Fonte: Jornal Hoje em Dia - Ernesto Braga - Do Hoje em Dia - 11/10/2011
DIAMANTINA – A estátua em homenagem ao presidente Juscelino Kubitschek, no Centro Histórico de Diamantina, é um divisor de águas. A imagem de um dos filhos mais ilustres desta cidade do Vale do Jequitinhonha fica de frente para igrejas e casarios barrocos que contam a história da arquitetura colonial. Nas costas de JK, a visão que se tem é de uma aglomeração de casas construídas ao pé da Serra do Espinhaço, muitas sem reboco ou pintura.
Pesquisador da arquitetura colonial brasileira e morador de Diamantina há seis anos, o arquiteto argentino Gonzalo Monterroso, de 61, tem a explicação para o crescimento desordenado do município de quase 46 mil moradores. “Diamantina se tornou polo regional, a capital do Vale do Jequitinhonha, mas não tem Plano Diretor ou Código de Posturas. As ruas do Centro Histórico não são para os carros, ônibus e caminhões. O que me preocupa é que essa discussão não faz parte do contexto da cidade”, diz.
Segundo ele, o crescimento urbano desordenado se agravou na última década. “Onde passava o Rio Grande, não havia casas, mas hoje há apenas um esgoto a céu aberto rodeado de moradias”, destaca Gonzalo. Ele está à frente de projetos de preservação de imóveis coloniais de Diamantina. “A cidade tem a obrigação de preservar sua rica arquitetura colonial não apenas para si mesma, mas para o Brasil e o mundo, pois foi proclamada Patrimônio Cultural da Humanidade”, destaca.
O título foi concedido no fim da década de 1990 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A Prefeitura de Diamantina informa que, na ocasião, foi preciso criar um Plano Diretor às pressas, pois o documento era requisito para que a cidade fosse contemplada. Segundo a prefeitura, nova legislação para a construção e preservação de bens imóveis está tramitando na Câmara Municipal. O conjunto arquitetônico do Centro foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938, no centenário de Diamantina.
Pelas grandes janelas de vidro características dos casarões barrocos da Praça JK e da Rua Macau de Baixo, no Centro Histórico, é possível observar o “mar” de casas novas construídas na periferia da cidade. O garimpeiro aposentado Raimundo Camilo Guedes, de 86, trabalhou até cinco anos atrás nas lavras de ouro e diamante. Com problemas de saúde, teve que se mudar do distrito de Bom Sucesso para o Bairro Rio Grande, um dos que surgiram às margens do curso d’água. “Chega uma hora na vida que a gente precisa ficar mais perto dos recursos da cidade”, diz o garimpeiro. Ele mora com a filha Luiza Silvestre Guedes, de 52 anos, em uma casa em construção.
A preservação do patrimônio será tema da oficina “Memória, história e a interpretação do patrimônio cultural”, que o professor José Newton Coelho Meneses, do Departamento de História da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dá nesta terça-feira (11) na primeira edição do Festival de História (fHist). O evento é realizado em Diamantina desde o dia 7 pela Revista de História da Biblioteca Nacional, com apoio cultural do Hoje em Dia.
Para o historiador, é grave o fato de Diamantina não contar com um Plano Diretor em 173 anos de fundação. “A cidade não pode ficar estagnada, ela continua a sua história. Mas é preciso que fique bem definido o que ela quer preservar, qual o valor histórico do seu conjunto arquitetônico. A poluição do Rio Grande, por exemplo, pode causar prejuízos ao seu potencial turístico”, afirma.
Diamantina cresce desordenada, mas sabemos muito bem de quem é a culpa... Quanto à reportangem do Jornal, só tenho a dizer que é TENDENCIOSA! Sim meus caros, eu vi a foto que colocaram na edição impressa. Uma foto da estátua de JK. Ao fundo da imagem, as casas do aglomerado do Rio Grande/ Glória, mas dá pra ver claramente que se trata de um ZOOM!
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