sexta-feira, 23 de maio de 2014

Diamantina nas trilhas da cultura

Capa (3) Depois de vários dias de viagem, cheguei a Diamantina a tempo de conhecer sua mais nova atração, recentemente incluída pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) no crescente e valorizado universo de museus do país. Nunca a designação Relíquias do Tempo se harmonizou com tanta propriedade à vocação da pousada que encarna este nome e faz de algumas de suas bem montadas dependências uma formidável vitrina da história, das tradições e da cultura tijucana. Tudo começa no Museu Daniel Luiz do Nascimento que narra a saga de um dos maiores conhecedores dos diamantes e ainda mostra em criativa maquete como funciona um garimpo. Da roda d’água que retira o cascalho das catas, leva-o às bicas, às peneiras, às bateias, ao paiol, à apuração, à classificação, à lapidação e à incrustação em ambicionadas joias que, eternas, passam de geração a geração e têm como pátria o mundo.

Desta primeira montagem, passa-se para as artísticas miniaturas que reproduzem com admirável fidelidade as principais festas religiosas que nasceram, cresceram e se consolidaram no antigo Arraial do Tijuco como alegres manifestações de reconhecimento à prodigalidade com que a natureza brindou estes altos de montanhas. Assim é que filas de escravos e mucamas desfilam galhardamente na rica caracterização do Reinado do Rosário; damas, fidalgos e pajens luxuosamente trajados perfilam no Império do Divino; e centuriões romanos acompanham o esquife do Senhor Morto, fazendo da Semana Santa de Diamantina um ato de fé, de religiosidade e de instintiva musicalidade.

A complementação desses ambientes que tão bem se coadunam com a leveza de Diamantina é exercitada pela hospitalidade de Carmen e Nadinho que, de hoteleiros, se transmudam continuamente em curadores de um museu construído por várias mãos, por voluntários talentos e pela determinação de fazer com que este velho e respeitável burgo encarne firmemente o dístico que orna seu brasão: “Brasiliae diadema imposui”, em tradução livre, “impôs cultura ao Brasil”.

Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 667, de 24 de maio de 2014

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