Autor: Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”
Desde a posse do prefeito interino, Diamantina vive em meio a ondas de boatos. Em lugar de notícias, rumores. Em vez de relatórios, o disse-que-disse. A única afirmação que vaza da equipe de governo é o crescimento do rombo da prefeitura, já acima de R$ 5 milhões. Mesmo fechada por uma semana com o Estado de Emergência Administrativa e Financeira decretado no dia 10 de janeiro, até quarta feira, 23/01, a prefeitura se manteve muda, com a já velha explicação de que só se manifestará quando tiver em mãos documentação que esclareça cabalmente a real situação financeira do município. Ora, para uma gestão que vem sucedendo outra altamente suspeita e desde sempre trancada em enigmática e hermética caixa preta, esta não é uma postura transparente. Porta-vozes autorizados e devidamente municiados de dados abririam desejáveis nichos de luz no proclamado caos em que parece debater-se a silenciosa estrutura administrativa deste velho e desassossegado burgo.
Incrível! Não há informação nem mesmo sobre o pagamento do funcionalismo em atraso, que o prefeito Maia prometeu em entrevista radiofônica pôr em dia em conta-gotas, de acordo com o saldo em caixa e outras receitas correntes. Sobre o carnaval, só se sabe que terá formato menor, mais barato; da tal visita em comitiva ao governador, para tentar levantar recursos, não se ouve também falar. Outro assunto que parece tabu é a transferência de R$ 350 mil do setor de Educação para o Gabinete do Prefeito, efetuada em 28 de dezembro, no derradeiro dia útil da gestão emblematicamente chamada “de todos para todos”, revelada por uma secretária de governo na coletiva de 10 de janeiro. Corre o zunzum que parte dessa volumosa quantia foi usada pelo padre para premiar seus dez fiéis e devotados secretários. Cada um teria recebido o generoso bônus de R$ 20 mil; dizem que os R$ 150 mil restantes se destinaram ao pagamento de cestas básicas e outros pequenos agrados. O que grande parte da população esperava deste governo interino era a contratação de uma auditoria independente que pusesse em pratos limpos os quatro últimos anos de contabilidade da prefeitura. Não haveria nenhuma surpresa se até mesmo nos exercícios de contas aprovadas se detectassem espertezas contábeis.
Continua na Voz de Diamantina Edição 598 de 26 de janeiro de 2013
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