O corpo de dona Ambrosina foi velado no Pão de Santo Antônio, onde ela morou nos últimos três anos. À missa celebrada em sufrágio de sua alma na capela do velho asilo compareceram seus poucos parentes e muitos amigos e admiradores. Entre eles, moças e senhoras que um dia cantaram e dançaram no grupo de pastorinhas que ela criou e manteve por mais de 60 anos. Na hora da encomendação, uma comitiva de moradores do Bairro da Consolação acercou-se do seu caixão e cantou-lhe uma bela música de despedida e de agradecimento pela grande ajuda para a construção da igreja do bairro, por ela transformada em verdadeira missão.
Durante a missa, diversas músicas muito bem escolhidas para a ocasião mexiam com a emoção dos presentes. A terna lembrança de dona Ambrosina a dedilhar seu acordeom e comandar as meninas pastorinhas se impregnava em toda a igreja. Fragmentos do variado repertório de canções, muitas delas de sua autoria ou de domínio público enriquecidas por ela, misturavam-se às orações e, como que, integravam-se à derradeira celebração eucarística de que ela coparticipava. Ao escutar a homilia do celebrante, em que ele enaltecia a firme atuação de dona Ambrosina nos muitos ambientes em que ela fermentou a fé cristã, emergiram-me na memória alguns trechos de uma entrevista que li, já nem sei onde, em que ela assim falava sobre a morte: “Quando alguém morre, penso: foi?! Eu também vou. Ah, pode falar: a parte real de nossa vida é a nossa irmã morte. Na hora que você nasce você já está morrendo. Deus põe na mão da gente uma vela da proporção da vida que vamos viver. Quando acende a vela, já estamos morrendo”.
Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 654, 22 de fevereiro de 2014
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Lá se foi Dona Ambrosina, mas deixou viva as pastorinhas. O grupo de paastorinhas da vem esta vivo com Samara..Procurem saber
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