sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Leia nesta semana na Voz de Diamantina

Capa (28)

O Brasil inteiro foi contaminado pelo espírito de corrupção que grassa nos parlamentos, no senado e, com mal disfarçada sub-reptícia, nos palácios governamentais. A lassidão moral que contagiou o país é de difícil ou impossível mensuração. Práticas ilícitas, desvios de somas enormes de recursos públicos, formação de quadrilha têm sido encorajados pela impunidade de seus autores e pelo descabido número de recursos que, estribados em brechas de leis, absolvem principalmente os apaniguados do poder. Que cidadão de mediana formação de caráter aceitaria a não cassação dos direitos políticos dos bandidos do mensalão já condenados? Onde já se viu um deputado preso em regime semiaberto sair de manhã para despachar no congresso e retornar à noite para dormir na cadeia? E o pior: gente de peso defende esse estado de coisas. E as blindagens que se articulam para que pessoas altamente envolvidas em tráfico de influência e outros crimes oriundos da proximidade e intimidade com figurões de proa não sejam investigadas e, muito menos, chamadas a depor? A própria presidente da República pressiona, sem nenhum constrangimento, seus comprometidos aliados para que obstruam quaisquer tipos de procedimentos que, por força de lei, deveriam ser apurados, mas que podem macular sua imagem e de toda a estrutura governamental.

Apesar de essa gigantesca e bem azeitada máquina de proteção à criminalidade nos altos escalões parecer invulnerável, algumas pontas de malfeitos acabam sendo descobertas, na maioria das vezes através da insatisfação de parceiros que se sentem traídos, transformando-se em escândalos de tamanho e repercussão inimagináveis. O número de denúncias tem sido tão frequente que a grande esperança das autoridades nelas envolvidas é que surja, rapidamente, alguma outra transgressão igual ou mais inacreditável e com boas chances de perdurar nas manchetes, dando-lhes tempo de defender-se enquanto caem no esquecimento. Mas, como no Brasil a liberdade de imprensa ainda é uma realidade, apesar dos numerosos e bem pagos veículos de comunicação chapa-branca, não apenas ladrões pé-de-chinelo vêm sendo desmascarados por denúncias escabrosas e indefensáveis, mas também homens de biografia aparentemente inatacável que se locupletaram no bem público, confiantes na popularidade que o exercício desenfreado da demagogia lhes conferia. Haja vista o silêncio defensivo - de quando em quando quebrado por explicações evasivas e esfarrapadas - com que importantes e até então bem falantes figurões da política se têm imposto.

Continua na Voz de Diamantina Edição 592 de 15 de dezembro de 2012

Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”

Confira nesta edição:

  • Balaio de Pitacos
  • Meritocracia
  • O que significa ser patrimônio da humanidade pela Unesco

Assinatura da Voz de Diamantina

Um presente que todo mundo gosta de ganhar

Por apenas R$ 150,00 você recebe 52 exemplares semanalmente durante um ano

Quincas: 38-3531-3129 e 8824-3584

Aline: 38-8811-5707

Nenhum comentário:

Postar um comentário