Não poucas vezes, este editor tem posto em relevo o notável número de instituições centenárias que este velho e associativo burgo tem o privilégio de sediar. Muito orgulhoso, é claro, de o Pão de Santo Antônio figurar - há quase 114 anos - neste longevo e raro grupo. Ao qual pertence também, e com pouca diferença de idade, o jornalzinho criado pelo benemérito José Neves com o nome de Pão de Santo Antônio e, anos depois, rebatizado de Voz de Diamantina. Neste momento magno para a imprensa diamantinense, quando a velha oficina tipográfica em que rodou, sob dois títulos, um só e inconfundível jornal - de 1906 a 1990 - é inaugurada como o museu tipográfico único do gênero no Brasil e dos poucos existentes no mundo, me vêm à lembrança trechos de homilias que algumas vezes escutei em missas na pequena e despojada capela cuja torre se alevanta graciosamente em meio às treze casinhas que compõem o mais antigo asilo de Diamantina. Filantropia - esta era a palavra, ou melhor, a virtude, que o pregador enaltecia em suas prédicas em épocas marcantes da velha instituição. Com que simplicidade ele explicava que o pomposo termo era muito pobre para exprimir o amor e a dedicação ao próximo, como grande parte das pessoas entende ou dele se apossa imodestamente. Para ser virtude, ele deveria entrelaçar-se, confundir-se, encarnar a prática da caridade, da misericórdia, do altruísmo em favor dos mais necessitados, pregava o celebrante.
Por que trazer à baila uma palavra tão propalada e, quanta vez, desacompanhada dos atributos que não lhe poderiam faltar? Primeiramente, pela simples razão de que o Museu Tipografia Pão de Santo Antônio só existe por ter sido criado umbilicalmente ligado à caridade e à misericórdia, uma vez que profundamente irmanado à missão de manter um asilo de pobres e desamparados. O acervo de milhares de edições, agora organizadas e digitalizadas, conta esta bela história a quem desejar conhecê-la no recém-inaugurado museu; basta compulsar eletronicamente seu restaurado arquivo. Quando também se tomará consciência das dificuldades da instituição para manter o asilo e o jornal sem nenhuma ajuda oficial. Não contasse com a generosidade do diamantinense - articulistas, leitores, assinantes e anunciantes - o jornalzinho do Pão de Santo Antônio não teria ultrapassado um século de circulação e de defesa da cidade e de sua gente. Mais reconhecimento, pois, se deve ao valente, abnegado e benemérito Zezé Neves e a todos os que ombrearam com ele e deram sequência à sua missão filantrópica.
Parte do editorial da Voz de Diamantina, edição 723, de 20/06/2015
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