentes edis votou pelo acréscimo do 13º salário aos seus já polpudos subsídios. Como, além dos R$ 5.700,00 de praxe, eles também embolsam indecorosa verba indenizatória, em torno de R$ 2 mil, por que não descolar mais uma mixaria dos cofres públicos? - Devem ter pensado nossos insaciáveis parlamentares, provavelmente extenuados pela sua dura lida das tardes de segunda-feira. Só que desta feita sua manobra bichou. Imoralmente legal, ela soou como mais uma afronta ao distinto público que paga por esta e pelas demais mordomias municipais.
              Dois jovens moradores da cidade enfeixaram a indignação popular numa Petição Pública que pode ser lida na página 05 desta edição, assim como outros três artigos transcritos nas páginas seguintes que bem descrevem como a força do povo, aliada a recursos legais, anula o poder aparentemente irrefreável dos que legislam a favor de si próprios. Basta que 5% do colégio eleitoral do município subscrevam a Petição Pública para que a câmara se curve aos mais comezinhos princípios éticos. No caso deste velho e desinformado burgo, 1800 assinaturas castigariam nossos vereadores na parte mais sensível de seu mercenário arcabouço de homens públicos: o bolso.
              A inusitada iniciativa se espelhou nas de outras cidades e provavelmente se espalhará por todo o país. A Petição Pública de Diamantina reduz o subsídio dos vereadores, do prefeito, do vice e dos secretários, veda qualquer tipo de remuneração extra e submete eventuais tentativas de aumentar seus valores a consultas por plebiscito.
A reação liderada por Helen Perrela e Êmerson Araújo, autores da petição, foi aparentemente fraca. Seu convite à adesão, postado em redes sociais, atraiu pouca gente à frente da câmara ás 3h da segunda-feira. Mas as pessoas iam chegando, se informando, assinando a petição, algumas pressurosas em buscar seus títulos de eleitor, uma das exigências do cartório eleitoral. Várias listas corriam de mão em mão, muitas delas levadas espontaneamente para casas e locais de trabalho para serem assinadas.

              Parte do editorial da Voz de Diamantina, edição 731, de 15/08/2015

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LEIA SOBRE O AUMENTO DOS VEREADORES EM 2012.

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