Na manhã ainda nublada e friorenta de 19 de setembro, uma aragem constante penetrava nas frestas da enorme tenda de lona montada na Cavalhada Velha como palco principal para a variada programação do 2º Festival de História de Diamantina. Num sibilo obstinado, ela inflava mais ainda a enorme estrutura, como se tentasse avivar e fazer tremular a bandeira do tema proposto - Histórias não Contadas - nos nichos recônditos da memória, nos desvãos de empoeirados casarões e na consciência crítica de empedernidas multidões. Naquele momento, pus-me a relembrar a descrição que Joaquim Felício dos Santos, autor do precioso e essencial livro Memórias do Distrito Diamantino, fez do ponto mais alto e visível da Serra do Espinhaço, de onde aparentemente eram soprados aqueles ventos brandos e intermitentes: “Onde se achavam? Era preciso sabê-lo, para não perderem o rumo. Mas não traziam bússola, não possuíam relógio, não conheciam as estrelas: e para quê? Olhavam para o Itambé, que se assoberbava sobranceiro no horizonte, com seu pico sempre coroado de vapores, como o cone gigantesco de um vulcão extinto perfurando as nuvens: era o farol granítico dos viajantes, era o centro de um círculo de sessenta léguas de diâmetro, que podiam revolver sem receio de se extraviarem”.
Início do editorial da Voz de Diamantina - Edição 633, 28 de setembro de 2013
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