Fonte: Divirta-se, Jonal Estado de Minas (clique aqui)
Você pode ainda não ter ouvido falar de César Lacerda, mas o nome dele aparece nos créditos de pelo menos cinco discos de artistas mineiros que serão lançados de agora ao início do ano que vem. De veteranos, como Flávio Henrique, a cantoras da nova geração (Irene Bertachini, Laura Lopes e Luiza Brina), passando por Graveola e o Lixo Polifônico. Mineiro de Diamantina, esse cantor e compositor de 24 anos se divide entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte e está na capital mineira para lançar seu primeiro EP no show Porquê da voz, hoje à noite, no Sesc Palladium.
Sozinho ou com parceiros, é ele o autor das 13 canções que fazem parte da apresentação. Canta principalmente em português e toca violão acompanhado por guitarra (Elísio Freitas), baixo (Marcelo Conti) e bateria (Cláudio Lima). A sonoridade pode ser definida como a amálgama de elementos de rock, pop e música brasileira, com uma pitada de sofisticação. Pela qualidade das letras emúsicas e o cuidado na interpretação, César pode ser apontado como uma das boas revelações do ano.
“Há algo extremamente sedutor nesse formato. A riqueza de texturas e a densidade sonora que é possível alcançar com poucas pessoas é fantástica! Apesar de o rock ser algo comum na formação musical e afetiva de todos, o trio é formado por músicos de jazz”, conta ele, que vem de família musical. Em BH, passou pela Fundação de Educação Artística e Escola de Música da UFMG. Estudou diversos instrumentos, compôs para curtas e atuou no choro, erudito, samba e até tango.
CASUALIDADE O EP, conta, foi feito a partir da necessidade de registrar o que o quarteto estava fazendo. “O processo se deu de forma muito despretensiosa. Gravamos em setembro, ao vivo, em duas horas de estúdio. Essa casualidade vazou para o som e nos escutar depois, possibilitou desenvolver para o resto do repertório uma linha específica de arranjos. Por fim, o resultado foi tão surpreendente, que decidi lançá-lo oficialmente”, conta o artista.
No repertório de hoje, há Porquê da voz, Tudo incerto, Manauê e Herói. Entre as que escreveu com parceiros, estão Simone de Santarém (com Luiz Gabriel Lopes), Favos de solidão (com Numa Ciro), Namorin’ (com Luiza Brina e Brisa Marques), Qualquer pensamento específico (com Brisa) Don’t ox’me (com Verena Dolabella).
“BH, no sentido artístico e cultural, é uma cidade impressionante. O diálogo se configura como o espaço possível para a criação artística. Sou fruto e resultado dessa geração que sente uma necessidade voraz de produzir por meio do diálogo. Todas as minhas parcerias vieram desse desejo de troca, de conhecer o outro, ser plateia do outro”, diz César
DISCO Acertando datas de show em São Paulo, Rio de Janeiro e Belém, César anuncia para o início do ano o começo das gravações de seu primeiro disco, baseado no repertório do show de hoje. “Foi todo pensado e escrito em torno dessa relação que tenho com a voz e com o que ela diz ao cantar. Essa tradição de canção no Brasil, da qual sou fruto e herdeiro, é maravilhosa. Esse repertório é uma maneira de reverenciar e também de me conectar ao fio condutor dessa manifestação”, observa.
Porquê da voz
Show de lançamento do EP de César Lacerda, hoje, às 19h e às 21h, no Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
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