Há alguns anos, descobri que já havia escrito quase 100 textos, entre editoriais, críticas e artigos, sobre o carnaval de Diamantina. Inicialmente, enaltecedores do maior evento tijucano, de sua função de propagar nossa tradição cultural, da fartura com que distribuía rendas e projetava a cidade que sediava um dos melhores carnavais do país. Só que tais glórias e vantagens decresceram em igual ou maior proporção do que os problemas que geravam. Falta de estrutura para o inchaço populacional, oferta precária de hospedagem, caos do trânsito, desrespeito aos costumes e valores de família, difusão do uso de drogas e todo o complexo universo de problemas que incontroláveis multidões costumam provocar. Mas por longo tempo grande parte da população louvava os recursos extras que remuneravam prodigamente aluguéis de casas, de pontos comerciais, de hotéis e a contratação de mão de obra temporária e informal. Muita gente se orgulhava do crescente número de foliões que a cidade atraía e até dobrava ou triplicava ilusoriamente seu agigantado tamanho.
Mas os conflitos surgiram em velocidade e gravidade intensamente superiores às medidas tomadas para solucioná-los. O ufanismo local não demorou a transformar-se em desencanto. Sujeira por todos os lados, fedentina de xixi, sexo explícito, sons automotivos e fixos em volume ensurdecedores, noite e dia, em áreas residenciais. Desrespeito aos mais elementares princípios de civilidade, de educação e de boa convivência. A esse conjunto de fatores degradantes juntaram-se a falta de recursos e de criatividade para inovar a grande folia e o crescimento da concorrência de outras cidades que se tornavam atraentes cenários para o carnaval.
Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 656, 08 de março de 2014
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