quinta-feira, 14 de março de 2013

Leia neste fim de semana na Voz de Diamantina

Autor: Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”

Capa (6)Corriam os últimos anos do século passado. A Campanha Diamantina Patrimônio Cultural da Humanidade ganhava forças. Começávamos a acreditar que a arraigada, única e já quase exaurida atividade garimpeira daria lugar ao turismo, à prestação de serviços e à transformação do antigo Tijuco em centro universitário irradiador de cultura, conhecimento e desenvolvimento. Mas um ingrediente essencial teria de ser inoculado na alma diamantinense: a elevação de sua autoestima. Que subiu como um foguete por estes céus poeticamente estrelados com a criação da vesperata. Quem de nós não vibrou, chorou e exultou ao escutar a arte musical represada dos meninos da Banda Mirim e dos instrumentistas da Banda do 3° BPM? A partir daquele evento sem igual, as sacadas da Quitanda passaram a reboar uma musicalidade tão antiga e virtuosa quanto desconhecida pelo próprio diamantinense. Seus acordes ora épicos, ora populares, ora românticos galgaram nossos horizontes e se espraiaram pelo estado, pelo país, pelo mundo.

Estas lembranças se misturavam às belas músicas do Concerto Tijucano realizado na noite de sexta-feira, 8 de março, na charmosa e cênica Praça do Bonfim. Composições de Tom Jobim, Pixinguinha, Roberto Carlos, Fernando Brant e outros ases da MPB se mesclavam a partituras clássicas executadas em comemoração aos 175 anos do município de Diamantina. No Dia Internacional da Mulher, sua feminilidade era também celebrada. Mesmo inebriado pela espontaneidade com que a música toma ares de oferenda neste velho burgo, notei que - somente em parte - os gloriosos tempos da campanha iniciada pela Unesco eram revividos pela cidade. Quando toda a sua gente se embasbacava com a simples descoberta de que a musicalidade lhe era tão inerente quanto a leveza de sua arquitetura, o entrecruzar de seus becos, a singularidade pétrea dos seus arredores e seu jeito inconfundível de receber e tratar visitantes. Apesar do virtuosismo dos músicos das três bandas, da concentração dos maestros e da reverência do público, algo destoou naquela, assim como em outras apresentações musicais diamantinenses. Nem mesmo o foguetório que espocou na escuridão da noite, em meio ao grand finale da belíssima peça Consagração, conseguiu clarear a praça e fazer do gostoso cheiro de pólvora o incenso de uma celebração popular.

Continua na Voz de Diamantina edição 605 de 16 de março de 2013

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