Nestes tempos de CPI, de graves acusações sobre improbidades administrativas e até da perspectiva de cassação do mandato do reverendo-alcaide, o lançamento da luxuosa revista Diamantina, novos tempos e uma nova cidade - Primeiro a gente fez, agora a gente mostra caiu como um bálsamo na credibilidade de uma administração que chega ao final melancolicamente, na desgastante função de responder perguntas incômodas e tentar contestar não apenas sua fraqueza de ações próprias, mas também o visível desprestígio para atrair benesses governamentais. A bem da verdade, o padre-prefeito vai terminando sua gestão como mero repassador de programas estaduais e federais que muitos outros executivos souberam captar em maior quantidade, qualidade e importância. Sem falar das lastimáveis perdas de verbas e de investimentos já delineados por falta de capacidade para cumprir exigências e contrapartidas sempre cobradas das cidades que as pleiteiam.
Mas nem todo mundo se iludiu com as frases de efeito e com as bem escolhidas imagens (algumas maquiadas) expostas na revista que já está sendo apelidada pelo espírito flautista e irreverente do diamantinense de Bíblia do Padre. No dia de seu lançamento, andando por uma das ruas da cidade, ouvi o seguinte fragmento de diálogo de duas senhoras que passavam, ambas com a tal revista nas mãos: é, fulana, se esta revista for torcida, escorre de suas páginas o dinheiro do povo. Ao escutar aquele comentário dito na maior naturalidade por gente simples e humilde, fiquei matutando comigo mesmo que não é tão fácil assim tapear as pessoas o tempo todo. Aquelas mulheres provavelmente não conseguiriam calcular o preço de uma publicação tão bem encadernada, em cores e fartamente distribuída. Comenta-se que seus 15 mil exemplares teriam custado aos cofres do município a quantia de 54 mil reais. Uma bagatela para homens públicos que ousam gastar prodigamente o dinheiro alheio como se o aplicassem em úteis e bem planejados empreendimentos em prol da cidade e de sua população. Mas o padre não inovou nesse desprendimento em esbanjar recursos de que só poderia lançar mão através de lenientes padrões éticos. Há poucos anos uma vereadora encartava em jornais da cidade e repartia pessoalmente informativos muito bem impressos proclamando sua fabulosa atuação na câmara. Não se pode imputar a qualquer dos dois nenhum delito, conforme prescreve o Direito Administrativo a que recorreu o reverendo-alcaide em sua recente entrevista à Gazeta Tijucana para justificar as dificuldades de um gestor público, principalmente em um governo tão grande, envolvendo tantas pessoas trabalhando, sujeito, portanto, a falhas, a erros, a irregularidades sanáveis que, no contexto diferenciam-se, em muito, da ilegalidade.
Continua na Voz de Diamantina Edição 560 de 05 de maio de 2012
Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”
Confira nesta edição:
- Balaio de Pitacos
- O que a gente não fez e agora a gente não pode mostrar.
- Curralinho está entregue às baratas
- O misterioso lixão e o tétrico campo de extermínio de cães
- Viva Expedito
- Novas e boas perspectivas para o turismo de Diamantina
Assinatura da Voz de Diamantina
Um presente que todo mundo gosta de ganhar
Por apenas R$ 140,00 você recebe 52 exemplares semanalmente durante um ano
Quincas: 38-3531-3129 e 8824-3584
Aline: 38-8811-5707
Quincas, os seus editorias é que são o verdadeiro bálsamo que vem sendo derramado na gestão do reverendo-alcaide há 4 anos. Se toca! Quanto mais se fala no Padre Gê, maior é a sua popularidade e se ele se reeleger você será um dos responsáveis. O Padre não precisa pagar pra fazer revista divulgando a prefeitura, a Voz de Diamantina faz isso semanalmente de graça!
ResponderExcluirÉ... Concordo com o leitor. Nunca se provomveu tanto um prefeito como a Voz tem promovido. E eu nunca vi o prefeito falar da Voz de Diamantina, nem bem, nem mal.
ResponderExcluirMas é a opinião do Editor e nao a dos 43 mil habitantes, muitos não aprovam a atual gestão, mas também não aprovam as palavras do editor quando são ofensivas e deselegantes.
É claro que todo prefeito administra programas do governo federal e estadual. Diamantina sobrevive praticamente com esses recursos, já que não temos fábricas e a maioria dos comerciantes não emitem nota fiscal no comércio! O garimpo acabou e mal de nós se não fosse uma Universidade Federal que o LULA criou.
Vamos falar da Privataria Tucana?
Vamos falar do Procom que Diamantina não tem?
Vamos falar dos projetos desenvolvidos pela UFVJM em Diamantina?
Vamos falar dos Asilos que precisam de ajuda?
Abraços.
Vitor