As últimas eleições de Diamantina foram bem complicadas. Antes mesmo de sua realização, pairavam muitas dúvidas sobre cada candidatura. Assim é que liminares e impugnações vinham à tona repetidamente. Fulano não poderá candidatar-se, diziam uns. Se ganhar, não tomará posse, afirmavam outros. A eleição será anulada, especulavam uns e outros. Essa agonia que, aliás, trouxe muito prejuízo ao bom andamento da cidade, só acabou depois de um segundo pleito, cujo resultado, assim mesmo, se tornou refém de um cipoal de recursos interpostos nos tribunais. Até que chegasse o 1º de maio, pela primeira vez na história da cidade, festejado não apenas como o Dia do Trabalho, mas da conturbada posse do novo prefeito.
Ninguém esperava, entretanto, que o mandatário duplamente vitorioso nas urnas iniciasse sua gestão com grandes feitos, obras de impacto, projetos mirabolantes. Até porque seu antecessor, o ex-prefeito não eleito de Três Marias e também de Diamantina, que tanto se ufanava da própria experiência e do fenomenal tino empreendedor, deixara um rombo nos cofres municipais que rompeu a casa dos R$ 5 milhões, sem que ninguém até hoje saiba o valor real de seu montante. Apesar da gravidade que esse déficit de numerário, de responsabilidade e de moralidade representou para as finanças e o renome de um município de grande importância regional, mas de minguado prestígio político e pequena arrecadação, havia no ar muita esperança. Firmada na certeza de que tão mal administrado e ultrajado este velho e confiado burgo nunca mais seria. E assim, dias, semanas, meses se passaram neste clima suave, pândego e festeiro que - já muitas vezes se disse - rege a vida diamantinense com muito mais força do que o calendário Gregoriano: em vez de quatro estações, dezenas de eventos, festejos e comemorações.
Agora, porém, que o já nem tão novo prefeito completou um ano de governo, murmúrios, queixas e cada vez menos abafados rumores vêm ganhando corpo. Já não apenas na periferia, nos bairros nobres, no centro histórico, mas por tudo quanto é beco, ruela e esquina, terreno fértil - desde sempre - para cochichos inconfessáveis. Inicialmente à boca pequena, em seguida, nem tanto, até se firmarem nos bate-papos, nas mesas de bares, na opinião pública.
Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 664, de 03 de maio de 2014
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