Diferentemente do que muita gente pensa, as cidades pequenas, pobres e desprestigiadas politicamente não ficam ao largo das crises nacionais. Elas têm também de pôr as barbas de molho. Diamantina se situa nesta delicada condição: é pequena, pobre e desprestigiada politicamente. Com outro agravante: mais do que a maioria de suas coirmãs do interior, ingressou irrevogavelmente no seleto, mas hoje fragilizado grupo de cidades com economia altamente dependente de órgãos federais. De fato, como vislumbrar este Patrimônio Cultural da Humanidade sem as asas econômicas, desenvolvimentistas e culturais da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)? Não que ela vá fechar suas portas. Ou que deixará de construir seu promissor Centro Tecnológico em ampla gleba nas proximidades do aeroporto. E nas vizinhanças do Instituto Federal Norte de Minas Gerais (IFNMG) que já deu início à sua atuação em salas da antiga Faculdade de Odontologia (hoje Campus I) emprestadas pela UFVJM. Apesar de aparentemente garantidos, estes importantes projetos, assim como o bom andamento de todos os outros já implantados, se tornaram reféns da preocupante desorganização econômica, política e moral que o governo central vem construindo com rara incompetência e absoluta confiança de que nunca ruiria, pois que ardilosamente tramada e ideologicamente institucionalizada.
A fragilidade atual deste velho e sofrido burgo me remete aos anos 1980. Quando a inflação corroía o país em todos os seus quadrantes e as décadas perdidas pareciam fadadas a suceder-se até o fim dos tempos. Diamantina, naqueles longos e catastróficos idos - como um oásis de um deserto econômico - nadava de braçada. Pelo decisivo fato de que gozava do privilégio de lastrear-se na sólida riqueza dos diamantes e do ouro.
Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 714, de 18 de abril de 2015
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