sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Ninguém vive impunemente em Diamantina... Eu sempre apreciei esta frase dita por não sei quem, algures, mas por muito tempo sem conseguir entender-lhe o significado. Na provecta idade a que Deus permitiu-me chegar, acho que finalmente começo a compreender sua cifrada mensagem. A ponto de poder intuir que esta anunciada e fatal punibilidade só atormenta os que sentem os dramas, sofrem com as mazelas e se condoem dos maus tratos que têm sido impostos à sua cidade. E, é claro, esta gama de percepções não nasce da noite para o dia, mas através de vivência, observação e admiração das riquezas arquitetônicas, culturais, musicais e artísticas de um Patrimônio Cultural da Humanidade.
              Tentarei explicar-me. Tão logo o prefeito Gustavo, numa das medidas de mais lúcido tirocínio de sua gestão, fechou o trânsito de veículos na Rua da Quitanda - palco ainda experimental da vesperata - mesas e cadeiras se espalharam por sobre o simpático ambiente. Num dos festivais de inverno da UFMG, impressionou-me o comentário de um casal de turistas acompanhado de sua filha pré-adolescente. Ao meu lado na fila para um show de violão na Igreja do Carmo, deles ouvi simplesmente: “ao chegar à cidade, vindos do festival de Ouro Preto, e ver aquela praça cheia de mesas e cadeiras, gente conversando, petiscando e degustando, sentimo-nos na boêmia e cosmopolita Paris. Que outra cidade brasileira ostenta com tanta naturalidade um charme desses?”
              Esse virtuoso espanto de viajados turistas se deu quando os pontos comerciais e as casas do Centro Histórico de Diamantina mais se valorizavam. Nessa época, era só abrir o preço - altíssimo que fosse - e um contrato de aluguel ou de compra era assinado. Hoje em dia, vários endereços nobres do centro estão fechados com placas de aluga-se, vende-se. Fadados a só serem arrendados pelas fortunas de antanho se aparecer algum banco ou órgão governamental que pague altos preços pela sua cada vez mais degradada localização.
              Parte do editorial da Voz de Diamantina, edição 730, de 08/08/2015

Assinatura da Voz de Diamantina
Um presente que todo mundo gosta de ganhar
Por apenas R$ 200,00 você recebe 52 exemplares semanalmente durante um ano
Quincas: (38) 3531-3129 e 8824-3584 - vozdediamantina@gmail.com
Aline: (38) 8811-5707


*A partir da tarde das sextas-feiras, o jornal Voz de Diamantina pode ser adquirido nos seguintes locais: Banca de Geraldinho, Canastra Diamantina e Livraria Espaço B

Nenhum comentário:

Postar um comentário