domingo, 14 de abril de 2013

Calçamento das Ruas de Tiradentes e de Diamantina

Autor: Olinto Rodrigues dos Santos Filho, publicado no blog do Instituto Histórico Geográfico de Tiradentes

As Vilas do período colonial brasileiro desde sua origem tinham como ruas os antigos caminhos lamacentos durante o período chuvoso ou poeirento no período da seca, pois eram em sua maioria em terra batida pelo próprio transito de pedestres e animais. Prova disso são nomes que ainda sobreviveram até os dias atuais, como Diamantina que se chamou Arraial do Tejuco, que quer dizer lama ou o barro, antiga rua do Tejuco em São João Del Rei, que não passava de um caminho lamacento ou ainda  rua do Barro Velho, hoje conhecida como Rua do Barro, atualmente denominada Coronel Tamarindo, na mesma São João Del Rei.

É a partir de meados do século XVIII, após 1760 até os fins do século XVIII que o senado das Câmaras das vilas mineiras começam a se preocupar em pavimentar as ruas principais do núcleo urbano. Todas elas vão ter o mesmo tipo de calçamento em pedras miúdas e arredondadas conhecidas como cabeça de negro ou pé-de-moleque, pela semelhança que tem com o doce de amendoim do mesmo nome.

Normalmente as calçadas, obras públicas que como as outras eram postas em hasta pública, ditas "postas em praça" e arrematadas por mestres pedreiros. Vez por outra Câmara reforçava a equipe dos pedreiros com mão de obra dos presos nas cadeias das vilas, trabalhando sob vigilância e as vezes com ferros nos pés. Foi também comum o arrematante da obra "alugar" escravos de ganho, de terceiros, para ajudar nas obras. As pedras vinham de pedreiras próximas as vilas e muitas vezes do fundo de rios, pois eram mais lisas e uniformes. Os desenhos dos calçamentos tinham uma espinha central que funcionava como canaleta de escoamento da água pluvial ao centro, pois ambos os lados se inclinava para o meio, assim protegendo as paredes das casas de umidade. Ainda resta deste sistema o calçamento da cidade de Paraty, RJ, um dos poucos originais. Por vezes a calçada formava desenhos com diagonais em espinha, como era no antigo Serro e Diamantina conforme fotografias da década de 1930.

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