sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Leia na Voz de Diamantina desta semana

Capa (38)Penso que em qualquer parte do mundo cristão o Natal é tempo de nostalgia. Que, em vez da melancolia pelo afastamento da terra de nascença (mormente se ela for Diamantina), traz aos seus moradores lembranças da meninice, e aos seus filhos que tiveram de ir embora, saudades de uma cidade que mais parece um presépio em meio à serrania. Nesta época de ameaçadores temporais, principalmente no estado apelidado de caixa d’água do país, como é bom ver Diamantina escorrendo pelas encostas, engrossando os riachos que descem pelos seus becos e se espraiam nas ruas mais largas e praças. Ao contrário de outras cidades em que os morros e barrancos deslizam e causam repetidas catástrofes, quando as águas de fim de ano dão trégua, ressurge uma Diamantina limpinha, cheirosa, o calçamento de pedras brilhando de asseado, como se um poderoso rodo celeste a tivesse enxugado e direcionado as enxurradas aos riachos que a contornam, ao mesmo tempo em que jardineiros divinos afofam os areais da Serra do Cruzeiro, vestindo-os ora do verde das campinas, ora de brancas e esvoaçantes névoas. Num átimo, as imponentes lapas das bordas do Espinhaço que emolduram a terra dos diamantes são despertadas de longo sono hibernal por encachoeirados pluviais que saltitam por entre suas frestas, infiltram-se nas gretas de seu dorso pétreo e fertilizam sempre-vivas, líquens e um mundo de tenras plantinhas. Este é o carinhoso modo com que a natureza acorda os meninos de Diamantina para colher as mais brancas areias, as mais roladas pedrinhas e os mais singelos arbustos que enfeitam os presépios em torno dos quais rezam e se confraternizam as famílias.

Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 645, 21 de dezembro de 2013

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