Autor: Ricardo Lopes Rocha
Continuando o raciocínio da semana passada quando postei sobre a liberdade e o poder de escolha. Discorri também sobre o perigo de nos deixarmos levar por estatísticas, que, não afirmando que são mentirosas nem mal delineadas, apenas que podem ser e são, motivadoras de tendências. É evidente que os institutos de pesquisa (renomados) sabem muito bem fazê-las; e com efeito, o fazem, com a necessária distribuição e sorteio dos entrevistados, distribuídos por todo o território nacional.
São pesquisas válidas sim, mas de maneira nenhuma podemos deixar que tenham o poder de nos fazer decidir por este, aquele ou outrem. Este poder quem o tem somos nós, certamente e felizmente, já que o destino do resultado das urnas tem sido o de ser proclamado e publicado. Melhor dizendo: temos, felizmente, a certeza de que, o que resultar das urnas será a decisão e será acatado por todos. Isso é um ponto pacífico que poucos param para meditar. Ter esta certeza é MUITO bom.
Partindo desta premissa, continuo este diálogo virtual com vocês, internautas (que poderão ser também formadores de opinião se quiserem, se já não o são), sobre o poder do voto. Desta vez, vou discorrer sobre o VOTO PERDIDO – algo, INFELIZMENTE muito falado em todos os meios pelos quais circulo e converso. Ao escutar algo sobre isso, sempre deixo minha opinião e agora deixo-a com vocês, para julgarem e usarem o argumento à vontade (quisera eu que fosse abundantemente). Sempre que escuto esta triste afirmação: “ah, não vou perder meu voto, vou votar em fulano, sicrano ou beltrano que está na frente!” Me dá tristeza perceber que esse meu interlocutor ainda não se apercebeu que o voto dele pode ser perdido justo por este pensamento infeliz. E mais: além de perder o voto (o direito de escolha), já colabora com as fileiras com as quais não desejava, já que terão um voto a mais.
Cientificamente, esta pessoa peca também, pois as pesquisas podem ser de três tipos: uma que é a retrospectiva; e registra o que aconteceu, o passado; a pesquisa transversal, que retrata o que acontece naquele momento em que foi realizada – que é a característica das pesquisas eleitorais. E tem também as pesquisas prospectivas, que, através do seguimento de uma série de dados obtidos, fazem previsões em relação ao futuro. Em eleição, este terceiro tipo é, a meu ver, irresponsável e poda o direito de escolha do eleitorado. Entendo que não temos o direito de dizer isso, de “prever” quem vai ganhar; isso só se sabe depois e no Brasil, FELIZMENTE, se sabe um dia depois, ao contrário de muito outros países que se gabam, se ser mais desenvolvidos que nós. Isso também é muito bom.
Se nos deixarmos levar pelas pesquisas, estamos rechaçando nosso direito de escolha! Dizer que não vai votar, é outra atitude de que o país e a democracia decididamente não precisam.
Votar é preciso e escolher mais ainda!
Vamos pois, escolher, quem quer que seja, mas LIVREMENTE!
Charge de Claudius
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