É certo que percorrer as ladeiras de Diamantina é encontrar entre as pedras lindas do chão as pegadas de Juscelino. Também é certo que atrás de portas e umbrais haverá de se encontrar baús de achados sobre o ex-presidente, reminiscências dos seus passos, sorrisos e serenatas no chão de estrelas da cidade que evoca o passado.
Se Juscelino fundou e idealizou Brasília, Diamantina fundou Juscelino e fundiu nele idéias que seriam usadas por toda sua trajetória política. Juscelino está nos bares e restaurantes, nos museus, nas recordações dos diamantinenses. Aparece no casarão do senhor Leandro Gomes da Costa que o hospedava quando ele vinha na cidade e surge nas recordações do Quincas, editor chefe do jornal “Voz de Diamantina” quando lembra que JK deu bolsa de estudos a um pintor naif seu primo.
Em Diamantina JK escorre das paredes. O “Peixe Vivo” toca sem parar no Mercado Velho e sai dos janelões dos casarios. Não há vivente na cidade que não se orgulhe da foto de uma irmã que dançou uma valsa de quinze anos ao lado do ex-presidente ou que não tenha recebido um diploma das mãos dele nas muitas e muitas turmas da qual foi paraninfo. Mais que o berço de JK Diamantina é uma tese de doutorado viva sobre a memória do seu filho mais ilustre. Aqui JK vive e temos a impressão de que vamos acabar por encontrar com ele saindo de um dos muitos bares da cidade.
A equipe que realiza o livro de arte “Juscelino” para a recém inaugurada editora Biobooks de São Paulo procura fotos do ex-presidente em Diamantina. O livro de arte “Juscelino” quer ressaltar também o lado “conterrâneo” de JK como atesta o fotógrafo Juvenal Pereira, coordenador editorial do projeto. Juvenal e o jornalista e escritor Ricardo Soares já estiveram na cidade e em Belo Horizonte e Brasília e localizaram imagens inusitadas.
A editora Biobooks que vai lançar o livro “Juscelino” tem sede em São Paulo e interesse em jogar luz sobre a vida de personagens notáveis sem ter a pretensão de estar dando a última palavra sobre eles. O viés dos livros se pautará pelo tratamento gráfico, bom gosto visual e combinação entre informações inéditas ou não mas que se relacionem harmonicamente. “Serão objetos de bom gosto sem perder a preocupação com o conteúdo” como asseguram os integrantes da equipe que conta ainda com a participação do jornalista e roteirista Dagomir Marquezi e o diretor de arte Yves Filho.
Conforme revela o empresário Marcos Amaro publisher da editora que tem a preocupação de devolver ao país um pouco da sua história através de livros leves, bem cuidados e com conteúdo relevante e de muito bom gosto. O lançamento do livro sobre JK deve acontecer até o final desse ano.
A pesquisa em Diamantina está a cargo de Robson Dayrell, iconografia, e Minelle Oliveira, cinegrafia, e o escritório para atender as pessoas interessadas está montado no Pouso da Chica.
Quem tiver imagens de Juscelino, pessoais, em qualquer período da sua vida, pode entrar em contato através do e-mail institutodiarte@gmail.com ou pelo telefone (38) 99465250 com o Robson. As fotos serão escaneadas para o livro e devolvidas a seus proprietários.
Ricardo Soares
Diamantina outubro/2011
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