segunda-feira, 11 de abril de 2011

Diamantina, de janeiro a dezembro

Autor: Harlen da Luz Quaranta, no blog Zé Diamantina

Em Janeiro, Diamantina é um mar em calmaria
Alunos de férias, nativos em um Porto Seguro
Turistas, deuses das Olympus, Cânons e Sonys
Registram seu povo, seus becos, sua natureza, seu casario



Em Fevereiro tem carnaval e com a Bat Caverna
Diamantina ressurge como um mar revolto
Milhares de foliões, vorazes pela onda momesca
A invadem, aos sons de sambas e Bartucada



Em Março, Diamantina é aniversariante
Apesar de centenária, das férias a volta é sempre jovem
Inicia-se o ciclo da vesperata e das sacadas de sua Quitanda
Com voz sensual, anuncia-se um espetáculo com brilho de metais



Abril, logo cedo rola um bate papo, um olhar, um comentário
A Baiúca, palco deste cenário lhe serve um jornal, um café
Transeuntes, devagar ou apressados, passam por ali
A Catedral, imponente, é testemunha, pois a semana é santa



E para esfriar o que já é rotina, chega Maio
E com ele, o império divino
Reis, rainhas, súditos e todo um reinado
Desfilam com emoção a nossos olhos, a História



Em Junho , mais uma vez, Diamantina é a fé de seu povo
Santo Antônio, o santo casamenteiro, é o seu padroeiro
Entre rezas, novenas e mastros tem também um forrozim
Afinal, aqui só tem filho de Deus, quem sabe rola um casamentim



Julho mais uma vez é férias, período mais curto
Por isso alunos não vão embora, porque Diamantina
Transforma-se num grande festival, de inverno
E o seu cenário, em uma explosão de cultura



Agosto do povo está o mercado velho, sextas e sábados
O Beco da Tecla tem o seu café, sempre aos domingos
E assim, Diamantina corre serena
Exceto nas suas repúblicas, que a temperatura é sempre alta



Setembro, com a nossa Independência, vem a semana JK
Colegiais, comunidades, ONGs, militares e políticos, desfilam
E Diamantina, mais do que nunca é a nossa pátria
Independente de suas mazelas, seus filhos são sempre altaneiros



Outubro de romarias, no Brasil e em Diamantina
É Nossa Senhora Aparecida, lá na igrejinha da Serra
É Nossa Senhora do Rosário, no seu congado
Com seu cortejo, pela cidade



Novembro de finados, o ano ensaia sua partida
Visitar os entes queridos também é uma tradição
Entre provas , despedidas e formaturas
Muitas vezes, a chuva lava a dor do que já passou



Dezembro é o nascimento do Menino Jesus
Diamantina se veste de luz nas casas e nos corações
Chega o Natal, encontros, presentes, alegria. É festa!
E o Ano Novo chega também e com ele Janeiro, Fevereiro, Março, ...

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