Brasil animado, o primeiro filme 3D rodado no país
“O Brasil parece mulher bonita que se acha feia”, lamenta a cineasta Mariana Caltabiano. “Mostramos muito a nossa pobreza e violência, mas deixamos de lado os nossos encantos. Por isso decidi fazer um filme que só mostra as coisas boas do país”, explica. Ela está falando de Brasil animado, que chega às telas no dia 21. O primeiro filme brasileiro em 3D põe nas telas a modelo Gisele Bündchen, as obras de Aleijadinho, lendas da Amazônia, saltos de asa-delta no Rio de Janeiro, surfe no Nordeste, comida mineira e até o festival de cinema de Gramado.
As estrelas de Brasil animado são Stress e Relax. O primeiro é um empresário em busca de bons negócios; o outro, diretor de cinema que gosta de curtir a vida. Amigos há anos, Relax sempre convence Stress a investir em seus projetos. A empreitada é localizar – “sem mapa, sem bússola, sem noção” é o subtítulo do filme – o Grande Jequitibá-Rosa, árvore mais antiga que Jesus.
“Sou metade Relax e metade Stress, características necessárias para fazer cinema”, brinca Mariana. “O filme tem humor, informação e histórias interessantes. Não é chato nem educativo”, avisa ela. Aventura e comédia se mesclam no longa, que será exibido dia 23 na 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes. O primeiro filme de animação da cineasta, Gui, Estopa e a natureza, também estará em cartaz na cidade histórica mineira.
Impacto Tudo que perdia grandeza nas animações será apresentado com imagens reais, explica Mariana Caltabiano. Só com desenho animado não dá para obter todo o impacto das Cataratas do Iguaçu ou do Corcovado, por exemplo. O uso da cor ajudou – e muito –, pois a técnica de 3D tira um pouco da luz. A decisão de usar o processo partiu do coprodutor, conta a cineasta. Testes confirmaram o acerto dessa opinião, pois a fita se tornou mais interessante e a tela virou “janela para as belezas do Brasil”, resume ela.
A opção teve seu preço: cobrou a disposição de importar equipamentos, exigiu treinamento especial de mão de obra. O processo é caro, avisa a diretora, mas será barateado com a progressiva disseminação do sistema. Mariana Caltabiano adverte: 3D é técnica muito interessante, mas deve ser usada com moderação, de forma a realmente acrescentar algo à cena.
“Brasil animado dá a sensação de que estamos, mesmo, no local. Não adianta ter recursos mirabolantes se não há história e personagens cativantes”, defende. Entre as animações nacionais, a cineasta elogia a série Peixonautas e os filmes da Turma da Mônica. Mariana é fã de Mauricio de Sousa: “Foi meu grande inspirador. Criança, devorava as revistas dele e hoje as leio para meus filhos. Os personagens são simples e geniais, falam direto à criança. Esse autor conseguiu passar de geração para geração. Tenho esperança de que meus personagens também sejam assim”.
Clique aqui para saber mais sobre o filme.
Comentário: Durante as andanças pelo Brasil os personagens do filme chegam a Minas Gerais, sendo Diamantina a primeira cidade mineira a ser visitada. Para representar a cidade, o cenário escolhido foi o Garimpo Real, iniciativa muito interessante do Sr. Belmiro Nascimento, cujo objetivo é preservar e divulgar a cultura garimpeira. Além de aprender um pouco sobre a história e as técnicas do garimpo, o visitante é premiado pela boa prosa do Belmiro. Imperdíveis: o filme e a visita ao Garimpo Real.
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