quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Autor: Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”

Capa (2)Eu sempre intuí que o carnaval de Diamantina acontece com o apoio ou apesar das atuações erráticas da prefeitura. Seja lá quem for o prefeito: o pseudoreverendo e não reeleito alcaide ou o interino (e sabe-se lá se provisório) Maia. Muita gente vaticinou que o reinado momesco deste ano seria um fracasso. Só viria uma merreca de foliões, abriria as portas um ou outro boteco temporão e pouquíssimas casas seriam alugadas. Com a falta de recursos que ronda a nossa festa maior, qualquer um pode ser profeta em sua própria terra. Ora, quem não havia ainda notado que o carnaval de Diamantina já está em declínio? Não só ele! Mas o de tantas outras cidades. A impressão é de que só se salvam, por enquanto, o do Rio e o de Olinda. O resto, como é de praxe em qualquer atração, vem sendo vencido por fadiga de desempenho. Que, acrescida dos males gravíssimos da insustentabilidade, se não se inovar com muita criatividade, acaba mesmo. E bem antes do que se pensa. Neste ano, que o padre fez o que fez, o diamantinense vem descobrindo, ainda meio contrafeito e desnorteado que este belo e remediado burgo não pode bancar os R$ 900 mil que foram torrados no ano passado, e nem mesmo os R$ 500 mil que, apesar dos cortes de despesas, vão ser gastos neste ano. Pela simples razão de que o município não tem essa grana sobrando e nem é justo investir altas somas com tão baixos percentuais de retorno. Ou seja: se Diamantina quiser ostentar a fama de celebrar um dos melhores carnavais do país, vai ter de reinventar essa grande festa. A começar das escolas de samba que já de muito não existem, dos grupos caricatos que só põem suas alas nas ruas com recursos oficiais, e da segurança, que as câmaras filmadoras desligadas há mais de dez anos transformaram em vistosa mentira.

A par dessa realidade cuja tendência é sobrepor-se às muitas medidas paliativas que vão sendo tomadas para abrandá-la, grande parte da população diamantinense, para a qual a movimentada folia deveria ser motivo de alegria, de orgulho e de prazeroso engajamento, já anda desencantada, a sopesar os cada vez mais desiquilibrados pratos de benesses e inconvenientes do carnaval. Daí o enorme e crescente número de pessoas que fogem da invasão da sua cidade, do baixo nível de educação, de civilidade e de respeito das multidões, que fazem destas ruas serpeantes privadas, alcovas, cloacas de condutas que nunca ousariam praticar ou aceitariam em suas próprias cidades.

Continua na Voz de Diamantina Edição 600 de 09 de fevereiro de 2013

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2 comentários:

  1. Só não gostei desse texto pelo fato do editor colocar que os foliões de Diamantina e os turistas não merecem o investimento que a prefeitura faz. É óbvio que quase 1 milhão é um exagero, mas os gastos foram reduzidos pela metade. Reflitam: o que hoje em dia não custa caro? Tudo! Tudo tem um preço e esse é o custo de um carnaval simples e dentro das possibilidades que Diamantina pode oferecer. Pessoas contra sempre aparecem e as que lutam de verdade por Diamantina e suas tradições e querem ajudar são poucas.

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  2. Ta na hora de trazer pais de família que não mijam nas ruas e não comem miojo... não trazem suas bebidas nos ônibus... Famílias vem com o proposito de descansar a cabeça e curtir com civilidade .... trazem dinheiro de verdade .... façamos um resgate de marchinhas (modelo do novo carnaval de Tiradentes/MG), blocos .... Com o carnaval a estes moldes a imagem de Diamantina tem sido associada a falta de limites ... pegação.... mochilagem ... miojo e vodca vagabunda na mochila

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