Autor: Joaquim Ribeiro Barbosa - “Quincas”
O Brasil não é definitivamente para amadores. E nem o interior do país é tão ingênuo assim. Que coisa mais louca! Os benfazejos ares moralizantes com que o STF começou a oxigenar o já asfixiado e incrédulo povo brasileiro - ao julgar com o devido rigor o vergonhoso Mensalão - não parecem ter força para influenciar, nem de leve, a viciada consciência dos vereadores de Diamantina. Neste mandato que finda, quanta traição nossos inconsequentes parlamentares perpetraram contra a cidade e contra o povo que os elegeu. Quem não se lembra das reuniões não por acaso extraordinárias, no último dia do ano, na calada da noite, com o afrontoso objetivo de votar aumento de salários da própria vereança, do secretariado municipal e, quantas vezes, de dar carta branca ao prefeito para gastos, contratações e uso de recursos públicos que deveriam ser autorizados e fiscalizados pela câmara? Nestes últimos quatro anos, nosso legislativo funcionou como afinada caixa de percussão do reverendo-alcaide. É quase certo que não restou um único vereador que não tenha sucumbido ao canto mágico do padre. De quando em quando, algum deles esbraveja na tribuna em ensaiados arroubos de moralidade. Pura encenação! Seu voto e sua consciência já não lhe pertencem. Os cochichos, as negociações, o toma-lá-dá-cá falam mais alto e tilintante. Tudo começou quando o reverendo alcaide testou a idoneidade da câmara na tentativa de aprovar a criação de 207 empregos sem concurso. Não fosse o Ministério Público, essa e muitas outras obscenidades teriam sido aprovadas. Na calada da noite. Descaradamente.
Não se passa uma semana sem que a conduta de nossos parlamentares seja manchada por algum tipo de suspeição. Haja vista a CPI, cujo relatório final foi lido na reunião de 22 de agosto com a recomendação de que a cópia integral dos autos fosse enviada ao Ministério Público estadual e federal e ao Tribunal de Contas da União para que, segundo suas regras, adotassem as medidas que reputassem cabíveis, além de outras providências como auditoria fiscal na prefeitura e afastamento de secretários envolvidos em suspeitas. Pois bem!... Passado já um mês, que medidas o presidente da câmara providenciou? Nenhuma! Engavetou as 252 páginas dos autos, os quatro CDs e as dezenas de fotografias altamente comprometedoras e, como o restante da edilidade, nem tomou conhecimento de seu explosivo conteúdo. Que ele se acovardasse para levar avante a cassação do prefeito. Mas o envio dos autos às esferas da Justiça é de sua obrigação, como reza o artigo 129 do Regimento da Câmara. Por que um vereador como Maurício Maia, detentor ainda de certa credibilidade, retarda uma ação legal que o compromete e o joga no mesmo balaio de conivência de alguns de seus pares?
Continua na Voz de Diamantina Edição 580 de 22 de setembro de 2012
Confira nesta edição:
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Balaio de Pitacos
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O 145º aniversário da Atalaia do Norte
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Tempo de eleição, tempo de meditação, tempo de decisão
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Liberados mais R$ 8 milhões para hospitais de Diamantina
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Prezados Passadiço Virtual e Voz de Diamantina, deixo aqui o meu agradecimento pelo serviço de utilidade pública que vocês prestam à população publicando esse impecável texto, onde claramente os leitores saberão qual é a realidade da Câmara de Diamantina e acima disso, a quem os nobres edis estão servindo. Vejo que com essa atitude do Sr. Presidente da Câmara, já podemos concluir que ele não está servindo ao povo e sim ao mandatário prefeito e a ele mesmo.
ResponderExcluirNão estou aqui para pedir voto, mas quero pedir a quem ler esse texto e o meu comentário, por favor, consideremos essa situação e não mais depositemos nossa confiança em quem não trabalha em prol da população. A questão não é apenas cassar o mandato do prefeito caso ele tenha feito algo errado, mas é questão também de seguir as Leis, afinal os vereadores estão lá para que as normas sejam cumpridas em defesa do povo e quando fazem vista grossa estão legislando contra nós.
Obrigado Rodrigo. Volte sempre. Grande abraço.
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