Fonte: Agência Minase Blog do Banu
O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) apresentou, nesta terça-feira (22), Dia Mundial da Água, o Mapa da Qualidade das Águas de Minas Gerais de 2010. O estudo, divulgado anualmente, é feito com base na análise de amostras de água coletadas em 522 estações de monitoramento distribuídas em oito bacias mineiras.
Em 2010, o Índice de Qualidade da Água (IQA), indicador que avalia a contaminação dos corpos hídricos em decorrência de matéria orgânica e fecal, sólidos e nutrientes, apresentou melhoria na comparação com 2009. Predominou no Estado o IQA classificado como médio, que aumentou de 51,4% para 55,4%. IQA bom permaneceu estável, com 21,2%. A análise revela, ainda, que o IQA classificado como ruim diminuiu 4%, passando de 26,1% para 22,1%.
As melhores condições de qualidade de água em 2010 foram verificadas nas bacias dos rios Itanhém, Jequitinhonha, Doce e Pardo, que apresentaram as maiores ocorrências de água de boa qualidade, sendo 75,0%, 50,0%, 35,0% e 35,0%, respectivamente. De acordo com a gerente de Monitoramento Hidrometeorológico do Igam, Wanderlene Ferreira Nacif, esses trechos dos corpos de águas sofrem menos impactos das atividades antrópicas. “Bacias em regiões populosas, como as que estão localizadas nas regiões metropolitanas, tendem a apresentar resultados piores devido à concentração urbana”, esclarece.
Outro indicador da qualidade das águas é a Contaminação por Tóxicos (CT). A condição baixa foi predominante em 2010, representado 89% das amostras analisadas, e apresentou um aumento na frequência de ocorrência em relação ao ano de 2009, quando foram registrados CT baixa em 87% das análises. Verificou-se, ainda, que a Contaminação por Tóxicos média passou de 6% em 2009 para 4% em 2010. A ocorrência de Contaminação por Tóxicos alta se manteve estável, registrada em 7% das amostras.
A Contaminação por Tóxicos avalia a presença de 13 substâncias tóxicas nos corpos de água: arsênio total, bário total, cádmio total, chumbo total, cianeto livre, cobre dissolvido, cromo total, fenóis totais, mercúrio total, nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal total e zinco total.
Segundo Wanderlene, o monitoramento é base para o planejamento do uso da água no Estado. “É por meio dele que o órgão gestor poderá estabelecer metas de qualidade e orientar as ações de fiscalização em Minas”, destaca.
Cianobactérias
Desde 2007, o monitoramento da qualidade das águas no Estado é complementado com o biomonitoramento, que avalia o nível de poluição dos rios por meio de indicadores biológicos, como as cianobactérias. No ano 2010, os resultados da avaliação da densidade de cianobactérias mostraram que prevaleceram contagens menores que 10.000 células/mL, valor máximo permitido para recreação de contato primário nos corpos hídricos monitorados em Minas Gerais, condição que vem sendo observada desde 2007.
Estado Trófico
Outra análise apresentada é o Índice de Estado Trófico (IET), que tem por finalidade classificar os corpos de água em diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo de organismos aquáticos, como algas e macrófitas aquáticas. O resultado do estado trófico varia entre ultraoligotrófico, oligotrófico, mesotrófico, eutrófico, supereutrófico e hipereutrófico. Os resultados do IET em Minas Gerais em todas as campanhas de monitoramento de 2010 foram predominantemente Mesotróficos, o que significa equilíbrio entre consumo e produtividade de nutrientes.
Projeto Águas de Minas
O Projeto Águas de Minas, que monitora a qualidade das águas do Estado, foi implementado em 1997 e, atualmente, conta com uma rede composta por 401 pontos de amostragens que compõem a rede básica. As coletas são realizadas quatro vezes ao ano, em épocas diferentes, o que dá maior consistência ao estudo.
Em 2009, os dados do monitoramento começaram a ser publicados trimestralmente por meio de relatórios para permitir aos gestores de recursos hídricos o acompanhamento mais efetivo da condição de qualidade dos corpos hídricos do Estado, permitindo assim a definição de estratégias e medidas que contribuam para a preservação e recuperação das águas.
O mapa é o resultado do programa de monitoramento das águas superficiais, realizado a partir da coleta trimestral de amostras de água nas oito principais bacias do Estado e é uma importante ferramenta para orientar investimentos públicos na gestão dos recursos hídricos.
As amostragens e análises laboratoriais são realizadas pela Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec). No caso da rede básica, as campanhas de amostragem são trimestrais, com um total anual de quatro campanhas por estação de monitoramento. Já nas redes dirigidas, a frequência de amostragem e os parâmetros analisados podem variar de acordo com a especificidade de cada uma.
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