Autora: Fernanda Salvador, Jornalista - Rio de janeiro:
Entre as desejadas potencialidades naturais do Brasil e as pesquisadas mazelas sofridas pelo seu povo há uma riqueza pouco valorizada e explorada: a sabedoria que nasce do nosso chão, concebida na prática da vida. Muitos mestres estão espalhados pelo país, construindo, na peleja pela sobrevivência, na poeira que o viver levanta, um fecundo chão de saberes.
Na intenção de conhecer como vivem e pensam esses mestres, decidi iniciar, no Vale do Jequitinhonha, Nordeste de Minas Gerais, uma incursão à sabedoria brasileira. Viajei com a ideia de, lá, poder ser uma garimpeira. Não fui explorar os recursos minerais do rico solo da região, mas o mundão de possibilidades que brotam do chão humano. Durante as três semanas de minha passagem pela região, conheci gente de muito saber em Araçuaí, Berilo, Chapada do Norte e Diamantina.
Ao tentar garimpar as riquezas de suas percepções, comecei a perceber que é de troca e convivência que o chão se alimenta. Ele é formado por gente e não por deuses. Seu Antenor, um dos fazedores com quem conversei, ensina: “Deus é um sozinho que tem”. No chão, ama-se e se é amado, acolhe-se e se é acolhido, dá-se e recebe-se, perde-se e ganha-se: nele se vive! E com abundância. Nas prazerosas conversas que tive com os fazedores, comecei a compreender: o aprender e o ensinar é uma peleja constante e comum a todos.
Voltar os olhos para o nosso chão pode ser uma experiência reveladora. É que, quando nos limitamos às alturas, deixamos de enxergar, nas sutilezas e miudezas que ensinam vida, a grandeza que tanto procuramos no alto. Colocando os pés na nossa terra podemos descobrir o nosso chão, o chão do Brasil e, mais do que isso: podemos ter um valioso guia na aventura que é o viver.
O blog é o espaço que encontrei para compartilhar a experiência de conhecer um pouco mais sobre a vida e o pensamento de brasileiros cujas vozes, embora quase não tenham vez para ecoar Brasil afora, muito têm o que dizer. São eles os fazedores do nosso chão.
Encontrei, no Vale do Jequitinhonha, Nordeste de Minas Gerais, alguns desses brasileiros e é com textos sobre eles que dou início ao blog. A experiência de conhecê-los me fez prestar mais atenção a um modo de vida que, no cultivo do coletivo e no movimento do dia-a-dia, constrói um vigoroso chão de saberes. É bastante estrada que precisamos percorrer, há muito desse país a ser redescoberto…
Clique aqui para conhecer o blog Fazedores do Nosso Chão
Segue abaixo uma mensagem da autora:
Meu nome é Fernanda, sou jornalista e moro no Rio e Janeiro. Ano passado, estive no Vale do Jequitinhonha para fazer um trabalho sobre um Brasil que muito me encanta. Minha intenção era conhecer o modo de viver e pensar de brasileiros que muito têm o que dizer. Passei por Diamantina e entrevistei duas figuras formidáveis da cidade: Dona Ambrosina Dias da Cruz e Seu Gonçalo do Rosário Silva.
Convido vocês do Passadiço Virtual e toda Diamantina para conhecer o trabalho: http://fazedoresdonossochao.com/
Minha vontade é de dar continuidade ao trabalho e entrevistar, pelo país e Vale do Jequitinhonha a dentro, brasileiros que fazem o Brasil ficar ainda mais bonito! Fiquei encantada, de verdade: como a terra de vocês é rica!
Abraço, Fernanda Salvador.
Vamos acompanhar essa moça! Abraço.
ResponderExcluirOlá Saul! Olá Passadiço!
ResponderExcluirAguardo a visita de todos no http://fazedoresdonossochao.com/.
Abraço,
Fernanda Salvador.
A Fernanda é um doce de pessoa.
ResponderExcluirFez um trabalho belíssimo no Vale do Jequitinhonha.
Criou o Blog como um início de trabalho que pretende continuar realizando,dando voz a quem pouco é ouvido ou divulgado nos meios de comunicação.
Visitem o Blog! Vale a pena!
Álbano Silveira Machado
Editor do Blog do Banu - Berilo - Vale do Jequitinhonha