sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Diamantina quer se tornar polo de vinhos

Um grupo de 20 empreendedores locais querem iniciar a produção da bebida na cidade histórica

Fonte: Patrícia Santos Dumont - Do Hoje em Dia - 27/01/2012 (Clique aqui)

Diamantina, na região Central de Minas Gerais, vai ganhar novo atrativo turístico. Um projeto idealizado por 20 empreendedores locais deve movimentar a economia, por meio da plantação de uvas e produção de vinhos. Com um investimento inicial da ordem de R$ 40 mil por hectare plantado, a expectativa é a de que, em até um ano, haja retorno financeiro, consolidando ainda a cidade histórica como um polo para o enoturismo nacional.

De acordo com a Secretaria de Cultura, Turismo e Patrimônio do município, a cidade recebe, anualmente, cerca de 100 mil turistas, que movimentam R$ 50 milhões na alta temporada. Enquanto isso, dados da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), no Rio Grande do Sul, mostram que, somente em 2010, cerca de 200 mil pessoas estiveram nas vinícolas gaúchas. O crescimento, em nove anos, foi de 344%, uma vez que, em 2001, o circuito contou com 45 mil visitantes.

Diante desse cenário, o coordenador do Polo de Inovação Tecnológica de Diamantina, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes), e idealizador do projeto, Luiz Eustáquio Lopes Pinheiro, acredita que a atividade irá fortalecer tanto o turismo quanto a economia local. “O mercado de vinhos é extremamente concorrido no Brasil e no mundo todo. Por isso, imaginamos que o novo negócio irá dominar a cidade”, avalia.

A ideia é que, a longo prazo, as maiores propriedades deverão ser transformadas em pequenas pousadas, voltadas para o enoturismo. Mas, até agora, na primeira etapa do projeto, foram plantados 21 módulos em 16 propriedades rurais. Das 10 mil mudas de uva cultivadas, 210 correspondem à variedade Syrah, 131 são Pinot Noir, 42, Malbec, e outras 42, Merlot.

Cada módulo correspondem a mil metros quadrados. Em dois anos, a expectativa é a de expandir as áreas plantadas para 10 mil metros quadrados. “Seguindo essa lógica, em 2013, o grupo terá uma área de plantio de 20 hectares e, em 2016, capacidade de produzir mais de 100 mil garrafas de vinho por ano, o que viabilizará a construção de uma vinificadora privada”, pontua Pinheiro.

O equivalente a 10% do investimento total do projeto foi custeado pela Sectes, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O percentual equivale a R$ 250 mil. O precursor da ideia, João Francisco Meira, que mora em Belo Horizonte, mas mantém sua propriedade em Diamantina, revela que, em seis anos de atividade, já foram investidos cerca de R$ 400 mil. Ele ressalta, porém, que novos investimentos serão necessários a médio e longo prazo e prevê que os lucros chegarão rapidamente. “É uma atividade muito trabalhosa, que exige atenção permanente e cuidado intensivo. Certamente não faria nenhum sentido imaginar esse tipo de projeto sem perspectiva de retorno”, pontua.

Na propriedade dele já foram gerados, pelo menos, seis empregos diretos. No primeiro ano de atividades, a perspectiva é a de que sejam produzidas de quatro a cinco mil garrafas de vinho. “A ideia não é produzir em larga escala, mas conseguir vinhos de boa qualidade, um produto competitivo, que possa gerar atrativos para o enoturismo da região”, enfatiza.

Atividade deve aquecer empregos no município 

O vice-prefeito da cidade, Miguel Pontes, afirma que a atividade deverá aquecer as contratações e a economia do município. “Já foram contratados ao menos dois funcionários para cada área plantada. A expectativa é a de que a atividade gere ainda mais empregos, uma vez que serão necessários trabalhadores especializados, de nível superior”, acrescenta. Na primeira fase, 60 famílias estão sendo beneficiadas pela viticultura em Diamantina.

A meta do grupo é beneficiar o município com uma rede de pousadas rurais, que ofereçam a modalidade mais demandada pelos turistas modernos, conforme o vice-prefeito: o enoturismo de alto nível. Além do vinho, as propriedades já se preparam para oferecer atrativos complementares, entre eles azeites e licores de frutas regionais.

2 comentários:

  1. Fernando, é aquela história: atrás de história tem história... Ou como já comentamos: atrás de morro tem morro. Veja o comentário: http://www.micuim.org/?p=17788. Vc vai provocando, a gente vai atrás. Abração.

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  2. Tenho lá minhas dúvidas sobre quem e quais serão os beneficiados com esse projeto - se der realmente certo. Porque a grande maioria do povo do Tijuco vai continuar a mesma vidinha de sempre. Como diz a matéria: vai beneficiar aqueles que já são beneficiados pelo turismo, ou seja, algumas pousadas e alguns restaurantes. O resto? O resto que continue vivendo de Chica, de JK e de miséria colonial...

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