RELAÇÕES DE GÊNERO, PODER, DISCIPLINA E TRABALHO: UMA ANÁLISE DAS FÁBRICAS DE BIRIBIRY (DIAMANTINA/MG) E SÃO ROBERTO (GOUVEIA/MG) – 1920/1930
Autora: Kátia Franciele Correa Borges
Nas décadas de 1920 e 1930 o Brasil viveu a euforia do progresso consequente da Belle Époque (1890-1920). Para Rachel Soihet, a Belle Époque brasileira representou o completo estabelecimento da ordem burguesa, que diante da crescente modernização do país viu no debate sobre a higiene o caminho para introdução de hábitos civilizados semelhantes ao modelo parisiense. As cidades mineiras de Diamantina e Gouveia, localizadas no Vale do Jequitinhonha, buscavam tal modernização pautadas nas ações de duas fábricas de tecidos que agitavam as economias locais – a Fabrica de Biribiri e a Fabrica de São Roberto. Ambas fundadas no século XIX, em meio à crise da mineração, destacavam-se por gerar empregos, sobretudo, para as moças filhas de famílias descendentes de “ex-escravos” e agregados das fazendas locais. Aos poucos Diamantina e Gouveia foram inseridas nas estatísticas econômicas acerca da indústria nacional (MACHADO FILHO, 1909;1960). Assim, as interrogações iniciais que nortearam esse artigo foram: como estavam definidas as relações de gênero naqueles espaços fabris? Como foram construídas? Quais os mecanismos que regularam tais relações?
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