quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Autor: Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”

Capa (3)Sem nunca ter perdido nenhum dos nossos 30 últimos carnavais, beiram uma centena meus escritos sobre a maior, mais movimentada e preocupante festa deste momesco burgo. Em certa época, afirmei que Diamantina não merecia, mas precisava do carnaval. Assim como ousei dizer que a cidade se prostituía durante as cada vez mais degradadas e inconvenientes de suas atrações. Diamantina teve de adaptar-se a uma festa que fugia ao seu controle, acovardava autoridades e transformava-se em forte desafio para administradores que mal conseguiam mantê-la nos frouxos trilhos da acomodação. Para uma parte da população e o ego dos prefeitos, falava mais alto o número de foliões. Com pesquisas raramente levadas a sério, fantasiava-se que por aqui estiveram 50, 60, 80 mil carnavalescos, números absolutamente irreais e incompatíveis com a estrutura da cidade. E o mais grave: nos últimos anos, sob o cetro burlesco do ex-prefeito não reeleito de Três Marias e de Diamantina, que chegou a cunhar o ficcional título de Corredor Cultural aos dispendiosos, mal fiscalizados e favorecidos carnavais de sua gestão, o Rei do Lero-Lero torrava perto de R$ 1 milhão, um despropósito diante do minguado retorno, da desorganização e da baixa qualidade do evento.

Mas não falemos do leite derramado que muito ainda há de superar os mais graves presságios. Atenhamo-nos à esperança que a maioria dos diamantinenses e admiradores da cidade ainda acalenta de ver florescer na bonita, altiva e culta Diamantina um carnaval à altura de um patrimônio cultural da humanidade. Com gente bonita, alegre, bem fantasiada desfilando por ruas limpas, ornamentadas e providas de segurança. De restaurantes, bares e botecos funcionando em sintonia com o pulsar vibrante da multidão e sem a concorrência desleal e predatória de vendedores ambulantes e de demais negócios informais. Da eliminação total de carros de som e alto-falantes fixos infernizando e tirando a paz e o sossego de quem quer que seja. E, acima de tudo, do renascer da fé de que Diamantina não será eternamente administrada por prefeitos medíocres, sem visão, mal assessorados, cuja maior façanha seria manter a precária estrutura administrativa da cidade.

Continua na Voz de Diamantina Edição 600 de 09 de fevereiro de 2013

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Um comentário:

  1. HUmmmm vc esta falando que o carnaval desse ano foi tudo isso que vc colocou no final da sua reportagem... Acho que não estava no mesmo lugar que vc.

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