São Paulo – Os problemas com o uso de crack e outras drogas entre migrantes nas lavouras não se encontram só no destino, nas colheitas e alojamentos. Com o vício, os trabalhadores rurais acabam por se tornar peças integrantes do círculo da disseminação das drogas até nas menores cidades do interior do país. Sem escolha, o trabalhador tem de migrar para buscar serviço por causa da falta de oportunidades no local de origem e, no retorno para a terra natal, leva consigo o crack.
Na lida da cana-de-açúcar, que apresenta grande incidência de usuários de drogas, especialmente de crack, os efeitos são perceptíveis: com grande fluxo de migrantes da cana, a região do Vale do Jequitinhonha (MG) assistiu o crescimento do tráfico de drogas aumentar em 120% entre janeiro de 2010 e setembro deste ano, segundo dados da Polícia Militar. Moradores dos pequenos municípios já convivem com realidade de violência e medo, antes não conhecida. De acordo com pesquisa feita pela Diocese de Araçuaí, a 678 quilômetros de Belo Horizonte (MG), em 2008 a região foi responsável pela migração de cerca de 100 mil trabalhadores para o corte de cana na região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
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