Certo dia um vereador me cobrou nunca ter feito, em meus editoriais, nenhum elogio a nossos parlamentares, mas só críticas. Ponderando ainda, e sem a menor modéstia, que - a exemplo dele próprio - detentor de vários mandatos, a cidade muito devia à operosidade da vereança. Respondi-lhe que bons e respeitáveis vereadores jamais deveriam ansiar por aplausos, mas pelo reconhecimento de seus méritos, se realmente os houvesse.
De fato, ao rever meus muitos escritos sobre o procedimento da nossa edilidade, não posso negar que sempre lhes apontei a incoerência, a sujeição e a falta de preparo para um cargo público que muitos deles transformam em vantajoso emprego, tal a mediocridade com que o exercem. Duas de suas ações, porém, mereceram deste editorialista realce e enaltecimento. Ambas da legislatura passada: a eliminação do voto secreto, antes mesmo que outras instâncias superiores a adotassem, e a proibição a prefeitos de substituírem as efêmeras logomarcas de suas gestões por brasões ou outros símbolos da municipalidade. Já de longa data cobradas pela opinião pública, essas duas iniciativas concederam à câmara lampejos de dignidade, em face da leniência com que trataram a gestão de um prefeito demagogo, clientelista e péssimo gestor, que só não sucumbiu a uma CPI graças a conivências, cumplicidades e manobras protelatórias de boa parte da vereança.
Bons ventos, entretanto, bafejaram Diamantina no dia 17 de novembro. Quando a maioria dos vereadores rejeitou a prestação de contas do ex-prefeito não reeleito de Três Marias e de Diamantina, apesar do parecer favorável do Tribunal de Contas de Minas Gerais. Ou seja: nove dos 13 legisladores de Diamantina ousaram, finalmente, punir a irresponsabilidade de um prefeito. E mais: fizeram com que fartas, graves e comprovadas denúncias de improbidade administrativa colhidas em arquivos da prefeitura sobrepujassem o dúbio parecer de um tribunal cada vez menos acreditado.
Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 694, de 29 de novembro de 2014
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