Às vezes, quando sou apresentado a alguém como editor da Voz de Diamantina, costumo dizer - fazendo blague - que o semanário por mim publicado tem mais de 100 anos, mas não foi criado por mim. A maioria das pessoas confere as muitas rugas que me sulcam o rosto e, com educados e reticentes sinais de dúvidas, acaba aceitando minha informação. Devo regular em idade com o Menino Jornaleiro. Que, desde os meus tempos de moleque, não muda nada de seu antigo jeito. Nem as humildes roupas com que ele veio ao mundo e se aquietou naquele belo jardim. O máximo que lhe acontece é lhe mudarem a cor da pele, da calça, da camisa e do chapéu quando resolvem dar-lhe uma arrumada. Há algum tempo isso ocorreu, quando uma menininha tentou abraçá-lo. De emoção ou, sabe-se lá de que outro sentimento, ele espatifou-se no chão e por pouco não machucou a pegajosa admiradora.
Na semana passada, em minha ida costumeira ao Pão de Santo Antônio, ao passar pela estátua do Menino Jornaleiro e acenar-lhe, como sempre faço, notei algo de novo ao redor. Era uma placa. Fixada sobre a porta da redação da Voz de Diamantina, nela se lia em primeiro plano, logo abaixo da fila de casinhas que tão bem simbolizam a centenária instituição fundada por Zezé Neves: “Memória do Pão de Santo Antônio”. Em segundo plano sobressaíam os dizeres “Projeto de conservação-restauração do acervo documental e museológico”. No pé da placa emparelhavam-se a efígie de Santo Antônio e as logomarcas da UFMG, da Petrobrás e do Governo Federal, indicando a entidade beneficiada e as responsáveis pela execução, pelo patrocínio e pelo incentivo fiscal ao projeto. Caramba, pensei comigo, esse tal de Pão de Santo Antônio não é pouca porcaria; e nem lhe fica atrás essa tal de Voz de Diamantina.
Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 652, 08 de fevereiro de 2014
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