Na manhã de quarta-feira, 08/07,
participei mais uma vez de uma cerimônia no Presídio Regional de Diamantina. Em
cujo pátio se dispunham filas de cadeiras, grande mesa de honra e púlpito para
a entrega de Certificados de Pedreiro de Alvenaria e Carpinteiro de Obras a 11
reeducandos que se assentavam ao lado dos convidados. A solenidade foi aberta
com a diplomação de 22 agentes de segurança prisional que passaram a compor o
quadro de pessoal do presídio que hoje soma mais de 80 servidores em suas
diversas funções.
Enquanto ouvia os discursos das
autoridades e de representantes dos recém-formados pedreiros e carpinteiros,
vinha-me à lembrança a notável evolução por que passou o sistema prisional de
Diamantina. Desde as longas e vergonhosas décadas em que a nossa cadeia era um
ultraje à condição humana, tal a degradação a que sujeitava seus presos. E do
brio com que, nos anos 1990, o diamantinense bancou generosamente a construção
de outra casa de detenção adquirindo bilhetes de rifa. O que resultou em duas
efemérides: erigiu-se se uma prisão digna e reconstruiu-se o Teatro Santa
Isabel que, num tempo de indigência cultural, foi demolido para dar lugar a uma
cadeia.
Desde então a cidade pôde
sentir-se aliviada do tremendo peso de sua velha, insalubre e degradante
masmorra. Em 2011, este sentimento cresceu mais ainda com a transformação da
nova cadeia em Presídio Regional. Ao mesmo tempo em que 50 bem treinados
agentes da Suapi, assessorados por competente equipe técnica, substituíram a
Polícia Militar na gestão da recém-promovida unidade prisional. Quando também
era desfraldada a bandeira da construção da Apac, sistema prisional humanizado,
de muito menor custo operacional e de índices infinitamente superiores de reabilitação
de apenados, como providencial solução para desafogar a lotação do presídio e
devolver à sociedade cidadãos reabilitados e aptos para convivência pacífica e
ordeira. E o mais positivo: um detento do presídio adiantara-se à obrigação da
prefeitura e doara uma gleba de cinco hectares, exigência do estado para a
construção da Apac.
Parte
do editorial da Voz de Diamantina, edição 726, de 11/07/2015
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