sexta-feira, 27 de março de 2015

Voz de Diamantina: Semana Santa, tempo de reflexão nacional

 

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Viver em Diamantina tem lá suas vantagens. Incomparáveis, por sinal. Entre elas, este clima de contrição, de reflexão e até mesmo de expiação, se tivermos atravessado o ano com muita, pouca (ou alguma) devassidão. Até por que esta palavra, ou melhor, o sentimento que ela exprime, não permite condescendência. Fui muito ou pouco devasso? Com que intensidade me deixei corromper, dei maus exemplos, causei indignação? Ajudei a depravar os que me cercam? Acumpliciei-me com situações indecorosas? Fiz que não as vi? Ou fingi que nada daquilo me atingia, me dizia respeito, feria meus princípios? Estas e muitas outras perguntas costumam aflorar na consciência das pessoas. Principalmente no término da Quaresma. Nos dias que antecedem a Semana Santa. Na Páscoa. Tempo de passagem. De novos propósitos. De começar vida nova.

Enquanto me punha a matutar sobre essas avaliações que atormentam a maioria dos brasileiros e lhe provocam mea-culpa e proposição de renovadas intenções, alcei-me em voos mais amplos, que me permitissem ultrapassar os horizontes pétreos desta cidade que piedosamente se interioriza para assistir à Procissão do Enterro - um dos pontos altos de profundas e arraigadas tradições religiosas. Já relembrando a singular e impressionante marcha fúnebre ao ritmo da batida de alabardas da Guarda Romana sobre o nosso calçamento, senti-me confortado com a enorme distância que separa Diamantina de Brasília, cidades tão umbilicalmente ligadas. Não falo do imenso espaço terrestre entre o pequeno burgo em que nasceu o menino Nonô e a pujante urbe que o Presidente Pé de Valsa ousou cravar no Planalto Central. Refiro-me às tristes notícias que, a cada momento, sacodem a imprensa e rebaixam lamentavelmente grande parte dos nossos homens públicos a posições em que a honra, a seriedade e a honestidade não lhes fazem companhia e, pelo contrário, deles se afastam como o diabo da cruz.

Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 711, de 28 de março de 2015

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