Não é só arte: trata-se de longo processo baseado no contato direto do homem com elementos da natureza. É preciso escavar a terra, modelar o barro e assá-lo em fornos de argila beirando os 1.000 graus centígrados até obter a forma final de flores, laçarotes e cabelos penteados à perfeição, emoldurando olhar penetrante, nunca triste ou alegre. Sempre enigmático. Para dar cor, nada de produtos químicos: só pigmentos naturais.
O já reconhecido (e valorizado) trabalho de Isabel Mendes, de 84 anos, ceramista do Vale do Jequitinhonha que criou algumas das mais belas bonecas de barro de Minas Gerais, já encontrava eco nas criações de sua filha, Glória. Agora, mais do que nunca, a história se repete com a neta da mestra, Andréia Pereira de Andrade. Presente na 21ª edição da Feira Nacional de Artesanato, que termina amanhã, em Belo Horizonte, ela é a prova de que a arte de dar vida e alma ao barro ainda será perpetuada por muitos anos.
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