Passados poucos meses das eleições quase ninguém se lembra em quem votou em outubro passado. Do que os eleitos fizeram durante o tempo de mandato e se cumpriram as promessas de campanha, então nem se fala. Fica tudo no limbo. Foi pensando nisso que estudantes do curso de Gestão Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criaram o site “Adote um deputado federal mineiro”.
A página é inspirada no projeto “adote um vereador” idealizado pelo Instituto Ágora em Defesa do Eleitor e da Democracia, uma organização não-governamental sem fins lucrativos, e já está em vigor na Câmara Municipal de São Paulo, acompanhando o trabalho dos vereadores paulistanos. A intenção, de acordo com o idealizador, Mateus Martins, é conseguir adeptos para adotar todos os 53 deputados da bancada mineira em Brasília.
“A proposta é arrumar um padrinho responsável por acompanhar e divulgar as ações de todos os deputados federais mineiros no Congresso Nacional. A intenção é que, com isso, a gente consiga um extrato do que ele fez ao longo dos quatro anos de mandato para ter mais informações sobre sua atuação na hora da próxima eleição”. A página nasceu, segundo ele, da necessidade de ter representantes melhores e mais comprometidos no Congresso Nacional. Lançado há menos de um mês, a proposta ainda carece de padrinhos para a maioria dos deputados.
Para Mateus, o acompanhamento dos deputados é muito fácil de ser feito, principalmente por causa da internet, que dispõe de muitas páginas, de acesso fácil, com informações sobre os parlamentares e sua atuação. Pelo site da Justiça Eleitoral , destaca Mateus, é possível conhecer o patrimônio do deputado e quem bancou sua campanha eleitoral. Já por meio da página da Câmara dos Deputados o eleitor pode acompanhar a tramitação de todos os projetos apresentados pelos parlamentares, seus discursos, requerimentos e propostas relatadas. “Sem contar os portais de transparência que trazem dados dos deputados sobre problemas com a Justiça e notícias de jornal”, completa Mateus, que anda atrás de pessoas interessadas em aderir à proposta. “Estamos precisando de colaboradores”.
Quem não tiver domínio da internet, mas tiver interesse em participar, pode enviar as informações diretamente para o site. Outra opção, segundo ele, é criar um blog independente, o que garante mais recursos e espaço para controlar o deputado escolhido. “A gente manda um manual por e-mal com dicas e informações para quem quiser adotar um deputado”. No site tem a lista de todos os parlamentares que ainda não têm padrinho.
Colega de turma de Mateus, Guilherme Andrade Silva, 19 anos, já adotou dois deputados: o petista Miguel Correia, deputado votado por ele nas eleições de outubro, e Toninho Pinheiro (PP), ex-prefeito de Ibirité (Região Metropolitana). “Não sei quem ele é, mas como conheço muita gente que votou nele resolvi adotá-lo”, conta Mateus, que já começou a recolher informações sobre seus “adotandos”. Segundo ele, ainda não deu para recolher muita informação da atuação no Congresso Nacional, pois a legislatura começou no mês passado e pouca coisa foi feita até agora. “Mas fiquei de olho nele no dia da votação do salário mínimo e vi que ele abraçou a proposta do governo de um mínimo de R$ 545 sem nenhum argumento. Só porque era da base, declarou voto no proposta”, conta.
Projeto Adote um deputado
www.adoteumdeputado.com
Projeto Adote um vereador
http://vereadores.wikia.com
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