domingo, 12 de julho de 2015

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

              
Na manhã de quarta-feira, 08/07, participei mais uma vez de uma cerimônia no Presídio Regional de Diamantina. Em cujo pátio se dispunham filas de cadeiras, grande mesa de honra e púlpito para a entrega de Certificados de Pedreiro de Alvenaria e Carpinteiro de Obras a 11 reeducandos que se assentavam ao lado dos convidados. A solenidade foi aberta com a diplomação de 22 agentes de segurança prisional que passaram a compor o quadro de pessoal do presídio que hoje soma mais de 80 servidores em suas diversas funções.
              Enquanto ouvia os discursos das autoridades e de representantes dos recém-formados pedreiros e carpinteiros, vinha-me à lembrança a notável evolução por que passou o sistema prisional de Diamantina. Desde as longas e vergonhosas décadas em que a nossa cadeia era um ultraje à condição humana, tal a degradação a que sujeitava seus presos. E do brio com que, nos anos 1990, o diamantinense bancou generosamente a construção de outra casa de detenção adquirindo bilhetes de rifa. O que resultou em duas efemérides: erigiu-se se uma prisão digna e reconstruiu-se o Teatro Santa Isabel que, num tempo de indigência cultural, foi demolido para dar lugar a uma cadeia.
              Desde então a cidade pôde sentir-se aliviada do tremendo peso de sua velha, insalubre e degradante masmorra. Em 2011, este sentimento cresceu mais ainda com a transformação da nova cadeia em Presídio Regional. Ao mesmo tempo em que 50 bem treinados agentes da Suapi, assessorados por competente equipe técnica, substituíram a Polícia Militar na gestão da recém-promovida unidade prisional. Quando também era desfraldada a bandeira da construção da Apac, sistema prisional humanizado, de muito menor custo operacional e de índices infinitamente superiores de reabilitação de apenados, como providencial solução para desafogar a lotação do presídio e devolver à sociedade cidadãos reabilitados e aptos para convivência pacífica e ordeira. E o mais positivo: um detento do presídio adiantara-se à obrigação da prefeitura e doara uma gleba de cinco hectares, exigência do estado para a construção da Apac.

              Parte do editorial da Voz de Diamantina, edição 726, de 11/07/2015

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