Já estão confirmados nomes como os de Kenneth Maxwell, Beatriz Sarlo e John Dinges
Todas as 15 mesas e conferências da segunda edição do Festival de História, o fHist-2013, que será realizado em Diamantina de 19 a 22 de setembro, já têm palestrantes confirmados. De acordo com o coordenador do fHist, o jornalista Américo Antunes, a aceitação do evento junto aos principais especialistas que estudam e escrevem sobre história no Brasil e no mundo foi muito boa. "O fato mostra que estamos consolidando o festival como umas das principais festas literárias do país, e nos mantemos como a única a tratar exclusivamente de temas ligados à História". Quanto à forte presença de especialistas estrangeiros, Américo revela que é uma grata surpresa. "Não esperávamos essa internacionalização já na segunda edição, mas, fomos agraciados com pessoas generosas em aceitar o nosso convite e que vêm de diversos países. Assim, o fHist torna-se uma festa de oficio e arte da história com referência global", declara.
Uma das referências internacionais que estarão no fHist é o historiador britânico Kenneth Maxwell, um dos mais respeitados brasilianistas da atualidade, que ao lado do professor de Estudos Brasileiros na Universidade de Princeton (EUA), o brasileiro Bruno Carvalho, participará da conferência inaugural do fHist 2013. Kenneth Maxwell é especialista em história Ibérica e no estudo das relações entre Brasil e Portugal no século XVIII. O tema da conferência será "O outro lado da História: Tiradentes e a Constituição da independência dos Estados Unidos da América".
Outro nome de destaque é o congolês Kabengele Munanga. O antropólogo especialista nas populações afro-brasileiras foi professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e é um defensor da implementação de políticas afirmativas no Brasil, a exemplo do sistema de cotas nas universidades. Ele fará parte da mesa redonda "África Brasil: Histórias da diáspora e da identidade negra", ao lado do mestre e doutor em História pela University of Minnesota, João José Reis, entre outros.
Na mesa redonda "Operação Condor: histórias de uma guerra fria e suja", o fHist 2013 contará com a presença do professor da Columbia University John Dinges. O jornalista norte-americano foi correspondente do Washington Post na América Latina na década de 70 e autor de "Os anos do Condor - Uma década de terrorismo internacional no Cone Sul".
O olhar no presente das abordagens históricas Na Tenda da História, que será montada na Praça Doutor Prado, o público será chamado a refletir sobre episódios importantes da história do Brasil, na perspectiva dos vencidos. "Nosso objetivo é mostrar o registro de pessoas que acompanharam importantes fatos históricos e que são testemunhas vivas dos acontecimentos", conta Américo.
Nesse sentido, uma conferência extra foi incluída na programação e terá como principal atrativo a presença da escritora argentina e aclamada crítica, Beatriz Sarlo, que especializou-se em mostrar as realidades por trás das máscaras da modernidade. "A historia não é estática, é mais que isso, é um testemunho para interpretarmos como está o presente para desenharmos o futuro e a Beatriz Sarlo abordará isso com muita propriedade", afirma Américo. A presente inquietação da sociedade sobre os fatos históricos será retomada em diversos momentos da programação, entre eles na mesa redonda "Histórias não contadas: Memória e verdade em questão". Os debates contarão com a presença de membros da Comissão Nacional da Verdade, que tem por finalidade apurar graves violações de Direitos Humanos ocorridas no Brasil, entre 1946 e 1988, como Maria Rita Kehl. A mestre em Psicologia Social e doutora em Psicanálise foi editora do Jornal Movimento, um dos mais importantes veículos da imprensa alternativa durante a ditadura militar.
Essa capacidade de trazer a história para o tempo presente é considerado por Américo o grande mérito do fHist 2013. "Vamos aproximar o trabalho que vem sendo produzido nas academias pelos pesquisadores do grande público e trazer à tona algumas investigações ainda pouco divulgadas. Ainda faremos uma garimpagem de histórias que não foram contadas, aproximando com a realidade atual", salienta.
Com mais de 80% das mesas fechadas, agora os integrantes do conselho curador vão se dedicar à concepção das oficinas, mostra de cinema, feira de livros e programação cultural do fHist.
Sobre o fHist
O Festival de História é um evento bianual que está em sua segunda edição, e será realizado entre os dias 19 e 22 de setembro em Diamantina, cidade histórica mineira localizada no Vale do Jequitinhonha. O evento é primeiro festival de literatura de temas históricos do Brasil. O fHist contempla 15 conferências e mesas redondas na Tenda da História; 10 lançamentos de livros, com direito a bate-papo com os autores, no Proseando no Mercado, realizado no Mercado Velho da cidade Patrimônio Mundial; cinco oficinas e mostra de cinema no histórico Teatro Santa Izabel. Espetáculos musicais em praças e igrejas da cidade também estão previstos na programação cultural. Os interessados em participar devem se inscrever pelo site www.festivaldehistoria.com.br. As inscrições são limitadas à capacidade de público da Tenda de História, com cerca de 800 lugares.
O fHist 2013 é uma iniciativa da Nota Comunicação, sob a coordenação da Strategia Jornalismo, com produção-executiva da Polobh. Este ano o evento é apresentado pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, e tem o patrocínio do Itaú/Unibanco e do BNDES. A edição 2013 do fHist conta ainda com as parcerias do IPHAN, do MEC, da Fundação SM, da Biblioteca Nacional, da Prefeitura de Diamantina, do Projeto República, da UFMG e da UFVJM, e apoio cultural da Fundação Odebrecht.
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