Fonte: Jornal O Tempo (clique aqui)
Advogado de Ubiracir de Oliveira afirma que cliente foi obrigado a socorrer ladrões de diamantes, acabou preso por engano, foi solto após 23 dias, mas ficou rotulado por crime que não teria cometido
O comerciante Ubiracir de Oliveira, de 39 anos, conhecido como Bira, pode ter sido morto por engano, segundo o advogado Luiz Fernando Vieira Gomes, que defende a família. O homem foi executado no último domingo (4) na frente da mulher e do filho dentro de um restaurante de Diamantina, cidade do Vale do Jequitinhonha.
Moradores da cidade acreditam que o comerciante tenha sido morto por vingança, já que uma testemunha contou, sob anonimato, para a reportagem de O TEMPO, que Bira auxiliava ladrões de diamantes. "Ele trabalhava como olheiro - descobria onde era o ponto de garimpo e contava para os bandidos. Além disso, ele supostamente assaltou o cunhado do atirador. Esse seria o motivo da violência, mas não temos provas", explicou.
O advogado da vítima, no entanto, desmente a acusação. Gomes alega que, em uma data anterior, Ubiracir havia sido sequestrado por ladrões de diamantes, que o fizeram socorrer um comparsa. Na ocasião, um membro desse grupo teria sido baleado em uma troca de tiros da região. Bira, então, o levou até uma unidade de saúde. "Como ele foi obrigado a socorrer esses criminosos, as câmeras do hospital flagraram o rosto dele. Ele acabou preso, mas eu consegui provar que ele era inocente e após 23 dias ele foi solto", afirma Gomes.
Ainda segundo o advogado, seu cliente ficou rotulado após a prisão e foi acusado de ter praticado um roubo na casa do atirador que o matou. "O homem que matou o Bira fez isso por acreditar que ele havia entrado na casa dele e agredido toda família. No entanto, meu cliente é inocente e não praticou esses atos", encerrou o advogado.
Entenda
O crime aconteceu tarde desse domingo (1º), após uma discussão entre a vítima e o suspeito, que também estava com a família no restaurante. De acordo com a Polícia Civil, o autor pagou a conta, saiu e retornou em seguida com uma arma. Ele teria pulado o muro para ter acesso ao local onde a vítima estava. Ubiracir levou um tiro na cabeça e foi encaminhado para a Santa Casa pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Após o crime, o suspeito fugiu e ainda não foi localizado.
A vítima morreu na unidade de saúde na madrugada de segunda (2) em decorrência de um traumatismo craniano causado pelo disparo de arma de fogo, segundo o Instituto Médico Legal (IML) do município.
O inquérito que vai apurar o caso já foi aberto e está sendo conduzido pelo delegado Marlon Pacheco, da Delegacia de Homicídios de Diamantina. Pacheco informou que pediu a prisão preventiva do suspeito e aguarda a resposta da Justiça.
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