Publicado no Jornal O Tempo no dia 01/04/2012 -
Em menos de um ano, o presídio de Diamantina, no Alto Jequitinhonha, registrou 15 boletins de ocorrência relativos à motins e brigas dentro da unidade. As revoltas dos presos são resultado da superlotação. Com capacidade para 85 internos, a penitenciária abriga 142.
O diretor geral do presídio, Clarindo de Melo Neto, é investigado pelo Ministério Público Estadual por abuso de poder e improbidade administrativa. A analista técnica judiciária do presídio, Alessandra Cunha, denunciou o diretor por perseguição aos trabalhadores da unidade, favorecimento e promoção pessoal, com aumento de patrimônio pessoal em pouco tempo. Procurado pela reportagem, o diretor não retornou.
Segundo uma fonte que trabalha na unidade e pediu para não ser identificada, quando a Polícia Civil administrava o presídio, até abril do ano passado, não ocorriam tanto problemas. "Hoje faltam material de limpeza, roupas e até talheres no presídio. Os internos precisam pedir para os familiares trazerem as coisas. Uma cela para 20 presos está com 47", disse. Segundo a fonte, o principal problema seria a corrupção dentro do presídio. "Por causa disso, os presos não têm condições mínimas para cumprir a pena". O último motim registrado no presídio aconteceu no início do mês passado. A diretoria teria prometido visita íntima aos presos e não cumpriu.
A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) informou que tem conhecimento do assunto e que já encaminhou as denúncias à Corregedoria da Defesa Social para as apurações.
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