quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

MP pede proteção ao patrimônio no carnaval

Fonte: Publicado no Estado de Minas em 26/01/2012 – clique aqui

Carnaval é sinônimo de alegria e irreverência, mas também pode significar uma ameaça ao patrimônio cultural, principalmente nas cidades coloniais mineiras. Para proteger os monumentos da depredação, o Ministério Público estadual (MP) divulgou nessa quarta-feira as recomendações para Ouro Preto, Diamantina, São João del-Rei, Tiradentes e Sabará, entre outras cidades que recebem milhares de visitantes para a festa de Momo.

De acordo com a Promotoria de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas, as festividades de carnaval são comuns em vias públicas de núcleos históricos ou no entorno de bens culturais protegidos, o que pode causar agressões ao patrimônio. “Os riscos podem ser diminuídos com o cumprimento de regras básicas de segurança e fiscalização”, afirma o coordenador da Promotoria, Marcos Paulo de Souza Miranda.

Segundo ele, deve-se coibir a emissão de ruídos acima dos limites legais pois, segundo o MP, eles causam trepidação das paredes, telhados, portas e janelas das edificações antigas devido ao deslocamento das ondas sonoras. A aglomeração excessiva de pessoas em ruas estreitas e praças das cidades históricas também pode levar à dificuldade de evasão rápida em caso de tumulto.

Também é preciso evitar a retirada da pavimentação para instalação de palcos, arquibancadas, caixas de som, telões e similares. A colocação de barracas para vendedores ambulantes pode gerar um consumo de energia acima da capacidade para o local e as famosas “gambiarras” também podem representar perigo.

Os municípios devem ficar atentos à coleta de lixo e instalação de banheiros químicos para o público. O reforço na segurança também é fundamental, para evitar atos de vandalismo decorrentes do consumo excessivo de bebidas alcoólicas e de entorpecentes. Representantes do Ministério Público em todo o estado que atuam na área do patrimônio foram orientados a cobrar providências dos municípios.

Casa legal
Diamantina, no Alto Jequinhonha, espera receber 30 mil turistas por dia no carnaval. Muitos deles preferem alugar casas no Centro Histórico e, para dividir os custos, normalmente a capacidade de pessoas ultrapassa os limites de segurança, tanto para os foliões quanto para os imóveis. Pensando nisso, a prefeitura da cidade criou o selo Casa Legal, para disciplinar a locação de casas na temporada do carnaval e evitar a superlotação que pode impactar a infraestrutura urbana. Para o dono do imóvel, o projeto também representa tranquilidade.


A prefeitura também vai pegar pesado com quem abusar do barulho. Qualquer imóvel da cidade que colocar som mecânico acima dos níveis permitidos poderá ser multado de R$ 300 a R$ 1,5 mil. Multa também para quem colocar som alto no carro. Para proteger o patrimônio histórico de depredações, o Mercado Municipal, antigo rancho dos tropeiros, erguido em 1835, será isolado para evitar o acesso de foliões. Todo o Centro Histórico também será monitorado por câmeras do sistema Olho Vivo.

Comentário: Alguém aí ainda acredita nisso? Existe alguma possibilidade dessas recomendações destacadas no texto serem respeitadas? Espero que sim, mas tenho sérias dúvidas.

4 comentários:

  1. André de Proença (Deco - Becudus/Bartucada)26 de janeiro de 2012 às 18:39

    Oxalá as regras estipuladas sejam mesmo cumpridas. Ano passado foi a mesmíssima coisa: alardearam aos 4 cantos sobre as multas para superlotação e som alto. Eu, que fico todo ano na D. Dazinha, sei perfeitamente que nada disso foi cumprido: tive que conviver com este deplorável som (som?)chamado funk (ARGH...) e com a Planetarium fechada para SÓ 500 pessoas... Quero ver se vão ser respeitadas este ano... Tô pagando pra ver!

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  2. André,
    Estou chamando a atenção ANTES, porque depois do ocorrido é fácil criticar. Tenho ficado em Diamantina nos últimos carnavais e o que presenciamos é um desrespeitos ás recomendações.
    Obrigado pela contribuição.

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  3. Só há uma coisa que não concordo no primeiro comentário: a crítica com relação ao FUNK. Cada um ouve o que quer. Eu por exemplo não gosto do som (som?)da bartucada (ARGH...)...

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  4. Gente, isso nunca será posto em prática, pois tudo em Diamantina é pura ilusão. Indepentemente da música que se toca, não sou obrigado a ouvir repertório alheio como se aquilo fosse um castigo, uma pena que pago por residir no Tijuco. As regras não funcionaram e não funcionarão porque as pessoas que vão para o carnaval da terra da Chica querem mais é infringir os limites do aceitável, do razoável. Querem beber mais do que podem, querem comer mais do que podem, querem transar mais do que podem, querem ouvir som alto mais do que podem. Enfim, querem ser mais do que realmente podem ser. Uma pobreza de espírito que faltam palavras para defini-la. O que resta? Deixar a cidade à barbarie dos animais e fugir os quatros dias ao encontro da civilização, em BH ou SP.

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