Fonte: Mariana Trigo, no Portal Terra
O filão dos roteiros baseados em experiências espirituais tem dado lucro e rendido altos números de audiência. Além do recém-lançado longa Chico Xavier - O Filme, cinebiografia do médium mais famoso do Brasil e que obteve recordes de bilheteria, da novela Escrito nas Estrelas, que se estabiliza no horário das seis com um ibope satisfatório, e do filme Nosso Lar, também baseado na obra de Chico Xavier, está prestes a estrear a série A Cura, que vem inflar as crescentes estatísticas de produções sobre o tema. A primeira série de João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein - roteirista do filme sobre Chico Xavier -, é dirigida por Ricardo Waddington e estreia na Globo no dia 10 de agosto, no lugar do seriado Na Forma da Lei. Com um formato de thriller psicológico, a produção de nove episódios conta a história de Dimas, um cirurgião nascido em Diamantina, no interior de Minas Gerais, onde se passa a trama. O personagem vai embora da cidade ainda criança, acusado de matar um amigo de infância. No entanto, 20 anos depois, ele decide voltar para sua terra natal e descobre que tem o dom de curar doentes graves. Mas, misteriosamente, esses pacientes morrem em seguida. "Sempre tive vontade de contar a história de um curandeiro, essa figura bem brasileira, e Minas foi escolhida por ser uma terra de mistérios e segredos", justificou João Emanuel.
A história, que não é baseada em fatos reais, se passa em tomadas dos dias atuais e do Século XVIII, onde se destaca o personagem Silvério, um antepassado de Dimas, vivido por Carmo Dalla Vecchia. Para o personagem, o ator chegou a emagrecer 15 kg. Como um cruel minerador de ouro, ele protagoniza cenas de extrema violência. No desenrolar da história, o encontro dos dois personagens mostra um ajuste de contas ao longo dos séculos. "Estou fazendo esta série de poros abertos, descobrindo tudo no calor do trabalho e impregnado com essa atmosfera de mistério", filosofou Selton Mello.
Para contar essa saga na pacata cidade histórica, a Globo deslocou 150 profissionais, que participaram de 25 dias de gravações na região. Uma das principais locações é o hospital de Dr. Turíbio, vivido por Ary Fontoura. Ele é pai da correta Rosângela, uma médica amiga de infância de Dimas, vivida pela mineira Andréia Horta, que é noiva há sete anos de Camillo, interpretado por Caco Ciocler. "Tive de retomar meu sotaque mineiro e construir uma médica justa e muito honesta. O mais importante foi ter começado a gravar essa série em Diamantina para que a gente vivesse plenamente o tom dos personagens", avaliou a atriz.
Dimas acaba se envolvendo com a personagem de Andréia e sua vida se entrelaça com a do enigmático médico Otto, papel de Juca de Oliveira. Seu personagem é considerado um criminoso para alguns e santo para outros. "Dimas destrói o mundo perfeito em que Camillo vivia. Ele atrapalha sua vida pessoal e profissiona", adiantou Caco.
Sem efeitos especiais, realismo fantástico, conotações religiosas, mas com alusões ao catolicismo e ao espiritismo ao falar de vidas passadas, a produção mostra, com suspense, a dubiedade do caráter do protagonista. Com um elenco com nomes como Nívea Maria, Ary Fontoura, Ana Rosa e Luiza Mariani, entre outros, a cada episódio, a trama destaca a saga de um médico curandeiro que se surpreende com sua capacidade paranormal de curar com as mãos. "Vamos mostrar o imaginário brasileiro, o misticismo que faz parte das nossas vidas, principalmente no interior do Brasil", adiantou Ricardo Waddington.
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