Ninguém vive impunemente em
Diamantina... Eu
sempre apreciei esta frase dita por não sei quem, algures, mas por muito tempo
sem conseguir entender-lhe o significado. Na provecta idade a que Deus
permitiu-me chegar, acho que finalmente começo a compreender sua cifrada
mensagem. A ponto de poder intuir que esta anunciada e fatal punibilidade só
atormenta os que sentem os dramas, sofrem com as mazelas e se condoem dos maus
tratos que têm sido impostos à sua cidade. E, é claro, esta gama de percepções
não nasce da noite para o dia, mas através de vivência, observação e admiração
das riquezas arquitetônicas, culturais, musicais e artísticas de um Patrimônio
Cultural da Humanidade.
Tentarei explicar-me. Tão logo o
prefeito Gustavo, numa das medidas de mais lúcido tirocínio de sua gestão,
fechou o trânsito de veículos na Rua da Quitanda - palco ainda experimental da
vesperata - mesas e cadeiras se espalharam por sobre o simpático ambiente. Num
dos festivais de inverno da UFMG, impressionou-me o comentário de um casal de
turistas acompanhado de sua filha pré-adolescente. Ao meu lado na fila para um
show de violão na Igreja do Carmo, deles ouvi simplesmente: “ao chegar à
cidade, vindos do festival de Ouro Preto, e ver aquela praça cheia de mesas e
cadeiras, gente conversando, petiscando e degustando, sentimo-nos na boêmia e
cosmopolita Paris. Que outra cidade brasileira ostenta com tanta naturalidade
um charme desses?”
Esse
virtuoso espanto de viajados turistas se deu quando os pontos comerciais e as
casas do Centro Histórico de Diamantina mais se valorizavam. Nessa época, era
só abrir o preço - altíssimo que fosse - e um contrato de aluguel ou de compra
era assinado. Hoje em dia, vários endereços nobres do centro estão fechados com
placas de aluga-se, vende-se. Fadados a só serem arrendados pelas fortunas de
antanho se aparecer algum banco ou órgão governamental que pague altos preços
pela sua cada vez mais degradada localização.
Parte
do editorial da Voz de Diamantina, edição 730, de 08/08/2015
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